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Com os cabelos trançados para trás e segurando as rédeas até os nós dos dedos ficarem brancos, eu galopava com Seraphim, cortando o vento a medida que meu coração ameaçava sair pela boca

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Com os cabelos trançados para trás e segurando as rédeas até os nós dos dedos ficarem brancos, eu galopava com Seraphim, cortando o vento a medida que meu coração ameaçava sair pela boca.

Meus amigos em seus próprios cavalos pareciam vultos na minha visão periférica. Nada importava agora, precisávamos chegar em Orton a tempo de evitar o desastre.

Na pior das hipóteses, Ahri teria fugido e nem mesmo alertado Nora sobre o perigo. No melhor dos casos, as duas estariam tentando segurar as pontas com o que podiam.

A noite fria já pintava o céu e não havíamos feito sequer uma pausa, os cavalos já apresentavam sinais de cansaço e meu corpo berrava por alguns minutos de repouso.

— Por aqui! — Leon gritou para outro atalho e nossos cavalos seguiram em conjunto. O Lorde parecia determinado a chegar em Orton tanto quanto a mim.

Eu odiava essa lentidão, o cansaço nos obrigando a parar. Quando o cavalo de Amelia já não conseguia mais nos acompanhar, Nicholas ordenou que todos fizessem uma pausa.

Camilo arriscou acender uma fogueira e juntos permanecemos ao redor dela, rezando para todos os deuses que escutassem nossas preces e salvasse meu povo.

Nossa casa.

Nicholas, Amelia e Camilo cochilaram encostados em pedras, troncos e até mesmo em um punhado de folhas. Enquanto isso, eu permanecia sentada sobre a grama seca, abraçando meu próprio corpo sem conseguir pregar os olhos.

A floresta Alder parecia um poço vazio de puro silêncio, nem mesmo as aves se moviam entre os galhos e as corujas pareciam felizes em permanecerem caladas e observadoras.

Meu coração ardia com uma dor de perda e inutilidade terrível, minha mente criava os piores cenários que eu poderia encontrar Orton, muito provavelmente ao chegar tarde demais. Eu rezava para a deusa que sempre esteve ao meu lado para que o poder de Ahri fosse usado não para o caos, mas para salvar meu povo. Meu lar.

Ela seria capaz disso?

Do outro lado da fogueira que transmitia um fogo que estava longe de ser reconfortante, Leon bateu seu casaco para afastar a poeira. Ele caminhou até mim com os passos silenciosos, então se sentou ao meu lado com um suspiro pesado.

— Aqui, vista isso. — A voz de Leon saiu baixa e sólida como uma rocha. Suas mãos gentis cobriram meus ombros com seu casaco de couro, então segurei o tecido e puxei para mim ao sentir o calafrio passar um pouco.

Concedi a ele um sorriso breve em agradecimento e voltei a encarar a chama ardente da fogueira.

— Acha que ela fugiu? — Leon segurava um galho pequeno enquanto traçava linhas na terra.

— Não sei te responder. — Confesso ao observar o desenho que ele fazia com o galho. O brasão da família Crawford.

— Irei caça-la e queima-la viva caso tenha fugido. — Disse o Lorde de forma determinada ao largar o galho e olhar para mim com os olhos de avelã severos.

DEMÔNIO DE AZAHARAOnde histórias criam vida. Descubra agora