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Era uma manhã tranquila, os raios do sol se infiltravam preguiçosamente pelas janelas do meu quarto, mas eu não me sentia tão bem quanto o dia que amanhecia lá fora

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Era uma manhã tranquila, os raios do sol se infiltravam preguiçosamente pelas janelas do meu quarto, mas eu não me sentia tão bem quanto o dia que amanhecia lá fora.

Ao retornar do banheiro e limpar o canto da boca com as costas da mão, ainda sentia uma estranha sensação de enjoo no estômago. Respirei fundo e me sentei na borda da cama, sentindo o peso do corpo, enquanto as lembranças dos pesadelos recorrentes que vinha tendo surgiam vagarosamente em minha mente.

Morte, perseguição, sangue, memórias enterradas do passado, figuras fraternas conturbadas e distorção da realidade. Cada noite se transforma em um turbilhão de confusão e terror, que me faz acordar encharcada de suor, madrugada após madrugada.

Apesar de manter uma rotina de treino físico e uma alimentação regrada constantes, eu não entendia os pequenos mal-estares que se tornavam cada vez mais frequentes. Por isso, decidida a me livrar de uma vez do enjoo irritante, parti em direção à cozinha e mergulhei folhas de chá em água fervente.

Dentro de alguns minutos, a água transparente tomou uma cor alaranjada e adicionei três colheres de mel, junto com uma pitada de açúcar, para tornar a bebida menos desagradável. Assoprando as espirais de ar quente da xícara, provei um gole do chá e me encostei no balcão, conforme o líquido quente acomodava-se dentro de mim.

Mesmo sendo muito cedo, minha audição feérica conseguiu captar os sons de passos se aproximando da porta da minha casa, como se realmente quisessem anunciar a chegada. Pacientemente, continuei sorvendo o meu chá, conforme esperava a criatura matinal chegar aonde desejava.

Então, duas batidas firmes na porta após cinco longos segundos da sombra parada na entrada. Em um suspiro, apoiei minha xícara de volta ao balcão e caminhei até a porta, girei a chave e puxei a maçaneta, me deparando com um feérico de cabelos castanhos e olhos jovens demais.

Ao me ver, o garoto empalideceu e abriu e fechou a boca três vezes antes de finalmente dizer: — Bom dia, senhorita Darfin. — Ele estendeu uma caixa preta com laço vermelho na minha direção.

O inconfundível cheiro que emanava da encomenda já me dizia o suficiente, mesmo assim, ainda perguntei: — O que significa isso? — Encarei diretamente seus olhos de forma proposital, me deliciando com seu nervosismo exagerado perante minha presença.

— É uma entrega do castelo, s-senhorita Darfin. —Disse ele trêmulo.

Deixei que segurasse a caixa no ar por mais alguns segundos, enquanto o meu olhar se tornava um peso sobre ele. Exatamente trinta segundos depois, tomei a caixa com ambas as mãos e bati a porta na sua cara, saboreando a certeza de que ele correria para espalhar meu comportamento assustador por toda Orton.

Me esquecendo completamente do meu chá sobre o balcão e do enjoo que tirava meu sério, sentei-me no sofá e apoiei a caixa sobre a mesinha, puxando o laço com ansiedade enquanto sentia o cheiro de Lilian tomar meu nariz.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora