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O dia havia amanhecido mais belo do que qualquer raio de sol vivenciado por mim nos últimos seiscentos anos

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O dia havia amanhecido mais belo do que qualquer raio de sol vivenciado por mim nos últimos seiscentos anos.

Ao despertar ao lado de Lilian, em sua cama, ao invés da mesa de jantar em que nos amávamos horas atrás, contemplei seu rosto sereno e calmo, enquanto adormecia lindamente sobre um amontoado de lençóis macios e sedosos.

Afastando seus fios loiros do rosto, acariciei a pele rosada de sua bochecha, então tracei meus dedos em sua sobrancelha e nariz, sorrindo ao vê-la franzir o cenho por meio segundo.

Os raios matinais preguiçosos infiltravam-se pela pequena fresta das cortinas do quarto e iluminavam um filete da cama, fazendo os cabelos de Lilian brilharem como ouro derretido.

— Você é tão linda... — Sussurrei para que não a despertasse enquanto apreciava os cílios longos e loiros que adornavam seus olhos fechados.

Enquanto descia minha mão do seu queixo para o seu pescoço lentamente, apreciando a maciez de sua pele, Lilian se inclinou na minha direção e passou o braço pela minha cintura, me puxando para perto por baixo do enorme edredom.

O calor do seu corpo nu aqueceu o meu e suspirei em satisfação conforme seu rosto se acomodava no meu pescoço, enquanto a loira parecia despertar lentamente.

O que eu havia feito no mundo para merecer o paraíso? Os deuses nem mesmo gostam de mim.

— O seu cheiro é maravilhoso... — Ela disse com a voz abafada e rouca, apertando o braço ainda mais envolta a minha cintura.

— Bom dia, Majestade. — Sussurrei perto ao seu ouvido e Lilian riu baixinho, deslizando as mãos em minhas costas em um movimento de vai e vem delicado.

— Bom dia, meu bem. — Lilian sussurrou de volta, me trazendo um arrepio que me fez morder o lábio inferior.

— Quer tomar banho comigo? — Ela perguntou ainda com o rosto enterrado entre meu ombro e queixo.

— Estou ouvindo certo? Lilian Z'Bary está me convidando para um banho? — Debochei, deslizando meus dedos em seus cabelos.

— Milagres acontecem. — Lilian respondeu, descendo a palma da mão quente até o limite da minha lombar. — E, quero aproveitar o tempo com você antes de me enfiar no meu escritório pelo resto do dia.

— É uma justificativa plausível. — Afastei seu rosto para encarar seus olhos cheios de preguiça e sorrimos uma para a outra, memorizando as feições e os pequenos traços de cada uma.

Em meu coração, um sentimento de paz se instalava ao pensar que eu poderia acordar com essa visão todas as manhãs: viver e sonhar constantemente como uma pessoa normal.

Eu não precisaria mais me preocupar com o fato de estar sozinha no mundo ou de não saber para onde ir. Agora, bem ali, encarando seus olhos dourados, eu sabia que não precisaria temer mais nada.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora