Capítulo 21

392 30 2
                                    

ARIZONA

— Está se doendo? — Francisca perguntou assim que entrei na cozinha.

— Do que está falando? — Franzi a testa. Realmente, não sei do que ela está falando. Abro a geladeira e pego minha garrafinha de água.

— Do Gabriel. — Revirei os olhos. Há semanas ela tenta me convencer a ir atrás dele. — Várias notícias dele com a tal de irmã do Neymar, eles vão ter filhos. — Nem fiquei surpresa, era meio óbvio que ela estava grávida.

— E o que tem? — Dias atrás, desde que o mandei embora, ele não deu as caras. Então deu certo. Bebi minha água.

— Que você gosta dele e vai deixar ele com aquela mulher lá. — Disse como se eu estivesse erradíssima.

— Ué, eu não quero ele. Não quero nenhum homem aqui em casa. Deixa ele com a família dele. — Falei e voltei para a sala.

GABRIEL

— Rafaella, nós não vamos ser uma família! — Gritei pela milésima vez com essa mulher. — Não é porque você vai ter um filho meu que nós dois somos da mesma família.

— Mas você não queria ter filho? — Falou como se tivesse feito por obrigação que eu estava querendo que ela fizesse há muito tempo. — Estou aqui te dando um filho. Dando a você o que queria.

— Eu não quero filhos com você, eu sei que você não quer, eu sei que você odeia criança. — Ela me olhou incrédula. — Se está esperando um pedido de casamento, isso não vai acontecer.

— Como assim, não vai me pedir em casamento, eu terei um filho seu! — Grita.

— Não é que você vai ter um filho meu, que a gente tem que casar, eu não sou obrigado a viver preso com você não. — Eu hein, viver com essa mulher vai encher o saco todo dia. — Vou dar o meu apoio total durante e depois dessa gravidez. Isso eu te garanto, mas não posso te garantir amor.

— Você vai se arrepender muito de ter feito isso. - Ela levanta do sofá, pega sua bolsa e seguiu até a saída, batendo os pés no chão com força.

— Pretende fazer o que agora. - Fabinho me perguntou. Eu acho que ele saiu da cerâmica, brotou do nada.

— Apenas dar o meu apoio e nada mais. — Suspirei e Fabinho sentou-se no sofá à minha frente.

— E como ficou um negócio com outra garota lá? — Arizona... Ela acha que funcionou o puxão de orelha dela. Ela que sonhe.

— Não vou desistir. Só tenho um problema que não deixa investir. — Falei, já pensando em planos para conquistá-la.

— Rafaella te ameaçou agora, acha que ela pode fazer algo? — Neguei.

— Ela está apavorada com tudo isso. Duvido muito. — Afirmei com certeza.

— Só faz o que quiser. — Levantou e saiu.

2 MESES DEPOIS

ARIZONA

— Me chamou para quê? — Perguntei assim que cheguei perto da mesa. Estamos em um restaurante distante da cidade. Me sentei, colocando a bolsa na cadeira ao lado.

— Consegui resolver todos os meus contratempos que estavam me impedindo de estar com você. — Ele começa e franzi a testa.

— Isso significa...? - Bebi um pouco de água, não criando muita expectativa.

- Quero começar algo sério com você e dessa vez do jeito certo. - Meu coração quase sair pela boca. Nos últimos meses ele mandava flores com cartões dizendo algo sobre ele. Claro, eu não respondia, mas uma espiã informava ele sobre as minhas reações. Francisca, obviamente.

- Gabriel, eu... eu não posso. - Me levantei desajeitada. - Eu.. Eu não consigo. - Peguei a bolsa.

- Arizona, como assim? - Também se levanta. - Como não consegue? - Me segurou pelo pulso.

- Eu já passei por muita coisa. - Confessei depois de um suspiro longo para tomar coragem.

- Conta para mim. - Levei o olhar até ele. Me olhando com expectativa, eu assenti.

- Não pode ser aqui, não pode cair na imprensa. - Digo aflita. Ele assente e não demora para sairmos do restaurante. Vou nervosa durante o caminho todo até o apartamento dele. E quando sentamos no sofá, suspirei para tomar coragem. Ele vai ser mais uma das poucas pessoas que sabem disso, e isso quer dizer que ele é importante suficiente para isso. Até demais.

- Pode me contar. - Ele pede tranquilamente como se eu não estivesse prestes a revelar meu maior pesadelo, que um dia foi real.

- Vou contar. - Levantei do sofá para dar uma enrolada e me virei para ele. - Alguns anos atrás, eu vivia um inferno.

CONTINUA... 



VÁRIOS ENCONTROS - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora