CAPÍTULO 12: anti-romantismo

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Depois da aula Kent e eu fomos pra biblioteca procurar alguns livros pra ajudar em um trabalho e até mesmo na prova. Enquanto ele estava sentado mexendo no notebook aproveitei pra ir dar uma volta entre as estantes, haviam tantos livros ali que fiquei deslumbrada.

Eu estava olhando pra um livro em italiano, de Dante e Betrice, quando uma voz surgiu atrás de mim.

- Procurando algum livro de romance?

- Hum, na verdade, não. Não gosto de todo aquele drama que a maioria tem.

- Então você é anti-romantismo? - ele cruzou os braços.

- Eu não sou a única daqui, então.

- Assim você me magoa, Elle.

Fiquei alguns segundos olhando curiosamente pra ele. Nicolas nunca me chamou pelo apelido.

- O que? Meu teatrinho não tá bom o suficiente?

- Não. - sacudi a cabeça. - Você não tem que ir pro treino? - passei por ele.

- Eu até tenho, mas só vou depois de conseguir o que eu quero.

Ele me colocou contra a parede e me prendeu ali.

- Ah, nem pensar.

Ele pareceu confuso, mas depois segurou um riso.

- Na biblioteca? Sério? Ah, não. Aqui definitivamente não tá na minha lista de lugares pra isso.

Dei um riso. Na verdade, segurei uma gargalhada.

- Você tem uma lista pra isso?? ‐ perguntei.

- Talvez. Bom, alguns dele já foi. Tipo seu quarto.

Bati nele com o livro que eu estava segurando.

- E o que quer?

Nicolas aproximou lentamente os lábios dos meus, antes de finalmente me dar um beijão de tirar o fôlego, me fazendo perder o juízo. Será que toda vez que eu ver ele vou querer transar? Pelo amor, eu não era assim.

- Eu pedi pra ficar longe dele. - mordiscou meu lábio inferior.

- Ele é meu amigo.

- E eu não?

- Para com isso.

- Gabrielle....ele não é confiável.

- Você nunca trocou um a com ele pra saber disso, Nicolas.

- Sei coisas suficientes sobre ele pra saber que eu não quero você perto dele.

- Uma pena. Porque você vai ter que aprender a lidar com isso.

Me desvencilhei dele e fui em direção às mesas da biblioteca.

Já estava sentada quando Nicolas passou por nós e não foi preciso me esforçar muito pra perceber que que estava puto da vida.

- Honestamente, não entendo qual é a desse cara. - Kent disse.

- Como assim?

- Ele é a bipolaridade em pessoa. Fora que ele persegue você.

Franzi o cenho.

- Acha que eu não vi ele te seguindo lá atrás?

- Ah....ele é meu amigo, então eu não esquento. Até gosto dele.

- Cuidado com ele. Sei muitas histórias que me preocupam.

- Acho difícil você saber de uma que eu ainda não saiba ou não tenho imaginado.

                         •◇•◇•◇•◇•

Quando saí da biblioteca percebi que o treino tinha acabado e todos eles estavam indo pro vestiário, provavelmente pra tomar banho. Me sentei na arquibancada e fiquei observando enquanto conversa com um amigo, assim que me viu deu uma piscadinha pra mim e entrou no vestiário.

Peguei meu celular pra ver quem tinha mandado mensagem e vi que foi ele, Nicolas estava me chamando pra ir no vestiário. Eu com certeza não iria entrar lá.

Em seguida chegou outra mensagem avisando que ele estava no do lado oposto, que estava completamente vazia e disse que precisava de ajuda, tinha se machucado no treino. Ainda desconfiada, acabei cedendo e fui procurá-lo.

Assim que cheguei no vestiário vazio ouvi o barulho do chuveiro e fui até cabine de onde o vapor da água subia. Parei em frente e não pude deixar de notar o corpo bonito que ele tinha, minha nossa, a bunda também era de tirar o fôlego.

- Eu sabia que era uma desculpinha sua.

Ele se virou e foi difícil controlar os meus olhos. Que se dane! Não é nada que eu não tenha visto.

- Quer algo meu ou está apenas olhando? - questionou, se aproximando de mim.

- Apenas olhando. E nem ouse chegar perto de mim, não tenho outra roupa.

- Então te dou uma solução: você tira tudo antes que eu te arraste pra de baixo do chuveiro.

- Com o risco de qualquer pessoa entrar aqui? Sem chance.

- Você que sabe.

Vi quando ele começou a acariciar seu pau e a me olhar, essa visão com certeza seria capaz de me matar. Não, eu não vou cair nessa.

- Sem provocações. Vou esperar você lá fora por questões de segurança.

Quando virei de costas senti os braços dele em volta de mim, me puxando para dentro da cabine. Por Deus, eu vou matar esse cara.


ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora