Minhoquina

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ARIZONA

- Então, faz um semana desde que vocês se encontraram? - Simone pergunta dando uma golada na sua cerveja. Só para recapitular, estamos em uma das minhas boates.

- Exato. Ele é tão mentiroso, está saindo várias fofocas falando dele e da namorada. - Falei quase revoltada, bebendo minha água com gás e limão.  - E ele ainda mente.

- E você está se importando demais e nem vem me dizer que é porque você ajudou ele a trair. - Falou apoiando o cotovelo na mesa e apontando o dedo para mim.

- Eu? Não me importo não. - Ela me olhou com tédio. - Não mais. - Bebi minha água.

- Pode mentir para si mesma, mas para mim não. - Respirou fundo e continuou. - Sabe o que notei? Você gostou e quer repetir a noite com ele, só não quer admitir. - Zombou.

- Não quero dormir com ele. - Não mesmo.

- E eu sou uma Electrolux. Então porque está na seca desde o leilão? - Perguntou descaradamente e arregalo os olhos.

- Não estou na seca, 'tá louca? - Desviei o olhar. Realmente não dei, mas foi porque estava atolada no trabalho e não em rolas. Infelizmente. - Estive ocupada, hoje pego um. - Lhe sei um sorriso malicioso, vendo ela fazer o mesmo.

- Ah safada! - Gargalhou antes de dar a última golada e se levantar da cadeira. - Vamos dançar e encontrar alguém para você. 

- Vamos. - A segui para a pista. E do outro lado da pista tinha um gato e do outro o...

GABRIEL 

- Minha mulher não ia gostar de saber que você me trouxe aqui. - O cabelo de piscina não cala a boca. 

- Everton, pelo amor de Deus, mano. - Só reclama, muito cadelinha. Bebo um pouco da minha cerveja.

 - O que ele pode fazer? Os amigos dele são todos praticamente casados, ele é o tio dos gatos. - Escutei o Diego cochichando com o Everton.

- Eu escutei isso. - Me virei para eles indignado.

- Era para escutar mesmo. - Alves admite. - Qual é, ele tem que parar de arrumar só rabuda para ele. 

- Isso é verdade. - Rafinha concorda bebendo algo sem álcool. Esse pessoal tá cada vez mais sem graça. Bufo olhando ao redor e avisto a Arizona. Ela dançava com uma mulher sensualmente. As duas juntas como se não houvesse amanhã, até um homem começar a dançar abraçada a ela.

- Já pegou? Tá secando demais ela. - O paizão vem perguntar.

- Fiquei uma vez no Natal. - Revelei.

- Mas você nunca fica assim. - Franziu a testa.

- Assim como, mano? - Pergunto confuso.

- Babando por alguém que já teve. -  Saiu me deixando pensando. Realmente, já peguei, então por que eu ainda a quero? A vejo sair com o cara e não sei no que me deu, eu os segui. Passando pelas pessoas e os perdi por alguns poucos minutos, mas quando os encontrei o lance já estava frenético demais. Não podia ir e mandar o cara embora. Nem sei por que segui até aqui. 

- Gabigol. - Escutei me chamar e me virei. Uma loira de olhos castanhos.

- E você é? - Dei meu melhor sorriso. Quem disse que não posso me divertir?

- Sabrina. - Disse se aproximando. - Podemos ir para outro lugar? - Direta.

- Bora. - A puxei pela mão para algum canto. Até que vi alguém saindo do banheiro, ótimo lugar. Entrei no banheiro verificando rapidamente todas as cabines antes de trancar a porta e colocá-la sobre a pia. Ela foi abrindo minha calça com pressa enquanto me beijava. Rapidamente ela se abaixou junto da minha calça e cueca. Infelizmente, quando ela coloca meu pau na boca eu lembro da Arizona. Eu a levanto colocando de costa para mim e olho para seu rosto através do espelho e aí eu morro. É a Arizona ali. Não vai dar. Por um segundo era a Arizona. 

- Tudo bem? - Me perguntou depois de uns longos segundos paralisados. Quando acordei, eu me afastei dela puxando minha calça para cima.

- Desculpa, não vai rolar. - Falei rápido fivelando o cinto praticamente correndo em direção à porta. Quando saio dou de cara com o corredor escuro onde Arizona estava literalmente gozando nos dedos de um moleque qualquer. Ela me olha surpresa como se ela não tivesse acabado de gozar na minha frente.

- Gabriel? - Perguntou surpresa de alguma forma. Assim que se soltou do homem, ele apenas passou do meu lado como se nada tivesse acontecido com um sorriso no rosto.

- Não tinha outro lugar pra dar não? - Perguntei quase irônico. Ela riu. Ajeitando o vestido.

- E não tinha outro lugar para dar uma rapidinha mais rápida do mundo? - Ela disse se aproximando aos poucos. - Existe remédio para quem é precoce. - Deu um sorrisinho.

- Vai se foder. - Essa mulher tira a minha paciência. A prendo contra a parede. - O que quer de mim? Sempre está onde estou! - Aumentei o tom de voz. 

- Esse lugar é meu!  Acha que o mundo gira em torno de você? - Rebateu no mesmo tom. 

 - Acha mesmo que acredito? 'Tá me provocando com esse cara desde cedo. - Bati na parede ao seu lado. Seu corpo estremeceu.

-  Se afasta. - Pediu, mas me aproximei.

- Se afastar só porque descobri seu truque? - Digo entre os dentes. Ela na minha vida já deu o que tinha que dar. Já estragou a minha foda. 

- Gabriel, se afasta. - Disse tentando se soltar.

- Quer fugir de novo? Só isso que você sabe fazer, não é? - Depois de alguns segundos em silêncio, eu finalmente notei o que tínhamos olhos dela. Medo, ela estava sentindo medo de mim. A soltei enquanto me afastava.

- Gabriel, nunca mais encosta em mim. - Depois que ela falou com a voz atordoada, eu deixei ela ir embora. Quando me virei, a avistei passar trombando em uma mulher, que logo me olhou e me fuzilou. 

-  O que você fez? - Perguntou ríspida me acusando. Levantei os braços em rendição.

- Eu....eu nada. - Falei gaguejando. Que merda.

- Se fez, você morre. - Apontou o dedo me ameaçando e foi atrás da amiga. Que merda aconteceu aqui?

CONTINUA....


VÁRIOS ENCONTROS - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora