El Amor Cambia de Piel - Livro 1

● Treze

Algumas semanas depois

Abro os olhos bem lentamente e percebo que há uma claridade chatinha sobre o meu rosto, então viro de lado, enfiando a cara no travesseiro que tem o delicioso cheiro dele.

Por isso que eu amo dormir aqui!

─ Você vai se atrasar, doutora dorminhoca!

Puxo o lençol até as orelhas e resmungo para ele e em troca ouço sua risada, logo em seguida o lençol é puxado e meu corpo nu fica completamente exposto, porém, ainda demoro um pouco para me mexer, porque simplesmente estou exausta demais para isso.

Por mim eu dormiria o dia inteiro!

─ Vai pro inferno! ─ Murmuro, virando-me, abrindo os olhos só um pouquinho.

Por entre os cílios consigo ver a figura dele parada ao lado da cama. Ruggero já está completamente vestido. Terno, gravata, calça social, cabelo bem penteado. O perfeito CEO dos meus sonhos.

Quase suspiro.

Quer dizer, acabo suspirando como uma tola porque percebo que está segurando uma bandeja nas mãos.

─ Não seja teimosa, senhorita Sevilla. Você me pediu para te acordar bem cedo, não se lembra?

Esfrego os olhos e a contragosto me sento.

─ Dá próxima vez me deixe dormir a noite inteira, aí sim eu vou me lembrar de algo quando acordar.

Ele volta a rir, sentando-se na beirada da cama, pousando a bandeja bem recheada de comida na mesinha ao lado.

─ Que reclamona! ─ Graceja, arrastando-me por cima dos lençóis até estar bem perto dele. Suas mãos deslizam pelas minhas coxas nuas. ─ Não posso fazer nada se você tira o meu sono a noite inteira. O mínimo que posso fazer é retribuir.

Abano a cabeça.

─ Dormir com você está acabando comigo, sabia? Vou começar a passar todas as noites em casa.

─ Você só passa umas duas noites por semana aqui. Como pode achar que isso é muito? Já está sendo um sacrifício os outros dias sem você aqui.

Não sou capaz de barrar o meu sorrisinho apaixonado.

Preguiçosamente o puxo para um beijo, sendo içada por seus braços fortes, sentando em seu colo com uma perna de cada lado, deixando que seu perfume caro me envolva, deslizando as mãos por seu terno de tecido elegante feito sob medida – mas que eu já quero arrancar.

No meio do beijo, Ruggero me dá uma palmada na bunda e afasta a boca, tentando controlar a situação.

─ O que foi, engenheiro? ─ Brinco, percebendo sua face rubra de excitação.

Ele meio que ri e meio que faz uma careta engraçada.

─ Tenho uma reunião com um cliente daqui vinte minutos. ─ Diz num tom sofrido que me faz rir. ─ E você, sua pervertida, disse que ia ao fórum, lembra? Seu pai ia te esperar lá.

Jogo a cabeça para trás e solto um grunhido de insatisfação, tal qual uma garota mimada. E sei que isso não é nada maduro, porém, a última coisa em que penso é em ir trabalhar quando estou com esse homem na minha frente; principalmente nessa situação em que estamos agora.

Ele todo sério, bem vestido... E eu nua. Entregue. Do jeito que sei que ele gosta – e que aprendi a gostar também.

─ O fórum é só depois das nove. Ainda tenho tempo para comer alguma coisa e me arrumar. ─ Retruco. ─ Já deixei toda a papelada que vou levar pronta ontem. Sou muito eficiente, meu querido.