PRÓLOGO

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Eu estava prestes a entrar na casa dos Mancini e honestamente, estava me doendo de ódio por saber pra quem eu olharia em questão de segundos. Meus pais me obrigavam a vir a esses jantares ridículos e participar dessas coisas junto a eles, mas no fundo sabia que isso era uma forma de punição por causa da minha última briguinha com o filho deles. E porque na cabeça deles nós nos entenderíamos de alguma maneira.

Definitivamente não.

A culpa não era totalmente minha antes que vocês pensem que sou maluca.

Assim que entramos na propriedade meu pai parou o carro em frente a entrada e assim que olhei para a porta vi a sra. Mancini parada nos esperando.

Saí do carro junto a minha mãe e nos aproximamos de sua amiga, que depois de falar com ela me deu um abraço apertado.

Por mais que eu e o filho dela não nos déssemos bem sabia que ela me amava como se fosse uma filha, afinal, a ruiva me conhece desde os dez anos.

– Como você está, Elle?

– Bem, eu acho. – dei um sorriso.

– Ela conseguiu uma vaga na faculdade aqui de Madri, Sarah.

– Meu Deus, meus parabéns! – ela me abraçou outra vez.

– Obrigada.

Meu pai surgiu atrás de nós e também cumprimentou Sarah antes de finalmente entrarmos na casa. Enquanto meus pais e Sarah iam em direção a sala de estar fui até a cozinha para beber um pouco de água, assim que entrei me deparei com Maria, a moça que trabalhava aqui desde que consigo me lembrar.

– Elle! Bom ver você.

– Digo o mesmo, Maria. – dei um sorriso a ela. – Como está o seu bebê? – perguntei, ao lembrar da última vez que conversamos e ela me disse que ele estava gripado.

– Ótimo, obrigada por perguntar.

Peguei um copo e coloquei um pouco de água pra mim antes de sair da cozinha outra vez, estava atravessando o Hall de entrada quando ouvi a porta principal sendo destrancada e logo em seguida dois garotos altos passando por ela.

Um eu não reconheci, mas o outro, até demais.

Percebi o olhar do desconhecido sobre mim e também notei o jeito com que fazia isso. Deus, ele estava pra me devorar com os olhos.

– Que gracinha, hein, Nicolas. – ele disse para o loiro, que não deu a mínima. – Quem sabe possa me apresentar ela.

– Acredite, ela é só problema.

Ouvi a risada dele conforme subiam a escada indo em direção ao segundo andar, onde ficavam os quartos.

Mas que cara de pau.

Indignada, fui em direção ao jardim, o meu lugar preferido da casa, e andei por ele até esse bendito jantar está pronto.

                     •◇•◇•◇•◇•

Estávamos todos sentados a mesa e pro meu azar eu estava sentada de frente para o playboyzinho e o amigo dele estava ao lado, me observando. Tentei não dar a minha pra isso, então mantive meu olhar sobre a sr. Mancini.

– Então, Nicolas, como você está? – meu pai perguntou. – Soube que entrou pro time de futebol da faculdade.

– É, parece que ser bom nisso me ajudou em algo.

Convencido.

Senti algo me incomodar de um jeito absurdo, mas não sabia o que era, até que ergui o olhar e vi Nicolas me encarando a ponto de conseguir ver minha alma, foi possível até mesmo sentir o ódio fervilhando nele.

– Talvez devesse ensinar a Elle a jogar também, ela nasceu com dois pés esquerdos. – meu pai brincou e todos riram, exceto Nicolas e eu.

– Não acho uma boa ideia. – falei. – Nicolas não deve ser tudo isso jogando.

O amigo dele bufou tentando segurar uma risada.

– Bom, eu já o vi jogar e posso afirmar que é excepcional. – disse, defendendo o amigo. 

Não precisava de muito esforço para saber que o ódio dele havia aumentado significativamente depois do que eu disse. E era exatamente isso que eu queria.

– Elle, se comporte. – minha mãe me repreendeu.

– Está tudo bem, sra. Venturini, sei que a falta de educação da Gabrielle não é culpa de vocês.

– Nicolas!

Minhas bochechas estavam pegando fogo graças a raiva que estava sentindo.

Levantei e saí da sala de jantar deixando todos eles pra trás, eu já estava de saco cheio de ter que ficar olhando pra aquele garoto, preferiria a morte do que ficar mais alguns minutos no mesmo ambiente que ele.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora