CAPÍTULO 17: confusão

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Eu estava me tremendo e lágrimas começaram a escorrer por meu rosto descontroladamente, me abracei e me deixei escorar contra a parede pra que não caísse ao chão. Merda. Merda. Merda.

- Então? - Paul exclamou.

- Ele tentou me....qual é, você entendeu!

Não tinha coragem o suficiente pra olhar pro Nicolas, mas precisava saber se o rosto dele estava machucado, quando finalmente olhei em sua direção percebi que ele já estava me observando e não pude deixar de notar uma linha de sangue escorrendo pelo lado direito do seu rosto.

- O seu rosto...-murmurei, tentando não chorar outra vez.

- Vou buscar alguma coisa pra cuidar disso. Tentem não se matar até voltar, porra!

Paul saiu batendo a porta e imediatamente um clima estranho pairou entre nós. A única vontade que tive foi de chorar e chorar, quase conseguiram me machucar e ele se machucou por minha culpa, olhei em direção às mãos dele e meu peito se apertou ainda mais.

- Nicolas, me desculpa. - falei, engolindo o choro.

Mas ele não disse nada. Apenas se levantou e foi até o banheiro lavar as mãos pra tirar todo aquele sangue.

Assim que voltou pro quarto parou na minha frente e perguntou, de um modo frio:

- Você tá bem?

- Sim.

Ele olhou em direção ao pulso que eu massageava com a outra mão, aquilo tinha se tornado nada depois da situação.

- O que aconteceu com o seu pulso?

- Nada.

Paul voltou na hora e isso me poupou de uma conversa nada legal. Ele entregou uma caixa branca de primeiros-socorros pro amigo e se retirou do quarto outra vez pra ver como estava a situação do outro cara. Não que ele se importasse.

Nicolas se sentou na cama outra vez, mas deixou a caixa de lado ao voltar a me olhar.

- Você nunca vai parar?

Olhei confusa pra ele.

- Tudo que eu faço pra te proteger, manter a salvo e até mesmo criar sentimentos por você.....você vai lá e anula tudo.

- Me desculpa.

- Chega de desculpas, Gabrielle. Eu gosto de você.....pra caralho, mas não sei se quero ficar nessa.

Observei conforme ele pegava uma gase e antisséptico pra limpar aquele sangue que escorria.

Tudo o que eu fazia pra evitar ele, mantê-lo longe, sempre terminava mal. Acho que o fato de não querer isso, mas precisar, acabava com tudo.

Virei de costas e estava prestes a abrir a porta quando ouvi a voz dele atrás de mim.

- Se você sair desse quarto, sou capaz de te matar, garota.

Isso me fez querer rir, apesar de tudo que estava sentindo. Me virei em sua direção e meus olhos encontraram os dele, lágrimas voltaram a escorrer por meu rosto conforme eu me dava conta do que estava sentindo naquele momento.

Fiquei na ponta dos pés e passei os braços em volta do pescoço dele o puxando para um abraço, sentir os dele envolta do meu corpo me segurando firme também me fez perceber que em questão de semanas ali tinha se tornado meu lugar preferido.

- Me desculpa, Nicolas.

- Tá tudo bem, querida.

- Não, não tá. - me afastei e olhei pra ele. - Eu quase fui...., e tudo isso pra conseguir fugir de você....porque estava com medo.

Ele franziu o cenho, confuso.

- Medo de que, Gabrielle?

- De realmente estar gostando de você. Mais do que deveria.

Pude ver a sombra de um sorriso nos lábios dele, os olhos estavam com um brilho diferente depois do que falei.

- Então está admitindo que gosta de mim? - segurou meu queixo, acariciando-o com o polegar.

- Não leve isso na brincadeira....

- Aí vai algo que você tem mais medo ainda, eu também gosto de você, Gabrielle.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora