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GABRIEL
- Estão entregue. - Falei assim que eu puxei o freio de mão ao estacionar o carro na frente da casa da Arizona. - Gostaram de hoje?
- Eu gostei muito. - Bernardo respondeu dando aquele sorrisão com os dentinhos branquinhos e certinhos.
- Também. - Ravi murmurou. Ravi não costuma falar muito, mas ele está começando a aprender a falar direitinho.
- Que ótimo, então a gente pode sair mais vezes para tomar sorvete. - Dei a ideia na medida que eu tirava o meu cinto de segurança.
- Com certeza Golgol. - Adoro quando Bernardo e Ravi me chamam de golgol. - Bem que você podia ser o nosso papai né? - Engasguei com a saliva ao escutá-lo. Coça a garganta e abra a porta do carro para que eu possa sair.
- Vou contar um segredo meninos. Eu também queria ser o pai de vocês. - O respondi encostado na janela da porta traseira. Pude ver o Ravi comemorando quando eu o revelei.
- Por que você não é o nosso papai? - Bernardo começou a fazer as questões difíceis agora.
- É um pouquinho difícil a mamãe de vocês não gosta de mim. - Abro a porta do carro e faço o cara de cachorro que caiu da mudança. Começo a tirá-los do cinto de segurança.
- E se a gente ser mini cupidos? - Eles dão um sorrisinho malicioso.
- Se for ajudar eu ficar com a mãe de vocês. Eu aceito. Não irei reclamar. - Eu ri e levantei a mão para eles darem toquinho nela.
- Nós dois vamos ajudar. - Disse o pequeno. Apenas assenti.
- Vamos pra dentro? Eu tenho que encontrar a mãe de vocês. - Os ajudei a descer do carro e levei para a porta onde a Francisca já se encontrava. - Boa tarde, Francisca.
- Boa tarde, Gabriel. - Respondeu seríssima. Dessa mulher aí eu tenho medo. Arizona deve ter contado a merda que eu fiz na no hospital. - Podem ir entrando crianças, vão para o banheiro.
- Bom, eu vou indo, Francisca. Tenho que encontrar a Arizona no hospital. - Tento fugir o mais rápido possível de um possível sermão que ela poderia me dar.
- Gabriel, eu só te peço uma coisa. Não iluda essa família. - Apenas disse e fechou a porta logo depois.
Sigo para o hospital. - Eu sei os erros que eu cometi nos últimos dias ou semanas. Fabinho estava certo, Arizona estava certa, a Dona Francisca está certa. Eu não tenho idade mais para ser moleque, sair por aí como se não tivesse ninguém me esperando em casa. Eu sempre quis ser pai então eu tenho que ser direito. Quero ser o pai da Sofia, quero ser pai do Bernardo e do Ravi. Demore o que demorar, mas Arizona tem que me perdoar e me dar mais uma chance. Não posso ter nem a possibilidade de perdê-la, não posso deixar isso acontecer. A partir de hoje eu serei uma pessoa responsável pelas coisas que eu tenho e pelas coisas que eu quero ter. Não posso me deixar me auto sabotar. Eu preciso dar Arizona e dos meus filhos. - Finalmente chego no hospital e estaciono o carro bem perto da entrada do hall de entrada. Sigo pelos corredores até encontrar os elevadores. Minutos depois eu já estava na maternidade, de frente para aquele vidro que me separa de Arizona e Sofia. Nunca me cansaria de vê-las assim. Tão lindas.
- Oi. - Sussurro acenando para ela. A vejo um pouco cansada e parece que está preocupada, angustiada talvez. Talvez tenha chorado? Ela levanta e devolve Sofia para sua incubadora. Daqui a alguns dias ela já vai poder ir para casa. Não vejo a hora. Volto à realidade quando Arizona sai pela porta. - Tudo bem? Aconteceu algo? - Depois de observar seu lindo rosto avermelhado.
- Sim, só algumas coisas que tenho resolver. - Disse olhando para os pés. Ajeitou a bolsa no ombro e me olhou. - Já vou indo. - Antes que ela passasse por mim, seguro seu braço.
- Linda, me diz o que está acontecendo. Pode contar comigo. - A olho doido para que ela me contasse. Confiasse em mim.
- Agora posso contar com você? - Ela diz sarcástica, sabia que isso me afetaria.
- Pode. Reconheci meu erro. Não vou ser um moleque. - Transmiti seriedade o máximo que pude. - Quero ser o seu homem e o pai para os nossos filhos. É o que eu quero, é o que eu vou ter. Só me dá mais uma chance, Arizona. - Ela pisca muitas vezes em questões de segundos. Parece não acreditar no que digo.
- Só acredito vendo, irmão. - Ela dá mais um passo para se afastar, mas a puxo novamente. Ela soltando seu ar pela boca esquentava meu peito. Nossas respirações se misturando, ela estava colada em mim. Que saudade de sentir ela.
- Por favor. Seja o que for, eu vou te ajudar. Me diz o que é. - Assim que peço, vejo seus olhos encherem. Fico desesperado por dentro tentando imaginar o que pode ser. O que está fazendo ela sentir essa angústia dentro de si.
- Recebi uma intimação. - Disse depois de um suspiro de coragem.
- De quem? De que? - Perguntei. Quem poderia mandar uma intimação para ela? O que ela poderia ter feito de tão grave?
- Dos meus pais. - Ela desaba ao terminar de falar. Eu a abraço com tanta força, que poderia me fundir a ela apenas para diminuir sua dor. Não queria que ela revivesse aquele inferno de novo.
- Vamos dar um jeito. Vou te ajudar no que for preciso. - Beijo seus cabelos e acaricio suas costas.
- E se eles tirarem meus filhos?! - Vejo seu desespero quando se desgruda de mim.
- Eu não vou deixar. São nossos. - Digo segurando seu rosto entre minha mãos. Encosto nossas testas.
CONTINUA?
ME DIGAM SE QUEREM LER O FINAL
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VÁRIOS ENCONTROS - Gabriel Barbosa
FanfictionUma empresária e chefe de cozinha, dona de redes de restaurantes, boates e bares pela América do Sul, que se tornaram muito famosos pelos países, que acaba virando patrocinadora de um time de futebol do Rio de Janeiro ao realizar o sonho de seu avô...