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Eu estava prestes a bater na sua porta quando Ahri a abriu com um rosto inexpressivo

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Eu estava prestes a bater na sua porta quando Ahri a abriu com um rosto inexpressivo. Com a mão levantada pronta para incomodá-la, notei sua aparência transformada por um simples banho. Ahri tinha se livrado do mau cheiro e do cabelo embolado, sua beleza imortal estava mais presente do que nunca. Os cabelos longos e lisos brilhavam juntamente aos seus olhos esmeraldas intimidadores.

Ela vestia as roupas que eu havia separado na noite anterior, uma calça marrom simples, botas de couro, blusa branca de linho e um sobretudo grosso para protegê-la do inverno incessante. Apesar de simples, Ahri não precisava de muito para deixar alguém sem fôlego ao contemplar sua aparência atraente.

A fêmea se satisfez com um cumprimento de cabeça e se enfiou de volta ao quarto. Entrei fechando a porta atrás de mim e fiquei surpresa ao me deparar com o quarto ainda impecável. A cama estava arrumada e nenhum objeto fora do seu devido lugar, sequer um vestígio de que alguém havia dormido aqui.

— Onde está minha espada? — Perguntou ela ao retornar do banheiro com uma expressão irritada.

— Muito bem guardada. — A olhei dos pés a cabeça mais uma vez. 

— Devolva. — Ahri mandou ao cruzar os braços e a luz da janela refletiu no verde-claro dos seus olhos.

— Não. — Encarei minhas unhas limpando uma sujeira invisível. — Demonstre que a merece de volta e pensarei no seu caso. — Falei despreocupada e preferi fingir não escutar o xingamento podre que a fêmea proferiu em meio um resmungo.

— Vamos, não tenho o dia todo. — Dei as costas saindo pro corredor e senti mais do que vi Ahri revirar os olhos enfurecida. 

Meio segundo depois a assassina me acompanhava seguindo o meu ritmo calmo. Atravessamos os longos corredores, uma hora ou outra acenando para os guardas e criados que passavam. Ahri surpreendentemente conseguia manter uma máscara falsa de "prima distante de Amelia" muito bem.

Percebi alguns machos e fêmeas investirem olhares mais demorados sobre a fêmea de cabelos como a noite estrelada e olhos vivos como chama verde. Mal sabiam eles a quem entregavam seus olhares mais charmosos.

De repente, me peguei pensando se Ahri realmente seria capaz de amar alguém. Sentir esse sentimento sem sofrimento, morte ou dor. Os contos sobre a fêmea diziam que ela não tinha a capacidade de sentir nada além de fome e raiva, então rezei para que fossem mentira, ou minha vida seria um verdadeiro inferno.

Ao passarmos pelo portal que dá acesso à sacada protegida por magia do inverno, meus amigos direcionaram os olhos com indiferença para a fêmea de pé ao meu lado. Leon foi quem mais demonstrou desgosto com a postura ereta e os lábios formando uma linha fina de desprezo.

— Bom dia. — Cumprimentei todos com um leve sorriso. Uma tentativa de chamar a atenção deles de volta a mim.

Sentei na cadeira de frente para Amelia e apontei para o assento vazio do meu lado direito. Ahri encarou todos nós por um instante e caminhou até a mesa com um andar feminino que já havia se perdido na minha memória. Às vezes me esquecia de tamanha sensualidade vindo da fêmea.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora