Capítulo 47

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Angel

Dois meses depois...

Acordo sentindo uma dor forte no pé da barriga e algo escorrer pelo meio das minhas pernas. Quando a consciência me atinge, arregalo os olhos e solto um praquejo.

Merda...

Encaro o relógio na parede vendo que são dez da noite; Felicity ainda não chegou do trabalho, o que me deixa um pouco aflita.

Okay, Angel, se acalma.

Me levanto da cama com um pouco de dificuldade e caminho até o closet, pegando um vestido preto soltinho. Como as contrações não estão muito fortes, consigo tomar um banho rápido e vestir a roupa.

Ao sair do cômodo e me dirigir para o quarto bebê, tento ligar para Felicity, mas a ligação só cai na caixa postal.

Ótimo.

Pego a bolsa já pronta do Ben e sigo para o quarto de Aly. Minha princesinha dorme serenamente, agarrada a um bichinhos de pelúcia; presente do seu tio, Miles.

— Querida? — a chamo, respirando fundo quando outra pontada de dor me atinge. — Meu bem, acorde...

— Mamãe? — ela se levanta, coçando os olhinhos. — Está tudo bem?

— Bom, sim. É só que... seu irmãozinho vai nascer. — respondo e rapidamente Aly parece despertar.

— Sério mesmo? — confirmo com a cabeça. — Então, vamos, mamãe! Temos que ir para o hospital!

— Infelizmente, você terá que ficar com seus avós, princesa. — falo e seu sorriso murcha. A ajudo a sair da cama e se vestir, pegando uma mochila com alguns de seus pertences. — Não sei quanto tempo ficarei por lá, mas o hospital não é lugar para crianças.

— Ah, mamãe... eu queria ajudar você. — faz um biquinho e meus olhos se enchem de lágrimas. 

Minha garotinha...

— Eu sei, querida, mas quando menos esperar, já estarei em casa novamente com seu irmãozinho, okay?

Ela murmura um "tudo bem" e saímos do quarto. Felicity insistiu em deixar pelo menos dois seguranças do lado de fora do apartamento, apesar de não gostar da sensação de ser vigiada 24 horas por dia, entendo sua preocupação.

Clarkson ainda não foi pego e não queremos arriscar. 

Ao sair do apartamento, vejo que Lina e outro homem que desconheço estão parados na porta. Agradeço mentalmente por isso, pedindo para que Lina leve Aly até a mansão Salvatore.

Tento ligar outra vez para Felicity e, novamente, a ligação cai na caixa postal.

Droga, Felicity!

— Qual o destino, senhora? — o homem pergunta. 

— Hospital Memorial, por favor. — respondo, entrando no carro.

Ligo para Alicia, sendo atendida rapidamente. Explico todo a situação e minha sogra só falta pular de felicidade, avisando que já está a caminho do hospital.

Um grito me escapa ao sentir uma contração e começo a contar os intervalos.

Certo, vinte minutos. 

— Puta que pariu, Felicity Salvatore, aonde você se meteu?! — grito sem me importar com o segurança, a dor me deixando com mais raiva.

Também conto o período que as contrações duram; 45 segundos.

— Sabe onde Felicity está? — questiono ao homem e ele nega rapidamente, mas sei que está mentindo. — Não. Minta. Para. Mim!

Falo furiosa enquanto tento respirar fundo e relaxar, mas essa porra é impossível quando, literalmente, um bebê quer sair de dentro de mim.

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