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O exército inimigo havia recuado

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O exército inimigo havia recuado. Com a ajuda dos guerreiros de Cal, eles foram pressionados a recuar com medo de uma derrota total. Uma solução temporária que precisaria de um plano em breve.

Boa parte dos moradores conseguiram fugir para a proteção das muralhas do castelo, enquanto outra pequena parte não conseguiu ser salva a tempo. E o restante que nem mesmo puderam agir, estavam encurralados em escombros, ou terrivelmente feridos.

Apesar de todas as mortes e perdas, Orton também havia sofrido as consequências. Conforme atravessei as esquinas, avaliando o caos, notei as construções em pedaços e escombros por toda parte. Os destroços são uma mistura de pedra, madeira e metal. Casas pegavam fogo enquanto sobreviventes tentavam apagar os danos com seus poderes elementais já esgotados.

Eu caminhava pelas ruas de Orton com uma capa preta presa em meus ombros. Meu ferimento na perna foi tratado por um curandeiro aprendiz e agora minha coxa estava coberta por trapos improvisados. Mais uma solução temporária para todos os problemas que surgiam.

Dois dias de pé e eu não havia pregado meus olhos sequer um segundo. Meu poder estava esgotado e minhas pernas não suportavam mais meu próprio peso. Um inferno para manter um reino intacto em troca da minha liberdade. Era isso que me motivava.

Quando gemidos de dor e um grito feminino arranhado roubou a atenção dos meus ouvidos, apressei meus passos em direção a um beco escuro o qual eu não enxergava o fundo.

A medida que meus passos silenciosos percorriam o pequeno caminho na escuridão, o aroma do sangue da fêmea me guiava no espaço. Segurei o cabo da minha espada mais forte ao sentir um cheiro esquisito que se confundia com o odor dos lixos ali.

— Quem está aí? — A voz falha do que parecia ser uma jovem perguntou por mim, mas ainda não tínhamos a visão uma da outra.

Uma goteira não muito distante ao lado esquerdo pingava contra um ferro e aquele cheiro esquisito continuava me incomodando.

— M-me ajude. — Seu pedido de misericórdia saiu arranhado e baixo. Escutei algum remexido de destroços e um novo gemido de dor seguido pela garota.

— Vim ajudar. Não se mova. — Minha voz saiu firme e deixei que minhas palavras alcançasse a garota para onde quer que ela estivesse.

Novamente aquele odor esquisito chegou ao meu nariz e dessa vez tive a certeza que uma sombra rápida passou em meio um pequeno rastro de luz que mal iluminava o beco.

Saquei a espada e firmei meus pés no chão ao olhar para os lados em busca de qualquer movimentação. Eu e a garota não estávamos sozinhas.

— Estou sem paciência e cansada. — Inclinei minha espada lentamente para a esquerda ao ouvir um arrastar de pé na escuridão.

— Recue com os seus se não quiser que eu conte suas costelas com minha faca. — Ameacei quem lá estivesse ali comigo. Eu odiava intrusos. Odiava jogos de suspense quando não era eu quem fazia.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora