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Só foi preciso passarmos pela porta de ferro do corredor para Amelia expor os dentes revoltada

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Só foi preciso passarmos pela porta de ferro do corredor para Amelia expor os dentes revoltada. — No que você estava pensando? Agindo sem nos consultar antes. — Amelia disparou com os olhos acinzentados cuspindo chamas prateadas e Camilo se pôs ao lado da fêmea em estado de alerta.

Massageei minha têmpora cansada da situação, eu só queria poder deitar na minha cama e esquecer da demônio que tem virado minha vida de cabeça para baixo.

— Não é lugar e nem hora para discutirmos. — Nora interrompeu a fêmea que encarou sua rainha com as sobrancelhas franzidas, ela tentava a todo custo controlar a indiferença pela minha decisão, mas eu faria tudo de novo se necessário.

Todos sabiam que Ahri não cederia, independente da liberdade valiosa que Nicholas tem oferecido, ela permaneceria firme até arrancar a última gota de cada um de nós.

— Lili. — Nicholas me chamou fazendo um sinal com a cabeça para que eu o acompanhasse. Meu irmão caminhou na frente e o segui deixando a fêmea zangada para trás.

O macho, de mesma linhagem de sangue que a minha, continuou a andar com seu paletó impecável. Alguns criados que passavam por nós, faziam reverências demoradas e respeitosas, enquanto Nicholas os dispensava com um sorriso curto e um aceno de mão.

Já eu, estava imersa demais nos meus próprios pensamentos para me lembrar de cumprimentar de volta todos eles. Ao passarmos pelos corredores extensos e atravessar o grande pátio do castelo, subimos os lances de escadas para alcançarmos o seu escritório de acesso restrito.

Os guardas em seus postos nos receberam com continências respeitosas muito antes de Nicholas puxar a chave do bolso da calça, ele girou o metal na fechadura com um clique e empurrou a porta de madeira entalhada. Nicholas seguiu para a sua mesa e se sentou na cadeira com pontas de corvo nos braços e acolchoado de cor preta.

Um dos guardas do lado de fora me encarou com as bochechas coradas ao me observar fechar a porta. Virei para encarar Nic inexpressivo e me acomodei no sofá posicionado no meio da sua sala.

— Deveríamos ter conversado antes. — Sua voz saiu calma e impassível ao girar seu anel de casamento no dedo repetidas vezes.

— Eu sei. — Admiti olhando de relance para a paisagem afora da janela, desejando que todos esses problemas se dissipassem como fumaça. A quantidade de neve diminuíra no último mês, mas o clima frio de cortar os ossos ainda permanecia.  

— Eu não entendo. — Murmurei como um pensamento alto e o macho continuou quieto, esperando eu falar tudo que precisasse. 

Um fiapo de seu poder percorreu pela sala e acendeu a lareira com meio pensamento. Rapidamente a sala se aqueceu e o agradeci mentalmente por isso.

Juntei minhas mãos sobre o colo. — Vejo a compreensão em seus olhos quando olha para ela, você está diferente desde aquele dia. — Olhei para meu irmão e um lampejo de tristeza percorreu no azul profundo de seus olhos estreitos.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora