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— O que você fez? — Lilian apertou seu braço contra o meu peito

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— O que você fez? — Lilian apertou seu braço contra o meu peito. Sua voz saiu grave e seus olhos dourados pareciam chamas vivas ao me encarar com ódio. 

— Só fiz o que me pediu, princesa. — Sorri ao segurar seu braço para que me soltasse, mas Lilian nem sequer se moveu. 

— Não faça nada que não esteja ao alcance dos meus olhos. — Ela me apertou mais um pouco e seu hálito fresco alcançou em meu rosto. — Preciso te lembrar quantas vezes que arrancarei sua cabeça se sequer dar um passo errado? — Lilian cerrou os dentes. Tomei certeza que aquela caverna a tirava do sério, não o lugar, mas as pessoas que viviam presas ali.

Segurei seu braço com força e o girei ao ponto de arranca-la uma expressão de dor ao se afastar com a outra mão tentando suavizar a dor em uma massagem.

— Não, Lilian. — Tirei meus cabelos dos ombros com as mãos, deixando-os caírem para trás. — Vocês nunca conseguiriam me matar. — Ela me olhou com raiva.

— É você quem está em nossas mãos, nunca o contrário. — Lilian deu um passo na minha direção, apontando o dedo indicador no meu rosto. Em outro momento, eu a teria feito engolir esse dedo a força.

Soltei uma risada venenosa que meses atrás fizera um macho se mijar nas calças ao sair correndo. — Não me entenda mal, docinho. — Encurtei a distância entre nós ao ponto de nossas respirações se misturarem.

— Vocês só continuam vivos porquê ainda quero minha parte do acordo. — Inclinei a cabeça para o lado. — Sem isso, você e essa cidadezinha ridícula não passariam de cinzas esquecidas no passado. — Lhe encarei os olhos. — Você me entendeu bem? — Lilian deu dois passos para trás e sua postura mudou conforme ficou alerta com minhas palavras.

— Eu já contei o quanto é patética? Levando uma inimiga para o meio do seu povo, arriscando a vida de todos eles... E pelo quê? — Voltei a me aproximar dela com os passos lentos e calculados. Cada palavra proferida era intencionalmente parecida com um chicote, afim de arrasa-la por completo.

— Oras, Vossa Alteza tem tanta coragem em encher o peito de orgulho para me ameaçar com uma decapitação, não é mesmo?! — Passei a língua sobre meus lábios levemente, umedecendo minha boca seca devido ao frio. — Não me faça rir, querida. Você é fraca. Ainda não percebeu isso? — Lilian não me deu tempo de reação, apenas senti minha bochecha esquentar ao enxergar Lilian com a mão estendida, tão vermelha quanto estaria meu rosto agora.

A desgraçada havia me dado um tapa em cheio. E a área atingida ardia como fogo.

— Tome cuidado com sua língua. — A princesa contraiu a mandíbula e se afastou cerrando os punhos. Por sorte, meu bom humor estava sólido o suficiente para não me importar com o pequeno tapa repentino. Lilian podia ser mais corajosa do que pensava.

— Entende que eu poderia ter movido minha mão e arrancado o seu coração em um piscar de olhos, não é? — Usei um tom de voz propositalmente mais baixo. Já que acabei descobrindo por acaso que era esse tipo de tonalidade que a deixava fora de controle. 

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora