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— Ad servitium tuum, Maiestas

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— Ad servitium tuum, Maiestas. — Com delicadeza, a curandeira de estatura baixa e esguia deixou o quarto após habilmente restaurar a pele da minha perna e purificar meu corpo de quaisquer doenças debilitantes.

Com mãos mágicas e brilhantes, proferindo algumas palavras em outra língua, minha pele tornou a ser lisa e macia, desfazendo-se de qualquer queimadura e cicatriz grotesca.

Enquanto sentia meu corpo ainda cansado, dirigi meu olhar em direção à porta do banheiro, onde Ahri havia se retirado há uma hora. No entanto, durante todo esse período, ela permaneceu em completo silêncio, sem dar qualquer indício de sua presença.

Contragosto, levantei da cama sentindo minha perna revigorada e caminhei até a porta do banheiro, aproveitando para dar duas batidas leves na madeira entalhada.

— Ahri?! — Chamei por ela, mas nem mesmo os sons de água chegavam até mim.

— Alguma formiga monstruosa te engoliu aí dentro? — Tornei a perguntar com divertimento e apenas o silêncio me respondeu de volta.

Sem exatamente pensar muito sobre minha ação, alcancei a maçaneta rústica e abri a porta devagar, colocando minha cabeça para dentro a fim de encontrar algum par de orbes verdes e maliciosos.

E foi no exato momento que bati os olhos em uma Ahri adormecida, completamente nua e relaxada sob a água fumegante da banheira. Seus cabelos estavam molhados e jogados para trás, os olhos fechados e os lábios entreabertos enquanto respirava calmamente.

A água límpida e translúcida me presenteava com uma visão fascinante, na qual eu podia contemplar cada curva e detalhe do seu corpo. De repente, como se sentisse meu olhar recaído sobre si, seus olhos lentamente se abriram e Ahri me encarou inexpressiva.

Travada na porta, ainda segurando a maçaneta, observei a feérica de cabelos escuros juntar as sobrancelhas para mim, então me adiantei em me explicar da forma mais tola possível.

— Achei que tivesse sido sequestrada por alguma formiga assassina. — Confessei, achando a melhor desculpa que poderia formular em um curto tempo sob o efeito do seu olhar.

Tão lenta e relaxada quando abriu os olhos, Ahri desceu sua atenção até minha perna livre de queimaduras, escondendo um meio sorriso através dos lábios rosados e carnudos.

— Você deveria tomar um banho. — Ela sugeriu.

— Eu? — Involuntariamente, senti meu rosto adquirir uma ardência e vermelhidão familiar.

— Há mais alguém nesse cômodo? — Ahri alfinetou no tom de sempre, olhando ao redor da forma mais debochada que podia.

— Cale a boca. — Respondi ao fechar a porta atrás de mim, aproveitando para reunir a coragem que me faltava.

— Existem formais mais eficientes de me calar. — Ahri sorriu como o diabo ao enrolar o próprio cabelo no dedo indicador, olhando no fundo dos meus olhos.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora