CAPÍTULO 20: Quem sabe

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                    ~ Gabrielle ON ~

Eu estava terminando de me arrumando pro baile dos Mancini quando meu irmão entrou no quarto, ele já estava perfeitamente vestido em um smoking e segurava nossas máscaras nas mãos. Notei o jeito diferente que Ander me olhou através do espelho, o que me fez rir.

– Tá tudo bem aí?

– Tá. Só é estranho ver que você cresceu tanto.

Parei em frente ao espelho da parede e analisei mais uma vez meu vestido, eu tinha acertado no modelo sereia, de ombros nus, e na cor. Preto sempre combinou com tudo.

– Vamos? – meu irmão perguntou, indo em direção a porta.

Saí do quarto e o segui até o carro.

Calcei os sapatos apenas quando chegamos no salão da propriedade deles, odiava a dor que sentia nos pés ao ficar muito tempo de salto. Assim que meu irmão colocou a máscara saímos e fomos em direção a entrada, meu coração batendo rápido na expectativa de encontrar ele lá dentro.

Quando deixei Nicolas fazer isso comigo??

Quando adentramos o salão vi várias pessoas conversando e rindo enquanto eram servidas bebidas e não pude deixar de notar a música ao vivo. Era uma tranquila.

– Vamos começar os trabalhos. – falei, pegando uma taça de champanhe pra mim e outra pro meu irmão.

Meu irmão reencontrou alguns amigos e preferi deixá-los conversando a sós e procurar pela Mia, que deveria está perdida entre as taças. Enquanto procurava por ela notei que alguém apareceu na minha frente, era o pai dela.

– Gabrielle.

– Sr. Mancini.

– Está linda como sempre. – deu um beijo na minha bochecha.

– Obrigada.

Honestamente, nunca gostei desse homem. Sempre senti tudo de ruim vindo dele.

– É uma pena que seus pais não possam estar aqui, queria conversar com eles sobre assuntos importantes dos investimentos de vocês.

– Que claramente pode ser conversado comigo, eu sou a responsável agora.

– É claro, mas vamos deixar isso pra mais tarde. Vá procurar a Mia, ou o Nicolas.

Tentei não olhar desconfiada pra ele e antes que estragasse isso me afastei pra procurar minha amiga. A loira estava conversando com quem eu juro ser o Samuel, o que me fez rir, será que Nicolas sabe disso? É óbvio que sabe.

– Oi, gente.

– Uau! Preciso nem dizer que você tá linda, Elle.

– Você também tá absurdamente linda. – falei, dando um abraço nela.

– Então o meu papel é dizer que as duas estão deslumbrantes. – Samuel ergueu a taça.

Começamos a rir.

– O seu loirinho tá procurando por você.

– Sabe onde ele tá?

– Acho que ele foi até o escritório do pai.

– Tá. Aproveitem aí. – pisquei pra Mia.

Saí de perto deles e fui pro corredor que dava acesso a casa, onde havia o escritório do pai deles e mais algumas salas, como a academia. Antes de entrar no corredor vi que haviam duas pessoas bem próximas, mas não conseguia saber quem era. E então eles se beijaram de um jeito fervoroso.

A garota me parecia muito familiar, mas a máscara estava dificultando minha vida.

Senti mãos ao redor da minha cintura e uma respiração quente no meu pescoço, levei um susto até ouvir sua voz no meu ouvido.

– Espionando a privacidade dos nossos convidados?

– Eu? Com certeza, não.

– Alguma coisa chamou a sua atenção ali?

– Quem sabe.

– Bom saber que você gosta de apreciar essas coisas.

Dei um tapa no braço dele e nos afastamos de lá.

Andamos lado a lado sem nos tocar na tentativa de manter o costume, mas admito que ficar longe dele estava me matando.

– Que se foda. – ele disse, me puxando para perto e enlaçando meu braço ao dele.

Andamos entre as pessoas e aproveitei para pegar mais uma taça. O que? Não tenho culpa se champanhe e vinho são meus pontos fracos.

– E se seu pai ver isso?

– Aparentemente eles já sabem.

– Como? – questionei.

– Mia.

– Que merda. Vou matar ela.

Alguns pares começaram a dançar ao som da outra música do cantor e Nicolas me guiou até próximo a eles.

– Sou péssima dançando, vou acabar deixando você sem o pé.

– Acho que eu sobrevivo.

Notei os olhos dele percorrendo cada milímetro do meu corpo e com certeza usando sua imaginação.

– Você está deslumbrante.

– Obrigado.

– Mas preciso admitir que fica muito mais bonita sem roupa.

Ainda bem que a máscara impediria ele de ver minhas bochechas ficando rosadas depois do que falou.

– Precisamos nos comportar, lembra?

– Lembro. E por isso estou apenas falando, e não fazendo.

Um homem alto se aproximou de nós e nem precisei olhar pra saber que era o pai dele.

– Então os boatos são verdadeiros, vocês estão se dando bem agora.

Olhei um pouco tensa para Nicolas e pensei no que dizer.

– Percebemos que temos mais incomum do que imaginávamos. – ele disse, precissonando ainda mais o corpo no meu.

– Bom saber disso. Espero que já tenha conversado com ela sobre o casamento, filho.

Todos os músculos do meu corpo se contrariam ao ouvir isso graças a algumas ideias ridículas que me vieram a mente. Mas que não pareciam tão ridículas assim.

– Com licença. – me afastei de Nicolas.

Deixei eles conversando e fui para o lado de fora, acho que respirar um pouco de ar puro me faria bem ou sei lá. Aproveitei pra tirar a máscara também.

– Difícil, não é? – ouvi uma voz atrás de mim.

Olhei na direção de onde vinha e me deparei com a mesma garota do corredor.

– Quem é você?

– Fico surpresa que não me reconheça mesmo depois de tanto tempo.

Ela tirou a máscara e vi uma das minhas amigas.

Bom, ex-amigas.

Leah.

Continua...

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