23

2.3K 318 87
                                    

O desgraçado se recostou na poltrona e seus lábios se repuxaram em um sorriso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O desgraçado se recostou na poltrona e seus lábios se repuxaram em um sorriso. — Você está enganado. — Ele ronronou a Nicholas — A guerra dos Camokyanos é contra vocês. Contra Orton. — Ele apontou o dedo magro na direção da corte espalhada na mesa.

Vi pelo canto dos olhos a postura de Lilian mudar para tensa quando perguntou: — Do que está falando?

— Estão mais desinformados do que previ. — Um comentário arrogante, uma tentativa de mostrar um pouco mais de poder e controle. Tão previsível.

Amelia suspirou com frustração e segurei minha taça, satisfeita em assistir ao jantar.

— Eu sabia. — Murmurou a fêmea de cabelos curtos e olhos acinzentados, a mais velha entre eles. — Apesar de duvidar que seriam tão insistentes mesmo após todo esse tempo.

— Parece que alguém fez o dever de casa. — O tom de escárnio de Callan ocasionou em um olhar afiado vindo de Amelia. E antes de exigirem uma explicação, ela se adiantou em explicar.

— Seus ancestrais guerrearam contra os Camokyanos nos tempos antigos, os deixando vulneráveis e desprovidos de recursos por anos. — Mais uma vez, enxerguei de canto Lilian abaixar a cabeça, imersa nas profundezas dos próprios pensamentos.

— Talvez essa guerra seja um ato de rebeldia contra Orton, uma vingança por um passado inacabado. 

— As merdas feitas por Cal sempre nos dando dores de cabeça. — Camilo resmungou ao lado de Amelia e Nicholas permaneceu impassível diante da revelação. 

— Isso insinua que não está disposto a se juntar a uma guerra que não é sua. — Nicholas disse o óbvio, olhando para Callan que balançou a cabeça, assentindo. 

— Ah?! Ele vai. — Os olhos verdes de Callan odiosamente parecidos com os meus se direcionaram a mim com minhas palavras convictas.

Até mesmo Lilian que parecia perdida nos próprios pensamentos, me encarou de sobrancelhas arqueadas. 

— Como? — O Rei perguntou.

Segurei nas bordas da mesa ao levantar e me inclinei sobre a mesa, sem quebrar o contato visual com o macho desprezível do meu passado. Para a sorte de Lydia, escolhi ignorar o revirar de olhos que percebi fazer discretamente. 

— Não estou aqui em vão, Callan. — Comecei a contornar a mesa, arrastando meus pés no chão de mármore.

— Você irá enviar seu exército para a batalha. — Deslizei a ponta dos meus dedos sobre o encosto da cadeira de Lydia que enrijeceu a postura.

— E por que eu faria isso? 

Sorri.

Me coloquei atrás da poltrona de Callan e fechei minhas mãos em seus ombros ao me inclinar até o pé de seu ouvido. Fazia muito, muito tempo desde a última vez que cheguei tão perto dele.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora