Celina
5 anos depois
Celina: Cadê o Guzmán? - pergunto para a Márcia.
Márcia: O mini bonitão ? Tá brincando lá fora. - responde me ajudando a preparar as coisas para cantar os parabéns.
Celina: Cláudia pega ele lá pra mim. - digo para a babá.
Hoje meu filho, Guzmán Júnior Andrade estava completando 4 anos de vida.
Celina: Oí meu amor. Tá na hora de cantar os parabéns. - pego ele do colo da Cláudia.
Ele abre um sorriso que enche meu coração de alegria.
Eu literalmente me obrigo a levantar todos os dias, a sorrir, a ser a mãe que meu filho merece por esse sorriso. Mas, não nego, tem dias que custam mais que outros, por mais que estivesse muito feliz pelo meu filho, outra parte de mim chorava por querer viver este momento com o Perigo do meu lado.
Eu só me mantive de pé esses anos todos pelo meu filho, depois da morte do Perigo meu coração ficou em pedaços, mas o Guzmán me ajuda todos os dias a colar um por um.
Celina: Parabéns pra você, nesta data querida muitas felicidades.. - canto, mas me perco olhando para as pessoas.
Meu cérebro me faz acreditar que Perigo está ali do meu lado cantando junto comigo, meus olhos se enchem de lágrimas, o tanto que eu queria que isso fosse verdade.
Guzmán: Mamãe mamãe. - me tira de meus pensamentos para assoprar as velas.
Me inclino com ele no colo e sopro as velas junto com ele, comemoro com ele que bate palmas.
Coloco ele no chão e corto o bolo distribuindo.
Vivi: Obrigada. - agradece quando entrego o pedaço de bolo a sua filha.
Vivi agora estava grávida de seu terceiro filho, já não sabia muito da vida dela pois Ph obrigou-a a se afastar de mim, então falávamos apenas o básico quando nós víamos. Ph fez seu caminho comigo, tentou tirar meu lugar, mas mas não conseguiu, mandei logo a real, ele só tá vivo por respeito a história dele com o Perigo, mas se eu souber algum dia que ele tocou na Vivi eu mesma matava ele.
Márcia: Vamo tirar uma foto. - me puxa.
Pego meu filho indo até a parede que tínhamos decorado com o tema Rei leão.
Cláudia: Digam Xxx - diz ao tirar a foto.
Olho pro meu filho e lembro de seu pai, olhos escuros com tanto brilho, o cabelin pretin, a boca carnuda, até as mãozinhas lembravam as do pai.
Mais uma vez meus olhos se enchem de lágrima, e uma lágrima escapa.
Guzmán: Não chola mamãe. - fala limpando minha lágrima.
Sorrio e agarro ele dando um beijo em sua bochecha, coloco ele no chão que sai correndo todo desengonçado para o quintal.
Márcia: Qual foi fiel, tu tá tristona? - chega passando seu braço pelo meu ombro. - Hoje é dia de festa, aqui ó. - me da um shot de tequila e viramos no 3.
A Márcia se tornou meu braço direito, mina responsa demais, confio nela minha vida e a do meu filho.
Celina: Ces toma cuidado nessa escada. - grito com os muleke que ficava correndo para cima e para baixo.
Passei a morar na casa do Perigo, odeio o facto deste lugar ser onde o nosso fim se fez, mas amo por ser o lugar onde ele me beijou pela primeira vez.
Estou fazendo tudo que prometi para ele.
Me tornei dona da Rocinha, a maior favela do Rio de Janeiro, fiquei conhecida como Fiel, procurada pela polícia e temida por muitas pessoas.
Não sei como vai ser meu futuro, mas não me assusta mais ao pensar, deixo nas mãos de Deus.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Operação de Risco
Jugendliteratur"Bastou a gente fuder, eu vi, tava fudido Transas contra o tédio de domingo Paredão batendo e ela dançando Os cria passam droga A polícia passando Não há briga entre nós Mas vivemos brigando Vivemos brigando" Plágio é crime.