CAPÍTULO 7: Limão

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                      ~Gabrielle ON ~

Era quase onze da noite quando Mia e eu terminamos de nos arrumar para ir pra uma festa na casa de um amigo e eu não tinha intenção de voltar cedo, queria aproveitar bastante meu aniversário.

Estávamos descendo as escadas lentamente, em silêncio, e quando chegamos próximo a porta ouvimos uma voz vindo de trás.

– Se querem sair escondidas, pelo menos façam por onde não serem vistas. – Nicolas disse. – Aonde vão?

– Vamos pra uma festa. E você?

Os olhos verdes vieram na minha direção e eu soube o que ele pensou, eu também pensei nisso e prometi a mim mesma não deixar aquele babaca chegar perto de mim, mesmo que isso signifique que eu tenha que cortar uma das mãos dele.

– E você, Nicolas? – Mia insistiu na pergunta.

– Acha que são as únicas que tem amigos?

– Tudo bem. Então não fale nada sobre a gente, que eu não falo nada sobre você.

Ele fez uma careta pra irmã.

– Acha que ainda temos quatorze anos, Mia?

Ele abriu a porta e saiu antes de nós, indo em direção a sua moto, meus olhos ainda atentos em cada movimento dele até que deu partida na moto e saiu do meu campo de visão.

Quando chegamos na festa percebi que havia pouca gente comparada a última em que estive, mas mesmo assim eram muitas pessoas. Ao entrarmos na casa encontramos alguns velhos amigos e enquanto Mia conversa com eles me afastei para pegar uma bebida, apenas cerveja, nada forte.

Estava andando pela casa quando esbarrei em um cara, derrubando um pouco de bebida, mas logo o reconheci.

– Gabrielle?

– Kent? – comecei a rir. – Nossa, me desculpa por ter derrubado bebida em você.

– Eu vou sobreviver, gata. O que tá fazendo aqui?

– Sou amiga do anfitrião. E você?

– Sou amigo do amigo do anfitrião. – disse, me fazendo rir.

Começamos a andar pela casa ainda conversando quando paramos na área externa, onde ficava a piscina, e notei que haviam alguns sofás espalhados, meus olhos correram pelas pessoas que estavam lá e parei quando pensei ter visto algo.

Não acredito.

Pisquei algumas vezes até a ficha cair de que Nicolas estava sentado a alguns metros, naquele sofá, com os amigos ao redor e....uma menina sentada em seu colo, passando a mão por ele cochichando alguma coisa. Filho da puta.

Bebi quase toda a cerveja do copo ainda encarando ele, mas finalmente deixei aquilo de lado, não merecia toda a atenção que eu estava dando. E muito menos o efeito que causou em mim.

Senti quando os olhos dele me encontraram e fiz questão de voltar a olhar apenas para dar esse gostinho, de não me importar, a ele.

Olhei para o lado e vi que estavam fazendo body shots e Kent pareceu animado com a ideia, já eu nem tanto assim, até que uma ideia absurdamente idiota me veio em mente. Tá, vou fazer isso.

– Me diz que não vai fazer o que eu acho que vai.

– Talvez.

– Tá, quem é a próxima ou o próximo em cima da mesa? – um cara aleatório perguntou.

– Eu.

Fiquei um pouco envergonhada de tirar minha camisa, mas tentei não me importar e simplesmente tirei, exibindo meu sutiã preto de renda.

– Minha nossa....– o cara aleatório exclamou. – São bonitos, hein. Eu faço as honras, se quiser.

Me deitei na mesa e outra garota colocou vodka no meu umbigo e sal um pouco mais acima. E o limão na minha boca.

Merda. Estava começando a me arrepender da ideia.

Senti quando os lábios daquele cara encostaram na minha pele e me fizeram recuar, ele estava prestes a lamber o sal quando alguém o afastou e o perdi de vista.

Nicolas apareceu segundos depois.

Dei um sorriso malicioso ainda com o limão na boca, pra ele enquanto percebia a sua raiva fervilhando.

Ele olhou para a mesma garota que estava segurando a garrafa de vodka pra q ela colocasse mais e quando fez, o loiro bebeu e depois passou a língua um pouco mais acima pra lamber o sal, fazendo eu me arrepiar. Em seguida veio em direção a minha boca para pegar o pedaço de limão, mas os lábios dele se demoraram nos meus antes de finalmente se afastar.

Que merda foi essa? Ele me beijou?

– Eu vou matar você – ele disse, no meu ouvido. – Se continuar com essas merdas, garota.

Ele me tirou de cima da mesa e me colocou sobre o ombro, me levando pra dentro da casa enquanto ouvíamos algumas pessoas gritando. Subimos até o segundo andar e entramos em um quarto qualquer, ou banheiro, não sabia o que era até ele acender a luz.

Banheiro.

Nicolas me colocou sentado sobre a pia e me entregou minha blusa.

– Por que me tirou de lá? Até que eu estava me divertindo. Mas você, como sempre, atrapalhou.

O maxilar dele estava travado outra vez. Ele me odeia. Eu o odeio. Tudo como tem que ser.

– Por que caralhos fez aquilo?

– Porque eu quis e tenho direito de fazer o que bem quiser, assim como você tem o direito de ter quem quiser no seu colo.

Ele pareceu confuso, mas entendeu, já que quis rir.

– Você viu.

Tentei sair de cima da pia, mas ele me segurou no lugar.

– Você só sai daí de cima quando eu mandar você sair.

Continua....

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora