Acordo com a cabeça explodindo. Me sento na cama ainda com os olhos fechados. Suspiro não lembrando de nada além de ouvir o Fabinho no carro dizer ''bimbada''. O que? Como assim?
- A florzinha acordou!! - Abro os olhos rapidamente ao levar um susto com Fabinho gritando.
- Para, cara. - Reclamo me deitando novamente.
- Não paro não. Agora eu vou aproveitar que posso falar com segurança de que vai lembrar muito bem. - Ele diz sentando na poltrona. Me sento novamente não entendendo nada.
- Do que tá falando? - Franzi a testa.
- Das suas irresponsabilidades. - Apoia os cotovelos nos joelhos. - Irresponsabilidade como pai, homem, jogador... - Conta nos dedos e engulo seco. O que fiz depois que bebi um pouquinho dessa vez? Matei alguém?!! - Você é um homem que deveria ter responsabilidades agora mais do que nunca. Primeiro, você diz que quer algo sério com Arizona, que quer ser bom para ela, mas não a trata como tal e muito menos corre atrás. Segundo, você tem uma filha agora que precisa de você. Não de um moleque que foi no hospital ontem bêbado que nem conseguia falar direito. Você acha legal isso? Acha aceitável que Arizona veja você como alguém para se relacionar? Você acha que é capaz de ser algo para elas ou quer ser um cara que só abre a carteira, mas não dar o essencial? Não estou te entendo. - Ele se levanta bufando. - Juro, dessa vez não fico do seu lado. Devia ter vergonha pelo que fez. Reveja o que você quer e o que quer ser. Se quer ser alguém ou um moleque que ninguém leva a sério. - Saiu do quarto batendo a porta.
ARIZONA
- Sabe, amiga. Nem sei o que ele pensa para estar agindo assim. - Simone resmunga antes de beber um pouco da cerveja. Estamos sentadas nas espreguiçadeiras na beira da minha piscina.
- Infantilidade, apenas. - Bebi meu suco, já que estou amamentando agora. - E você? Mari disse que você ficou com um gostosão esses dias. - Sorrio maliciosa.
- Minina, pior que fiquei. - Ela fica corada.
- Meu Deus. 'Tá caidinha. - Digo chocada. Ela bate em meu ombro, mas não nega. - E ai, como foi? Já que te deixou assim tem que ter sido bom.
- Ari. - Se inclinou para mais perto de mim. - Ele é gostoso. - Soltou um gemido de satisfação. - Ele fordo, né amiga. - Franzi a testa.
- Que porra é essa? - Ri ao perguntar.
- Ele é fortinho, mas também gordinho. - Gargalhei. - Calma, mas escuta, eles são os melhores. Pau grosso e soca forte, viu, tudo combina. Nunca fui triste.
- Simone, que isso. - Gargalho mais ainda.
- O que posso fazer, só coisas positivas. - Ela não aguentou e rio mais. - Vou admitir que estou apaixonadinha, mas nem sei o nome dele.
- Esqueceu até de perguntar o nome? - Deitei na espreguiçadeira.
- Cara, ele foi embora correndo. - Bufou ela. - Sempre é assim, sempre vão embora.
- Quem vai embola? - Nos viram para trás e vimos Bernardo com carinha de sono enquanto coçava os olhos.
- Oi, amor. - Ele vem até mim correndo. - Devia estar dormindo.
- Quelo que chega amanhã logo, vovô vai me levar no futebol. - Ele diz com um sorrisão no rosto.
- Ah é? Vovô nem me contou. - Ele deita no meu colo. - Mas deixo vocês irem. - beijo seu cabelo e começo um cafuné.
- Vou vê o Golgol. - Disse animado. Apenas olho para Simone de rabo de olho e a vejo revirar os olhos dando um sorrisinho.
- Que ver o baratão, baratinha? - Simone o provoca com o apelido.
- Não 'sô baratinha! - Ele gritou bravo.
- Calma. - Levantou as mãos em rendição. - Não sou eu que uso dread parecendo uma barata.
- Golgol, não é baratão! - Ficou mais bravo.
- Chega. Parece criança, Simone. - Levanto com o Bernardo no colo enquanto rio da cara de cu dela.
- Parece minha mãe. - Resmungou me seguindo para dentro de casa. - Vou indo. Tenho que trabalhar amanhã. - Pegou sua bolsa no sofá e veio nos dar beijo.
- Tá bom, avisa quando chegar em casa. - Falei enquanto recebia seu beijo.
- Aviso sim. - Disse irônica. - Tchauzinho, baratinha. - Bagunçou os cachos dele antes de ir beijá-lo.
- Baratinha não. - Cruzou os braços.
- Tchau, Simone. - Digo rindo saindo antes que brigassem de novo. Subo as escadas em direção ao quarto do pequeno. - Tá com sininho, amor?
- Xim. - Deitou no meu ombro se agarrando em meu pescoço. - Vai dormir comigo? - Fez beicinho quando segurou meu rosto para olhá-lo.
- Fico até você dormir. Já é grande para dormi na sua caminha. - Abro a porta de seu quarto e o coloco na cama. - Que pesado. - Resmunguei o colocando no colchão.
- Tô crescendo. - Ri dele sorrindo orgulhoso.
- Está mesmo. - O cubro com a coberta e beijo sua bochecha. - Amanhã cuide do Ravi.
- Tá bom, mamãe. - Deito em seu lado fazendo cafuné até que caia no sono.
BERNARDO
- Vovô, posso ficar com o golgol? - Eu e meu irmãozinho estávamos de mãos dadas com vovô enquanto entramos no CT.
- Tem que perguntar a ele. - Ele sorriu e pegou Ravi no colo quando ele pediu. - Quando o treino acabar vão poder brincar lá no gramado.
- Vovô, quelo correr não. - Digo com soninho ainda. Não demoramos para pisar no gramado e vejo o Golgol correndo. - Vô, já tô correndo. - Saio correndo atrás dos jogadores sem nem escutar o vovô. - Golgol! - Do meu lado aparece o Ravi correndo também.
- Que saudade, molecada. - Golgol fica do meu tamanho para nos abraçar. Acho que ele me apertou muito. Quase soltei pum.
- Posso ficar com você? - Eu e Ravi fizemos carinha de choro. Temos a manha.
- Claro, e levo vocês para casa depois. Pode ser? - Levantou as duas mãos para fazermos ''toca aqui''.
- Pode! - Batemos na mão dele.
- Pode! - Ravi gritou depois de um tempo.
CONTINUA....
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VÁRIOS ENCONTROS - Gabriel Barbosa
FanfictionUma empresária e chefe de cozinha, dona de redes de restaurantes, boates e bares pela América do Sul, que se tornaram muito famosos pelos países, que acaba virando patrocinadora de um time de futebol do Rio de Janeiro ao realizar o sonho de seu avô...