Nicolas e eu entramos na casa dele e como estávamos noivos não importava mais quem me visse ou deixasse de ver, agora não tinha pra onde correr de todas as suspeitas. Passei em frente ao quarto da Mia e vi que a porta estava aberta, não havia ninguém ali, fiquei até mesmo um pouco preocupada.
– Sabe onde ela tá? – perguntei.
– Algo me diz que o sumiço dela tem a ver com o Samuel.
Dei um riso.
Aí tá um casal improvável. Ela odiava ele.
– Não te incomoda que ela esteja....com um dos seus melhores amigos?
– Não. Samuel gostava dela há bastante tempo, tenho que me gabar de ter conseguido mantê-lo longe por tempo suficiente.
– Eu realmente não esperava por essa.
– Por que?
– Era improvável.
– Preciso lembrar que nós dois também não éramos algo muito provável?
– Realmente, você me venceu pelo cansaço.
Ele sorriu.
– Preciso dormir. – falei, sentindo uma onda de cansaço percorrer meu corpo. – O que aconteceu de manhã me deixou exausta.
Nicolas se aproximou mais de mim e sussurrou no meu ouvido.
– E aquilo não é nem metade do que eu posso fazer com você, amor.
Merda.
Senti minhas pernas vacilando e um arrepio percorrendo o meu corpo com essa simples fala que fez minha imaginação ir longe.
– Não faz isso....– murmurei.
– Tem medo de não resistir?
– Não. Tenho medo de acordarmos seus pais. – olhei para ele.
Me afastei e fui em direção a porta do outro lado do corredor, assim que abri me deparei com um lugar que sempre imaginei ser assim, paredes em tom azul acinzentado, roupas de cama na mesma tonalidade e os móveis escuros, bem a cara dele.
Eu nunca tinha entrado pra valer aqui.
– Nossa...
– O que?
– Eu nunca entrei aqui na minha vida, até agora.
– Você entrou naquela época em que eu saí correndo com o seu....o que era aquilo mesmo? Um rato?
– Um pouquinho da Índia, seu idiota.
– Isso mesmo.
Ele foi em direção ao closet e me sentei na beira da cama, sequer me permiti pensar em quantas garotas já estiveram aqui.
– Isso vai ficar muito bom em você. – disse, voltando.
Olhei para as mãos dele e me deparei com uma blusa preta de algodão e uma cueca box.
Me levantei e pedi pra que ele me ajudasse com o zíper do vestido, enquanto trocava de roupa notei o esforço dele em não olhar e sabia exatamente o motivo daquilo.
De repente decidiu ir trocar de roupa no closet e isso me fez rir.
– Fraco! – gritei.
Depois que me troquei esperei por ele e analisei o quarto enquanto isso, notei que pra alguém que detestava tudo, inclusive ler, ali haviam muitos livros. Olhei os porta-retratos e vi uma foto dele e da Mia quando crianças, isso fez com que algo que tentei esquecer voltasse a tona.
A adoção.
Eu precisava contar.
Isso realmente me deixava inquieta.
Senti mãos em volta da minha cintura e o peito dele próximo às minhas costas, relaxei e apoiei a cabeça nele.
– Vamos. Você disse que tava cansada.
Ele me levou até a cama e assim que deitamos me puxou para perto, mantendo meu corpo próximo ao dele e garantiu que eu ficasse ali ao passar os braços em volta de mim.
– Sabe, cheguei até mesmo a pensar que você não me pediria depois do que modifiquei no acordo. – comentei.
– Como assim?
– Os novos termos.
– Não me importo. E como eu disse mais cedo, quero ver meu pai perder tudo.
– Mas isso seria por causa de mim. E aí você estaria amarrado comigo também.
– Melhor ainda.
– Confia tanto assim em mim?
– Com certeza.
Beijei ele e enquanto minha língua saboreava a dele minha mão começou a passear pelo corpo dele.
– Pensei que estivesse cansada demais pra isso.
– Quem mandou você falar a coisa certa? – voltei a beijá-lo.
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Consequência
Teen Fiction⚠️+16|| © 2022 Gabrielle e Nicolas se conhecem desde crianças, mas com o passar do tempo eles criaram um ódio mútuo tão intenso que permanecer por muito tempo no mesmo ambiente sem brigar é um sacrifício. Os dois tem um acordo pré-estabelecido gra...