CAPÍTULO 2: deu pra perceber

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                    ~ Nicolas ON ~

Por mais que estivesse com os meus amigos meus olhos estavam atentos às duas garotas dançando na multidão, precisava ficar vigiando elas pro bem delas e o meu. Minha mãe me mataria se eu deixasse algo acontecer a elas, e eu não tô exagerando.

Na verdade, minha preocupação maior não era com Mia, e sim com Gabrielle, tinha certeza que minha irmã sabia se cuidar nesse tipo de situação muito mais que a amiga.

Estava conversando com Paul e Samuel quando vi que algumas garotas estavam vindo na nossa direção, o que me deixou curioso, mas nem um pouco animado. Uma delas sentou no meu colo enquanto a outra sentou no de Samuel, passei meu braço em volta da cintura dela só por fazer isso, mas estava fora do clima.

– Que tal se a gente fosse pra um lugar melhor? – ela sussurrou no meu ouvido, mordendo o lóbulo.

Com certeza não.

Ignorei o que ela falou e mantive meu olhar atento a minha frente, mas percebi que tinha perdido Gabrielle de vista, estava apenas Mia dançando na pista. Porra.

Praticamente joguei a garota do meu colo em cima do sofá velho e fui até o meio da galera.

– Vi ela indo pro corredor! – Paul gritou.

Segui em direção ao corredor e notei que tinha muita gente ali, eu ia ter muita sorte se conseguisse encontrar ela. Mia não deveria deixar ela sozinha e sabia bem disso.

Um pouco longe vi uma menina vestida igual a ela, com o mesmo cabelo escuro e longo, e quando observei atentamente tive certeza. Gabrielle tinha sido colocada contra a parede por um cara. Na verdade, eu sabia muito bem quem era aquele imbecil.

Esperei alguns segundos para ver o que ele ia fazer e o que aconteceria em seguida, mas quando percebi as coisas ficando fora de controle fui rápido até ela e o puxei pela camisa pra longe.

– Não sei se você sabe o que significa não, seu canalha. – disse para o ex dela. – E quando alguém tenta se afastar. Deixa ela em paz.

– E quem é você pra me afastar da minha própria namorada??

– Até onde sei bem, Gabrielle não é mais a sua namorada. Então, se eu te ver perto dela mais uma vez....– dei um riso perverso. – Não vai querer pagar pra ver.

Empurrei ele em direção a festa e continuei olhando pra ter certeza de que ele não tentaria nenhuma gracinha.

Filho da puta.

Meus olhos foram em direção a ela e a analisei antes de perguntar:

– Você tá bem?

– Tô. O que veio fazer aqui, Nicolas?

– Salvar sua pele.

– Não precisava de ajuda.

– É, deu pra perceber mesmo.

Ela tentou se afastar de mim e eu segurei seu braço, o que a fez congelar. Precisei me esforçar muito pra não sorrir com aquilo.

Gabrielle acha que me engana.

– Não saía mais de perto da Mia, está me ouvido? Tem pessoas aqui que você não quer chamar atenção.

– Eu estava só procurando o banheiro, seu imbecil!

– E mesmo assim veio sozinha?

– Desencana, Nicolas.

Segurei no pulso dela e a levei em direção ao banheiro, quando chegamos em frente a porta avisei que iria esperar.

Paul veio atrás de mim e ficou curioso ao me ver parado em frente ao banheiro feminino.

– Eu deveria me preocupar, cara? – brincou.

– Ela tá aí dentro.

– Nicolas, Nicolas...

Estranhei a demora e bati na porta.

Ela apareceu com a maquiagem um pouco borrada e aí entendi o porquê da demora, Gabrielle estava chorando.

Paul também notou isso, mas graças a Deus dessa vez ele usou a cabeça e não falou nada imbecil.

Também notei que o primeiro passo que deu quase a fez tropeçar e cair em cima de mim. Ótimo, de bônus ainda estava bêbada.

– Vou levar você pra casa.

– Não posso.

– Anda logo, Gabrielle, não tenho tempo pra isso não.

– Não.

– Porra. – murmurei. – Avise a Mia que estou levando ela pra cada antes que se mate. Cuide da minha irmã e nem pense dormir com ela, ou eu mato você.

– É sua irmã, cara.

– Por isso mesmo.

Carreguei a morena sobre o meu ombro e senti os tapas que ela dava nas minhas costas, mas não dei importância a isso.

– Me solta, Nicolas!

Saímos do galpão e fomos em direção ao carro, onde eu finalmente a coloquei no chão.

– Não posso ir pra casa.

– E por que não, Gabrielle? – perguntei, irritado.

– Minha mãe vai me matar se me ver assim.

– Tá. Você vai dormir com a Mia hoje, então. Entra no carro.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora