CAPÍTULO 1: Festa

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Alguns dias depois....

Meus amigos tinham me convencido de ir a uma festa com eles e por mais que eu não estivesse tão animada, iria mesmo assim pra tentar melhorar o meu humor. Mia estava terminando de se maquiar quando entrei no quarto dela.

– Caramba, Elle! – surtou. – Você tá linda!

Parei em frente ao espelho dela e observei o caimento do vestido vinho que ela havia me dado de presente há alguns dias, eu realmente tinha me apaixonado por ele.

– Obrigada pelo presente.

Olhei a parte de trás dele e vi o decote lindo nas costas. Uau.

– E o Allan, vai está lá? – me perguntou.

– Não sei....mas espero que não. Não quero ter que olhar pra cara dele por um bom tempo depois de todas as besteiras que me disse.

Ainda me deixa desnorteada lembrar de tudo que tive que ouvir da parte dele. Me deixava enojada.

– Não vai se maquiar?

– Não – me sentei na cama. – Vou passar só um gloss e um rímel depois.

Ouvimos batidas na porta e em seguida ela sendo escancarada sem mais nem menos pelo irmão da Mia, o que me deixou irritada. Ah, o irmão da minha amiga é o motivo dos meus milhões de surtos de ódio diários.

E chega a ser assustador o quanto eles dois se parecem às vezes.

– Não pode entrar desse jeito, Nicolas! – Mia repreendeu ele.

Como se brigar com ele fosse resolver alguma coisa.

– Vou sair daqui a dez minutos, se realmente for é melhor se apressar.

– Tá bom, garoto.

Antes de sair do quarto ele me lançou um olhar da cabeça aos pés e repuxou os lábios em um sorriso de deboche, pena. Canalha.

Mia não fazia ideia do que porquê de todo esse ódio entre nós e acho que nem quero que ela fique sabendo, não fiz questão de contar e ainda bem que ele também não.

– Vamos indo antes que Nicolas tenha um ataque. – ela disse, calçando os sapatos.

Descemos as escadas e encontramos ele já do lado de fora da casa, encostado no carro e de braços cruzados. Por mais que esse imbecil seja bonito, não vale o chão que pisa e é um babaca, então isso me faz esquecer esse detalhe.

Ele me olhou mais uma vez daquela mesma maneira e tive que controlar pra não pular no pescoço dele.

– Tá, vamos.

No caminho da festa chequei meu celular para ver se não tinha nenhuma mensagem da minha mãe ou algo importante, mas vi apenas mensagens do Alan e isso foi motivo suficiente pra bloqueá-lo.

Assim que chegamos no galpão abandonado que hoje tinha se tornado uma casa de festas entramos juntos, mas Mia e eu fomos para outro lugar e vi quando Nicolas foi falar com os amigos.

Eu e a loira fomos até o resto dos nossos amigos e abracei eles antes de me servir uma bebida. Virei o pequeno copo e senti minha garganta queimar conforme o líquido descia, eu odiava essa bebida por simplesmente ja ter tido uma ressaca terrível por conta dela.

Enquanto virava mais um, meus olhos foram em uma direção que não deveriam e pude ver Allan acima de nós, me observando atentamente.

Merda.

Mostrei o dedo do meio pra ele de uma maneira modesta antes de virar outra vez. A última coisa que precisava era ver esse cara aqui.

Mia deve ter visto também, já que me olhou praticamente revirando os olhos.

Ela me puxou para dançar e começamos a seguir o ritmo agitado da música, deixei que as batidas me levassem pra um lugar bem longe e me distraísse o máximo possível.

– Vou ao banheiro. – avisei, depois de alguns minutos.

Fui em direção ao corredor que dava acesso a algumas salas e tentei encontrar o banheiro no meio daquela multidão, o que estava bem difícil pra ser sincera.

Estava andando quando senti uma mão na minha cintura e soube exatamente quem era, isso me fez sentir enjoo no mesmo segundo.

– Elle? Oi.

– Não. – virei de costas outra vez e continuei andando.

– Por favor, precisamos conversar.

– Não temos o que conversar.

– Claro que temos. O nosso relacionamento.

–  Aquele que graças a Deus consegui me livrar? Não tenho interesse.

Continuei andando até que ele me prendeu contra a parede e colocou o rosto próximo ao meu, na tentativa de me beijar. Coloquei as mãos no peito dele pra tentar mantê-lo longe e virei o rosto.

– Sai, Allan!

– Por favor, Elle. Eu sinto sua falta. – sussurrou no meu ouvido.

– Porra! Eu disse sai!

Em questão de segundos o corpo dele se afastou do meu tão rápido quanto se aproximou, e percebi que tinham afastado ele de mim.

– Não sei se você sabe o que significa quando alguém pede pra se afastar, seu merda. – ele disse para o Allan. – Deixa ela em paz.

– E quem é você pra me afastar da minha própria namorada??

– Até onde eu bem sei, Gabrielle não é mais a sua namorada. Então, se eu te ver perto dela outra vez....– deu um riso perverso. – Não vai querer pagar pra ver.

Ele empurrou Allan na direção da festa e ficou olhando pra ter certeza de que não seria burro o suficiente pra voltar.

Tá, isso me deixou muito sem graça.

Eu ainda estava encostada na parede quando o loiro se aproximou de mim.

– Você tá bem?

– To. O que veio fazer aqui, Nicolas?

– Salvar sua pele.

– Não precisava de ajuda.

– É, deu pra perceber mesmo.

Continua....

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora