Capitulo 54

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L7

Num falei que ia achar os filhos da putas que mataram minha coroa? Achei, pô. Já mandei vasculharam tudo e tô movendo minhas peças, vai tomar no cu. Vai morrer os dois e toda a geração antes e depois deles.

Já tô arquitetando esse bagulho a papo de meses, hoje mesmo já dei o primeiro susto mandando os moleque botar fogo na casa do Silveira. Geral na calada, madrugada, as criança tudo dormindo, ele na rua, só quem estava era a mãe e as crianças.

No crime se você tem pena de matar, então não pode reclamar no dia de morrer e pedir misericórdia para Deus ou seja lá no que acredita. Eu não tenho pena, pode ser quem for, vou está matando e foda-se as consequências.

Só nessa brincadeira de fogo morreu as duas crianças, 95% do corpo carbonizado. A mulher tá com 60% do corpo queimado e em estado grave, agora tô aqui com o mano VT e o piloto em frente ao cemitério, tá cheio essa porra. Mas pelo que vi tinha mais família, tá ligado? Aproveitar que já estão no cemitério, para a metade de juntar com as crianças

VT: Tem certeza dessa porra? Sabe que não tem solta esse bagulho né? Tu vai entrar na área deles, moleque. Pensa bem, meu cria. Já matou as cria lá, pô.

L7: Tá com pena leva pra casa, porra. Na hora de matar minha coroa ninguém teve pena não, ele vai ver a família toda morrendo e vai continuar vivo pra saber o que é sofrimento de verdade.

Só ajeitei a pistola na cintura e os menor colocaram o bico do fuzil pra fora do carro, afirmei com a cabeça para eles e sai do carro todo de preto e com o cordãozinho de ouro, enterrei o boné na cara também preto e caminhei até o cemitério vendo como, geral chorando, caixão fechado. Mas é aquilo, você tem que pensar dez vezes com quem tu tá mexendo.

Assim que vi o Silveira, me aproximei de cantinho, sabia que aqui tinha os cara de confiança dele por isso os meu de fé tava lá fora esperando só o sinal.

L7: Boa tarde sargento, maior covardia que fizeram com tuas filhas, pô.- Me aproximei quando ele sentou no lado do caixão das filhas e me sentei em seu lado, na hora que ele me olhou, parecia que ia sair do rosto os olhos, pô. Gosto assim.

L7: É foda mermo esse bagulho, a vida é uma só. Né não? Já estive no mermo lugar que tu, mas na minha vez, eu só pensava em matar quem tinha tirado minha coroa de mim, tu deve tá pensando no mermo. A diferença de nos dois, é que eu sei com quem tô mexendo. Tá ligado?

Na hora que ele ia fazer alarde, eu já coloquei a pistola na cintura dele disfarçado e joguei meu braço no ombro dele, ninguém tava nem prestando atenção no que tava acontecendo.

Silveira: Você é um filho da puta mesmo, como ousa vim no enterro das minhas filhas? Elas eram tudo o que eu tinha na vida, eram minhas princesas. Eu vou te caçar, vou atrás de você, vou descobrir quem você é e vou te matar pode anotar.- ele disse entre dentes e me olhou, dei um sorriso de lado afirmando a cabeça.

L7: Família bonita, pô. Mãe viva, dona Mariangela tá bem? Esses dias foi pro hospital, até me preocupei, pô. Mãe é sagrada, tá ligado? E o paizão? Tá tranquilo né, churrascaria todo final de semana. Dá valor, sargento. Porque vou fazer questão de você enterrar todos eles, um a um. Se eu fosse você, ligava para o hospital que tua mulher tá. Estado grave, né não? Foda.

Menor, o cara tava pálido, achei até que tinha matado o cara antes da hora. Vou falar não, antes de brotar aqui fui na minha mulher e falei que amava ela. Infelizmente isso é um bagulho que eu jurei que faria, com ou sem ela na minha vida.

L7: Grava bem o rosto de quem vai matar tua família toda e no final você vai implorar pra mim te matar, mas tu vai ficar vivo, carregando a culpa porque se todos eles morrerem pelas minhas mãos, foi por culpa sua. Acho melhor não chamar atenção, tô doido pra fazer você gastar mais dinheiro pra caixão. Esquece não, liga pro hospital.

Guardei minha arma enquanto ele tentava se manter sério e não fazer nenhuma merda, me levantei e tirei um lenço do bolso, toquei em um dos caixões das crianças e balancei a cabeça olhando ele. Saio pelo mesmo jeito que entrei no cemitério.

Quando me afastei um pouco das pessoas, já dei o sinal para o piloto ligar o carro e o VT saiu com a máscara na cara. Tirei a pistola da cintura e coloquei uma máscara também, na parte do velório não tem câmera em respeito os familiares, mas onde eu tava já tinha câmera, e logo eu vou dar esse mole? A partir dali já comecei a disparar em direção às pessoas, assim como o VT.

Começou uma chacina de verdade mas sei que pelo menos eu não acertei muitos parentes dele, mas o VT tava sem trava no dedo. Papo reto, foi aí que os cu azul começaram a reagir e puxaram para atirar em nós também, mas não dava não, só eu e VT já tinham feito um estrago naquele enterro.

E enquanto isso tava acontecendo, a mulher dele já estava morta porque minha parelha que tem contato no hospital já mandou até com Deus aquela maldita, que se foda. Na minha vez ninguém teve pena!

Quando a munição acabou eu já entrei correndo no carro do piloto e VT veio atrás, os cara ainda tentaram mas ficaram pra traz. Até pegarem carro, ou o caralho que fosse, nos já tava longe.

Piloto: Caralho, vocês só me metem em merda. Papo reto, tem que se livrar desse carro logo. Ele vai acionar a policia.

Tempos depois o carro já tava em chamas e nós na mata para voltar para o morro, sabe qual é do caô? O cara não tem meu nome, não sabe da onde sou, não sabe se sou envolvido, nada! O cara tem nada contra mim, ninguém tem. Foi tudo calculado, tudo pensado por meses. Eu não ia dar mole assim mermo, troquei de roupa na mata mesmo e coloquei uma bermuda jeans e uma blusa cinza.

VT: Taça a roupa aqui e joga fogo também, quero so ver a dor de cabeça que vai ser para segurar as pontas na favela.

Piloto: Foi a vingança do mano, eu no lugar tinha feito pior, mas nós segura as pontas lá no chapadão. Nunca invadiram, nunca nem conseguiram. Lá é grande pra caralho, quero vê tentar.

VT pegou as roupas e eu joguei a toalhinha também e ele tocou fogo logo, tava doido pra voltar pra favela e vê a dona, pô. Sensação de dever cumprido, papo reto. Mas isso é só o começo, porque ainda falta mais.

Vivaz (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora