+18 | Ahri Darfin está presa em um mundo onde suas mãos estão permanentemente manchadas com sangue inocente e seus olhos perdidos a humanidade. Possuída por um príncipe-demônio de outro mundo, ela é forçada a embarcar em uma jornada dolorosa em busc...
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Quando precisei entregar o maldito vestido a Ahri, eu não sabia se deveria ter visto o que vi.
Ahri sabia como tornar um clima constrangedor e o fato de ter deixado o lençol cair propositalmente do corpo dizia muito sobre o que eu pensava. A visão da sua bunda nua não foi uma coisa fácil de apagar da mente, e mesmo quando cavalgamos pelas ruas de Kantis, a cena de suas costas ainda perturbava minha cabeça.
Suas curvas bem demarcadas, a pele clara como neve e os sinais perdidos nas costas que pareciam constelações no céu me perturbaram pelo resto da viagem.
Passei a mão no cabelo em uma tentativa de afastar os pensamentos indesejados. Eu sentia meu corpo quente, mas sabia que não devia ao fato do sol no inverno.
Mesmo que levar uma inimiga para a cama fosse uma coisa absurda e até contraditória, eu me sentia levemente tentada toda vez que Ahri me acertava com seu lado indiscreto. Mas, não passava do meu instinto feérico e nada mais.
Eu me sentia encantada com Kantis, lembro vagamente de andar por essas ruas enquanto acompanhava Nicholas em seus treinos para a coroação. As cores douradas sempre foram a característica principal do reino, as pilastras ornamentadas, as bandeiras, os rios que cortam as ruas lindamente, proporcionando uma brisa fresca contínua.
Adentramos aos corredores imensos do castelo sendo escoltados por guardas de armaduras brilhantes e polidas. Olhares curiosos de nobres eram direcionados a nós, principalmente a Ahri que mantinha sua identidade oculta por baixo de uma capa preta.
E apesar de não mostrar o rosto, apenas a presença do poder de Ahri era necessário para afastar qualquer um que tivesse consciência do perigo.
Notei Nicholas fazer um sinal discreto para Ahri que começou a se distanciar de nós, dobrando em outro corredor sem ser percebida pelos guardas. Ao voltar a olhar para frente, Nic me enviou um olhar compreensível que me pedia para não me preocupar com aquilo.
Fomos acompanhados até a sala do trono, os guardas abriram as portas enormes feitas de ouro e revelaram um macho de manto dourado sentado em um trono de ferro. O sol da manhã iluminava o salão através das enormes janelas, refletindo no dourado e transparecendo um ar celestial natural ao ambiente.
Caminhamos até o meio do salão e reproduzi junto com os outros, uma reverência curta ao Rei sentado a nossa frente.
Nicholas tomou postura. — Callan. — Meu irmão cumprimentou o macho imóvel no trono que inclinou a cabeça para o lado, analisando cada um de nós. Estranhei algo em suas feições sólidas, uma sensação familiar em seus olhos verdes.
— Nicholas. — Uma pausa dramática. — A última vez que o vi não passava de uma criança. — A voz rouca de Callan ecoou pelo salão e os guardas que nos escoltavam se posicionaram nas paredes.
