CAPÍTULO 24: Dia agitado

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~ Gabrielle ON ~

Algumas semanas depois.....

Eu tinha conversado com meu irmão durante o café e explicado pra ele exatamente o que iria fazer, talvez fosse loucura, mas foi o que consegui pensar. Nós estávamos indo em direção a propriedade dos Mancini e eu ainda estava remoendo a conversa que tive de madrugada com o Nicolas, por alguma razão as palavras dele não saiam da minha cabeça. Estava começando a me sentir perturbada.

Quando chegamos encontramos ele no jardim, parado com as mãos nos bolsos e olhando em direção a fonte.

- Onde seu pai tá? - perguntei, sem ao menos dizer um oi.

- No escritório dele.

- Ótimo.

Olhei para o meu irmão.

- Você vai cuidar de tirar o pai dele do escritório enquanto vou com ele até lá.

- Como vai fazer isso? - Nicolas perguntou. - O cara é bem neurótico pra sair do próprio escritório.

- Até parece que não me conhece, Mancini.

Meu irmão se afastou de nós e de repente um clima estranho se estabeleceu, me deixando realmente incomodada.

- Elle...

- Não. A gente precisa resolver logo isso, Ander já deve está com o seu pai.

Entramos na casa e até mesmo passamos pelos dois no caminho da sala de estar indo em direção ao corredor que dava acesso ao escritório. Assim que entramos manti Nicolas próximo a porta pra que caso eles aparecessem ou escutasse algo desse tempo de sairmos dali.

Olhei em vários lugares a procura desse maldito documento e nada, já estava começando a me irritar, mas olhei pro armário atrás de mim e vi algumas pastas organizadas e deduzi que poderia está em uma delas.

Revirei todas aquelas pastas e quando estava na última li o nome completo do Nicolas e procurei pelo meu, mas não encontrei, aquilo não era o contrato nem nada. Era um documento de adoção.

Meus olhos foram em direção a ele e fiquei paralisada com o que tinha visto, não era possível que ele fosse adotado, a semelhança entre os dois era absurda. A semelhança com a Mia.

Outro documento me fez perceber o porquê disso, eles eram irmãos e foram adotados juntos.

Merda. Será que ele sabe?

- Merda!

- O que foi? - perguntei, assustada.

- Ele está voltando.

Me apressei pra guardar todas os papeis que tinha mexido e verifiquei se não deixei nada bagunçado. Me vi perdida por não saber se deveríamos nos esconder ou fingir que estávamos esperando por ele.

- Entra aqui.

Nicolas abriu a porta de um armário praticamente do meu tamanho e depois que entrei ele fez o mesmo, fechando a porta.

O espaço era tão pequeno que meu corpo praticamente estava colado ao dele, tentei não deixar aquilo me perturbar, mas foi praticamente impossível. A respiração quente dele estava batendo no meu rosto enquanto eu mantinha meus olhos fixos ao peito dele, não queria correr o risco de olhar pra cima.

Ouvimos a voz do pai dele quando entrou e depois um silêncio absoluto, apenas passos, até que o celular dele tocou. Ele disse algumas coisas em um idiota que não reconheci e segundos depois ouvimos apenas a porta batendo, torci pra que ele realmente tivesse ido embora.

O loiro abriu lentamente a porta e quando tivemos certeza que tinha ido embora saímos daquele cubículo e eu pude me acalmar.

- Agora faça o favor de ir mais rápido. - ele disse, voltando pra porta.

Peguei aquela mesma pastas e revirei mais algumas coisas até finalmente encontrar a porcaria do contrato que estava por assinar.

Retirei do envelope os papéis que eu havia modificado e enquanto mudava eles de lugar ouvi a voz do Nicolas.

- Como sabia o que alterar?

- Acredita mesmo que eu nunca li o que está aqui? Isso me envolve, nada mais justo.

Ele riu.

Depois que estava feito saímos do escritório vimos ele se aproximar outra vez e pra que não fôssemos pegos na mentira Nicolas me puxou para dentro de um dos cômodos e depois de alguns segundos percebi que era a academia. Não lembrava de ela ser aqui.

- Esse dia tá agitado demais. - falei, tentando acalmar meu coração depois do susto.

- Nem me fale.

Por um momento eu havia esquecido o que ele fez.

- Preciso ir embora, meu irmão deve ta me esperando.

- Claro.

Eu estava prestes a girar a maçaneta quando senti as mãos dele na minha cintura me virando em sua direção e seus lábios tocando os meus. Por mais que estivesse odiando ele agora, não pude deixar de desfrutar daquilo, beijar ele tinha se tornado algo que gostava. O jeito que me beijava conseguia me deixar desnorteada.

Empurrei ele pra longe a tempo e acidentalmente, e até que merecido, dei um tapa em seu rosto, o que o fez recuar ainda mais.

Saí depressa da academia e corri pelo corredor em direção ao jardim, onde sabia que meu irmão estava me esperando, meu coração estava batendo tão forte e rápido por conta do que aconteceu que cheguei até mesmo a me odiar por isso.

Isso nunca vai parar??

- O que aconteceu com você?? - meu irmão perguntou assim que me aproximei. - Você tá vermelha.

- Apenas vamos embora, Ander.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora