CAPÍTULO 13: Meu Deus

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Cá estava eu me arrumando pra mais um daqueles jantares entediantes onde meu pai e o do Nicolas sempre passavam a maior parte do tempo conversando sobre os negócios quando ouvi um barulho vindo da minha janela, o que me fez sair do closet com um dos meus livros da faculdade, que estava na bolsa, para me defender.

Quando me aproximei acertei a cabeça da pessoa em cheio, o que a fez gritar.

– Porra, Gabrielle!

– Nicolas? Meu Deus!

Ele colocou a mão na parte da cabeça onde eu acertei e se sentou na cama.

Deixei o livro sobre a escrivaninha e me aproximei dele, agora sentindo culpa pelo que fiz.

– Me desculpa, de verdade.

– Bom saber que pelo menos você sabe bater. Mas que porra....– gemeu de dor.

Ouvi batidas na minha porta e logo em seguida a voz da minha mãe.

– Tá tudo bem aí, filha?

– Tá sim, mãe.

– Posso jurar que ouvi alguém gritando.

Olhei para Nicolas.

– É que eu bati meu pé na quina da escrivaninha. – menti.

– Cuidado, Gabrielle. – disse.

Ouvi os passos dela se distanciando no corredor.

– Me desculpa. – falei, de novo. – É por isso que você tem que parar de fazer essas coisas.

– Quem mais entraria pela sua janela se não fosse eu?

– Ai, Nicolas. Vou buscar a bolsa de gelo.

Estava prestes a me afastar dele quando ele segurou minha mão e me manteve no lugar, próxima a ele. Foi engraçado o jeito que ele ficou acariciando e olhando pra minha mão, senti um aperto no peito por conta disso.

– Preciso voltar a me arrumar. – falei, me afastando dele.

Fui em direção ao espelho e dei uma última olhada no vestido antes de passar o batom vermelho canela.

– Interessante a escolha do batom. – disse, se aproximando por trás.

– Gostou?

– Muito, mas acredito que ele vai manchar esse seu lindo rostinho mais tarde.

Ele colocou as mãos no meio quadril e desceu pelo comprimento do vestido, os dedos dele percorreram minha pele sob o tecido e chegaram até a renda da calcinha, que ele desceu por minhas pernas.

– Isso vai ficar comigo. – disse, guardando o tecido preto no bolso. – Só por precaução.

Olhei confusa pra ele.

– Você vai entender depois.

                      •◇•◇•◇•◇•

Nicolas estava sentado ao meu lado e por incrível que pareça esse foi o primeiro jantar assim que nós não brigávamos por algo nada a ver, e eu tenho certeza que mais alguém estranhou isso. Mia estava conversando com minha mãe e eu enquanto Nicolas conversa com o próprio pai fingindo ter algo bom entre os dois, eu sabia que eles não se suportavam. Era perceptível, na verdade.

– Mia quer tentar uma vaga na faculdade de Madri – Sarah disse.

– É, ela me falou. Vou ajudar ela com a transferência.

– Espero que se formem juntas outra vez.

– Fiquei sabendo que Elle aconheceu um carinha na faculdade. – Mia piscou pra mim.

Senti a mão dele subindo por minha coxa e a pressionando levemente.

– Não é nada demais, é só um amigo.

– Boatos de que é bem gatinho, na verdade.

– Quero conhecer esse seu amigo algum dia, filha. – minha mãe sorriu.

Notei que todos na mesa estavam prestando atenção naquela conversa.

– Como ficou sabendo de tudo isso, Mia? – perguntei.

– Digamos que o amigo do Nicolas me deu algumas informações.

O toque dele na minha pernas se tornou mais forte, mas depois sua mão voltou a subir cada vez mais, me fazendo ficar tensa.

– Ele é só um amigo meu, Mia.

Quando os dedos do loiro tocaram meu ponto sensível foi preciso muito esforço pra não fechar os olhos, esse cara é louco de querer fazer algo desse tipo logo agora. Mordi o lábio inferior tentando controlar tudo o que estava sentindo e discretamente desci uma das minhas mãos para tentar parar a dele, mas não adiantou.

– E você e o Samuel, Mia? Desde quando são amigos? – Nicolas tirou o foco da conversa de mim.

– Seus amigos são meus amigos, Nicolas.

A naturalidade no rosto dele me assustava.

Merda, acho que não consigo aguentar isso por muito tempo.

– Com licença, vou ao banheiro. – limpei a garganta e levantei.

Corri em direção ao andar de cima e fui para o meu quarto pra tentar acalmar os ânimos, eu não podia ceder a isso logo agora.

Minutos depois a porta se abriu e ele passou por ela, com as mãos no bolso da calça social preta. Corri em sua direção e o beijei, deixei tudo o que estava preso em mim sair.

– Falei que você ia gostar. – comentou.

– Precisamos voltar pra droga daquele jantar, mas eu preciso de você.

– Se aguentar mais um pouco, prometo não deixar você dormir essa noite. – sussurrou no meu ouvido.

Os lábios dele tocaram o meu pescoço, depositando um beijo e meu corpo entrou em combustão. Por que ele faz isso comigo?

– Devolva a minha calcinha.

– Ah, não mesmo. Agora, vamos voltar antes que desconfiei de algo.









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