Capítulo 24

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2 meses depois 

GABRIEL

   Desde que Arizona me contou sobre sua história, estamos indo com calma. Já posso ir à sua casa sem causar desconforto a ela. Isso me deixa feliz. Fico feliz que ela esteja confiando em mim mesmo depois de tudo. A ouvir ela dizer essas coisas foi horrível, me contar a cada detalhe do que passou foi assustador, em pensar que ela não poderia estar aqui se não fosse seus filhos, seria horrível. Ela salvou os seus filhos, ela teve que amadurecer cedo para sobreviver. Ela foi forte, eu a admiro. Mas, saindo da minha vida amorosa, entramos na vida paterna. Rafaella está de cinco meses e parece que finalmente ela está aceitando o bebê, que ainda não descobrimos se é um moleque ou uma moleca. E sobre o assunto em ter filhos, perguntei sobre isso para Arizona e é por isso que estamos no seu escritório do restaurante.

- Não vai me responder? — Perguntei, sentando-me mais relaxado na poltrona.

- Meu bem, lembra quando me encontrou no ginecologista? — Perguntou meio receosa.

- Lembro, eu achava que estivesse grávida. — Na época, eu jurava que ela estivesse.

- Então, eu havia acabado de descobrir uma infecção. — Levanto na mesma hora.

— Está um DST e não me falou? Está maluca? — Elevei um pouco a voz. - E se adoeceu meu pau? Eu comentei que ele ficou assado? - Ela riu.

- Você que está maluco achando que eu faria isso. E não, não é uma DST. — Revirou os olhos, quase zombando de mim enquanto dizia.

- Então é o quê? - Franzi a testa esperando a resposta.

- Uma infecção que se espalhou pelo útero e ovários. - Revelou.

- O que quer dizer? - Cruzei os braços.

- Que se eu engravidar, que é bem raro, vou ter uma gravidez de risco para mim e para o bebê. Então, eu farei uma cirurgia para tirar tudo. — Disse calmamente, como se não fosse nada. Como assim ela não pode engravidar?

- Você não pode fazer isso, como vai me dar um bebê nosso? - Perguntei revoltado e ela rir desacreditada.

- Não posso fazer? - Ela riu. - Tem titica de galinha na cabeça? Vê se entende uma coisa. - Agora ela falou com raiva. - O corpo é meu e vou fazer a cirurgia. Sou eu que sinto a porra dessa dor, é meu corpo que ficaria mais fraco se a infecção se espalhar. E não sei porque está reclamando, você já tem um filho a caminho. Acho que você não pensa. - Se levanta de sua cadeira.

- Ari.. - Ela me interrompe.

- Vou ir trabalhar. - Falou, mas antes que passasse por mim entro em sua frente.

- Acho melhor darmos um tempo. - Me arrependo assim que falo. E ela ri novamente, desviando-se de mim, indo para a porta.

- Já não tínhamos nada, Gabriel. Faz o que quiser. - E saiu pela porta. Estávamos com tanta calma nesses dois meses que nos tornamos amigos primeiro, nem fomos para cama. Realmente de certa forma não tínhamos nada, mas para mim tinha.

ARIZONA

- Cadê o Gabriel? - Francisca pergunta assim que chego em casa.

- Manda mensagem para ele, você que é amiguíssima dele. - Ela vem me seguindo até a cozinha. Abro a geladeira e pego uma garrafa de água.

- Ué, o que rolou agora? - Se apoiou na pia.

- Aparentemente não sirvo mais para ele já que não posso dar um filho a ele. - Ela arregala os olhos.

- Você contou então? - Assinto. - Ele deve ter entendido errado. Ele não pode ser tão burro.

- Acho que ele é tudo. - Rio tentando não me importar. - Amanhã de manhã é a minha cirurgia e nem vou me importar com o que ele pensa.

- Não mesmo, dessa vez ele está errado. Não pensou na sua saúde. - Faço cara de surpresa totalmente encenada. Ela que é fã dele não está o defendendo? Chocada. - Não faz essa cara, só shippo muito vocês. Mas sou mais você. - Piscou para mim.

- Isso é programa de TV. 

CONTINUA...

VÁRIOS ENCONTROS - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora