Quando os Mancini saíram da nossa casa tive que presenciar o treatrinho ridículo do Nicolas, o ódio de sempre, e como se ele não fosse estar no meu quarto daqui algumas horas. Subi a escada e fechei a porta do quarto e fui surpreendida por ele, sentado na beira da cama.
– Pensei que fosse enrolar mais os seus pais.
– Não foi muito difícil fazer isso.
Ele se levantou e veio na minha direção, suas mãos seguraram meu rosto e em seguida me deu um beijo.
– Quero te mostrar uma coisa.
– Pensei que fôssemos fazer algo bem mais interessante agora.
– Você vai gostar. Confia em mim?
Segurei a mão dele e fiquei olhando alguns segundos pra aquilo, era ridículo o fato de eu desde sempre gostar dele e ironicamente odiá-lo ao mesmo tempo. Na verdade, o ódio já sequer existia.
– Tudo bem, não precisa responder isso. – disse, apertando um pouco mais a minha mão. – Vamos.
Nicolas me fez sair pela janela e só não cai no gramado porque ele conseguiu me segurar a tempo. Custava a gente usar a porta?
O segui até a moto e ele me entregou o capacete antes de subir, mas parou quando notou minha hesitação.
– Algum problema?
– Muitas garotas já andaram aí, não é?
– Elle....
– Eu sei, eu sei.
Coloquei o capacete e me sentei atrás dele, segurando firme em sua cintura.
Nós saímos da cidade pela estrada principal e me perguntei diversas vezes pra onde estávamos indo, perguntei em voz alta também, mas ele não respondeu. Entramos por um caminho de terra e conforme nos aproximávamos conseguia ouvir o barulho da água, até que vi a belíssima queda d'água.
– Nossa...
– É bonito, não é?
Ele parou a moto e descemos, foi inevitável não me aproximar da água pra admirar ainda mais aquilo.
– Por que viemos aqui?
– Digamos que é meu lugar preferido. E eu trouxe vinho.
Nos sentamos em um cobertor que ele trouxe e em seguida ele serviu duas taças.
– Ainda não respondeu a minha pergunta. – falei. – Por que viemos aqui?
– Queria a minha pessoa favorita no meu lugar favorito comigo.
– Então sou sua pessoa favorita?
Nicolas me deu um beijo e acho que isso respondeu a minha pergunta.
– Aqui é muito bonito. Como descobriu?
– Digamos que isso é graças ao espírito aventureiro do Paul. Ele colocou a gente pra fazer trilha uma vez e eu encontrei isso.
– Seus amigos são bem aleatórios. Não foi ele que deu em cima de mim naquele jantar?
– Ah, não. Aquele foi o Samuel. – ele riu. – Digamos que eu tenha dado uma lição nele por aquilo.
Vi ele se levantar e começar a tirar a roupa, o que me deixou curiosa e fez meu corpo começar a formigar.
– O que tá fazendo?
– Vou nadar. Ah, uma pergunta, você já nadou pelada?
Tentei esconder a cara de espanto, mas acho que não deu certo.
– Tá. Vem comigo. – ele estendeu a mão.
– Você é louco?? E se alguém aparecer?
– Acredite, não tem como alguém aparecer aqui.
Olhei por alguns segundos pra ele e pra água, aquela ideia era absurda e se fosse a eu de meses ou semanas atrás eu simplesmente o chamaria de louco e sairia daqui.
– Vira. – falei. – Não quero que me veja assim.
– Tem vergonha de mim?
– Das pessoas, no geral.
Meio contraditório se pararmos pra pensar no que fiz na festa naquele dia.
Ele se aproximou de mim e me deu um beijo.
– Eu acho o seu corpo a coisa mais linda que eu já vi – disse, descendo as alças do vestido. – E não tem por que senti vergonha de mim.
Assim que meu vestido caiu ele deu uma olhada, praticamente me comendo com os olhos e me levou em direção a água. O frio fez com que meu corpo inteiro se arrepiasse.
Nicolas me puxou para perto de si e eu passei minhas pernas em volta do quadril dele enquanto meu braços estavam em seu pescoço.
– Então é pra cá que você vem quando desaparece. – deduzi.
– É. Por isso ninguém consegue falar comigo. É meu espaço pessoal.
– Por que me trouxe aqui?
Ele analisou meu rosto e o tocou, me aninhei ao toque dele.
– Porque gosto de você, mesmo que não acredite nisso.
– Acredito. E....– respirei fundo. – Confio em você, mesmo que isso vá contra algumas coisas que acredito.
Notei algo diferente nos olhos dele, algo que deveria machucá-lo, já que senti a mudança neles.
– Também gosto de você, seu idiota. Não chore por causa disso. – brinquei.
Isso o fez sorrir, fazendo meu coração bater mais rápido sob o peito.
Aproximei ainda mais ele de mim e o beijei, o gosto dos lábios dele era viciante e nunca me imaginei presa a algo assim. As mãos dele estavam firmes na minha bunda enquanto eu mantinha a boca dele na minha, me afastar era algo completamente fora de questão.
– Isso tá na sua lista? – debochei. – Transar na água? Ou em uma cachoeira, sei lá.
– Não, mas, por você, eu posso acrescento.
Dei um riso e colei os lábios dele nos meus outra vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Consequência
Novela Juvenil⚠️+16|| © 2022 Gabrielle e Nicolas se conhecem desde crianças, mas com o passar do tempo eles criaram um ódio mútuo tão intenso que permanecer por muito tempo no mesmo ambiente sem brigar é um sacrifício. Os dois tem um acordo pré-estabelecido gra...