O desgraçado se recostou na poltrona e seus lábios se repuxaram em um sorriso. — Você está enganado. — Ele ronronou a Nicholas — A guerra dos Camokyanos é contra vocês. Contra Orton. — Ele apontou o dedo magro na direção da corte espalhada na mesa.
Vi pelo canto dos olhos a postura de Lilian mudar para tensa quando perguntou: — Do que está falando?
— Estão mais desinformados do que previ. — Um comentário arrogante, uma tentativa de mostrar um pouco mais de poder e controle. Tão previsível.
Amelia suspirou com frustração e segurei minha taça, satisfeita em assistir ao jantar.
— Eu sabia. — Murmurou a fêmea de cabelos curtos e olhos acinzentados, a mais velha entre eles. — Apesar de duvidar que seriam tão insistentes mesmo após todo esse tempo.
— Parece que alguém fez o dever de casa. — O tom de escárnio de Callan ocasionou em um olhar afiado vindo de Amelia. E antes de exigirem uma explicação, ela se adiantou em explicar.
— Seus ancestrais guerrearam contra os Camokyanos nos tempos antigos, os deixando vulneráveis e desprovidos de recursos por anos. — Mais uma vez, enxerguei de canto Lilian abaixar a cabeça, imersa nas profundezas dos próprios pensamentos.
— Talvez essa guerra seja um ato de rebeldia contra Orton, uma vingança por um passado inacabado.
— As merdas feitas por Cal sempre nos dando dores de cabeça. — Camilo resmungou ao lado de Amelia e Nicholas permaneceu impassível diante da revelação.
— Isso insinua que não está disposto a se juntar a uma guerra que não é sua. — Nicholas disse o óbvio, olhando para Callan que balançou a cabeça, assentindo.
— Ah?! Ele vai. — Os olhos verdes de Callan odiosamente parecidos com os meus se direcionaram a mim com minhas palavras convictas.
Até mesmo Lilian que parecia perdida nos próprios pensamentos, me encarou de sobrancelhas arqueadas.
— Como? — O Rei perguntou.
Segurei nas bordas da mesa ao levantar e me inclinei sobre a mesa, sem quebrar o contato visual com o macho desprezível do meu passado. Para a sorte de Lydia, escolhi ignorar o revirar de olhos que percebi fazer discretamente.
— Não estou aqui em vão, Callan. — Comecei a contornar a mesa, arrastando meus pés no chão de mármore.
— Você irá enviar seu exército para a batalha. — Deslizei a ponta dos meus dedos sobre o encosto da cadeira de Lydia que enrijeceu a postura.
— E por que eu faria isso?
Sorri.
Me coloquei atrás da poltrona de Callan e fechei minhas mãos em seus ombros ao me inclinar até o pé de seu ouvido. Fazia muito, muito tempo desde a última vez que cheguei tão perto dele.
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DEMÔNIO DE AZAHARA
Fantasy+18 | Ahri Darfin está presa em um mundo onde suas mãos estão permanentemente manchadas com sangue inocente e seus olhos perdidos a humanidade. Possuída por um príncipe-demônio de outro mundo, ela é forçada a embarcar em uma jornada dolorosa em busc...