Parte 1 🥥

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!ATENÇÃO, CONTÉM VIOLÊNCIA!  

ALINE GONÇALVES

ALINE GONÇALVES

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1998

O ano de meu nascimento. Onde minha linha do tempo dava início. Onde minha vida começava. Onde minha vida perfeita iria acontecer, pelo menos era isso que eu achava. Minha vida era realmente perfeita até os meus 10 anos...

2008

   Hoje acordei inteiramente animada pois seria meu aniversário de 10 anos, meus pais nunca fizeram uma festa de aniversário, na qual eu chamava os meus amigos de escola mas eu não ligava para isso o importante era comer o bolo e docinhos com eles dois.

   Eu acordei normalmente hoje, me arrumei super rápido para ir para escola, ainda era 6:30 a escola era perto de casa, então estava tranquila.  Desci para encontrar o meus pais na mesa do café da manhã e eu achei que como sempre teriam meu bolo de aniversário em cima da mesma mas ao invés de ser parabenizada, eu fui tratada ignorantemente e rudemente, sem ao menos saber o que fiz de errado. Não sabia o que estava acontecendo mas notei que eles mudaram de um dia para o outro, como da água para o vinho. É como se você plantasse um feijãozinho no algodão e em um dia para o outro ele já não estaria igual. Eles mudaram rápido demais, em um piscar de olhos.

    Eles não deram ''bom dia'', muito menos os meus parabéns. A única coisa que fizeram foi mandar eu ir para escola, quase foram me expulsando de casa. Saí pela porta totalmente desnorteada e confusa, corri rápido, realmente ,mas eu fui acompanhada pelas minhas lágrimas que caíram, que escorriam pelas minhas bochechas coradas pelo esforço da corrida de 10 minutos. Eu cheguei ofegante mas rapidamente fui parar no banheiro lavar o rosto e pensar no que eu tinha feito de errado para ser tratada desse jeito. De pais perfeitos para pais ignorantes que odiavam a sua filha.

2009

   Mais um aniversário e... Bom, não tenho muito que falar, decepcionada, era a palavra que representava tudo que eu sentia. Faz um ano que minha vida se tornou um inferno, eu cheguei a pensar que teria feito algo de errado mas não, o errado eram eles. Eu sabia que tinha pessoas de outros lugares, no mundo que não se importava com a humanidade, o senso humano deles se foram. Já fazia muito tempo que eu não os chamavam de pais,  eu já não os via mais assim há muito tempo. Durante esse ano eu fui obrigada aprender a cozinhar, no início eu achei que fosse para ajudar a minha mãe em casa, eu achei que fosse o mínimo, né? Mas aí passou meses até ela me dá o primeiro tapa do primeiro tapa que serviu para arrancar um filete de sangue do meu lábio, e foi aí que eu percebi, isso não era humano, pelo menos era alguma coisa que eu conhecia que só tinha fora de casa e não dentro.

VÁRIOS ENCONTROS - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora