A tensão aumentava a cada momento em que Ahri mantinha seu olhar sobre nós. Meus ossos tremiam sob o peso de sua intensa observação, mas lá no fundo, algo me dizia para não ceder ao medo. O sangue da fêmea morta no sofá escorria pelo queixo dela, manchando seu vestido brilhante, enquanto ela exibia um sorriso arrogante ao nos examinar cautelosamente.
Ahri era diferente do que eu imaginava, longe dos chifres e da pele macilenta. Sua face era encantadora, terrivelmente bela como nos contos. Evitei encarar seus olhos por muito tempo, mas mantive minha atenção em cada movimento dela enquanto se erguia com a postura de uma imperatriz. Ao meu lado, vi Leon cerrando os dentes enquanto encarava a fêmea, pronto para agir ao menor sinal de Nicholas.
— Tenho certeza de que se lembra das mortes que causou. — Nicholas falou, e os olhos brilhantes de Ahri se fixaram nele. — Viemos cobrá-la pelas doze vidas que nos foram roubadas. — Ahri inclinou a cabeça, deixando seus cabelos negros escorrerem como uma cortina.
— Ah, lembro-me do doce gosto do sangue de todos eles. — Ela riu, e senti meu sangue ferver. Leon avançou um passo, mas o braço de Nora o conteve. Ahri lançou-lhe um olhar de desprezo.
— Deveriam ir embora, meu trabalho ainda não terminou aqui. — Ela pegou um lenço branco e limpou em torno da boca suja de sangue. Maldita.
Puxei minha espada da bainha. — Você não irá a lugar algum. — Ahri me encarou, seus olhos percorrendo-me com um sorriso presunçoso. Senti uma vontade quase incontrolável de socá-la até que toda sua beleza se perdesse em hematomas.
Ainda nos fitando, Ahri estendeu as mãos à frente, e uma fumaça verde surgiu entre seus dedos. Todos se prepararam para se proteger, mas a fumaça se dissipou tão rápido quanto surgiu, revelando uma espada de lâmina curva em suas mãos.
— Se querem brincar, não vou impedir. — Seus dedos deslizaram pelo metal, e eu poderia jurar que vi um sorriso sinistro em seus lábios quando sua mão se fechou em torno do cabo ornamentado.
Meus olhos piscaram, e Ahri já estava trocando golpes com Leon. Ele lutava para conter seus ataques enquanto ela sorria, ciente de sua superioridade. Camilo avançou com fúria, mas Ahri desviou habilmente de seus golpes, mostrando uma velocidade sobrenatural.
Os poderes de Leon, Camilo e Ahri se chocavam em uma cacofonia de cores e barulhos. A música no salão encobria o som das lâminas, e nenhum dos convidados parecia suspeitar da batalha que acontecia sob seus narizes.
Leon lançava ondas de poder para ajudar, mas elas eram facilmente dissipadas pelo poder avassalador de Ahri. A adaga envenenada permanecia escondida em meu vestido, pronta para ser usada no momento certo. Eu tinha uma única chance.
A lâmina de Ahri estava incandescente, como se o fogo verde a envolvesse por completo, uma forma de magia que nenhum de nós poderia imaginar encontrar. A fêmea girou e sua espada acertou a coxa de Leon em um corte profundo, fazendo-o urrar de dor, enquanto Nicholas avançou com seu poder avassalador, o único capaz de conter Ahri.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DEMÔNIO DE AZAHARA
Fantasy+18 | Ahri Darfin está presa em um mundo onde suas mãos estão permanentemente manchadas com sangue inocente e seus olhos perdidos a humanidade. Possuída por um príncipe-demônio de outro mundo, ela é forçada a embarcar em uma jornada dolorosa em busc...