CAPÍTULO 28: melhor ainda

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Nicolas e eu entramos na casa dele e como estávamos noivos não importava mais quem me visse ou deixasse de ver, agora não tinha pra onde correr de todas as suspeitas. Passei em frente ao quarto da Mia e vi que a porta estava aberta, não havia ninguém ali, fiquei até mesmo um pouco preocupada.

– Sabe onde ela tá? – perguntei.

– Algo me diz que o sumiço dela tem a ver com o Samuel.

Dei um riso.

Aí tá um casal improvável. Ela odiava ele.

– Não te incomoda que ela esteja....com um dos seus melhores amigos?

– Não. Samuel gostava dela há bastante tempo, tenho que me gabar de ter conseguido mantê-lo longe por tempo suficiente.

– Eu realmente não esperava por essa.

– Por que?

– Era improvável.

– Preciso lembrar que nós dois também não éramos algo muito provável?

– Realmente, você me venceu pelo cansaço.

Ele sorriu.

– Preciso dormir. – falei, sentindo uma onda de cansaço percorrer meu corpo. – O que aconteceu de manhã me deixou exausta.

Nicolas se aproximou mais de mim e sussurrou no meu ouvido.

– E aquilo não é nem metade do que eu posso fazer com você, amor.

Merda.

Senti minhas pernas vacilando e um arrepio percorrendo o meu corpo com essa simples fala que fez minha imaginação ir longe.

– Não faz isso....– murmurei.

– Tem medo de não resistir?

– Não. Tenho medo de acordarmos seus pais. – olhei para ele.

Me afastei e fui em direção a porta do outro lado do corredor, assim que abri me deparei com um lugar que sempre imaginei ser assim, paredes em tom azul acinzentado, roupas de cama na mesma tonalidade e os móveis escuros, bem a cara dele.

Eu nunca tinha entrado pra valer aqui.

– Nossa...

– O que?

– Eu nunca entrei aqui na minha vida, até agora.

– Você entrou naquela época em que eu saí correndo com o seu....o que era aquilo mesmo? Um rato?

– Um pouquinho da Índia, seu idiota.

– Isso mesmo.

Ele foi em direção ao closet e me sentei na beira da cama, sequer me permiti pensar em quantas garotas já estiveram aqui.

– Isso vai ficar muito bom em você. – disse, voltando.

Olhei para as mãos dele e me deparei com uma blusa preta de algodão e uma cueca box.

Me levantei e pedi pra que ele me ajudasse com o zíper do vestido, enquanto trocava de roupa notei o esforço dele em não olhar e sabia exatamente o motivo daquilo.

De repente decidiu ir trocar de roupa no closet e isso me fez rir.

– Fraco! – gritei.

Depois que me troquei esperei por ele e analisei o quarto enquanto isso, notei que pra alguém que detestava tudo, inclusive ler, ali haviam muitos livros. Olhei os porta-retratos e vi uma foto dele e da Mia quando crianças, isso fez com que algo que tentei esquecer voltasse a tona.

A adoção.

Eu precisava contar.

Isso realmente me deixava inquieta.

Senti mãos em volta da minha cintura e o peito dele próximo às minhas costas, relaxei e apoiei a cabeça nele.

– Vamos. Você disse que tava cansada.

Ele me levou até a cama e assim que deitamos me puxou para perto, mantendo meu corpo próximo ao dele e  garantiu que eu ficasse ali ao passar os braços em volta de mim.

– Sabe, cheguei até mesmo a pensar que você não me pediria depois do que modifiquei no acordo. – comentei.

– Como assim?

– Os novos termos.

– Não me importo. E como eu disse mais cedo, quero ver meu pai perder tudo.

– Mas isso seria por causa de mim. E aí você estaria amarrado comigo também.

– Melhor ainda.

– Confia tanto assim em mim?

– Com certeza.

Beijei ele e enquanto minha língua saboreava a dele minha mão começou a passear pelo corpo dele.

– Pensei que estivesse cansada demais pra isso.

– Quem mandou você falar a coisa certa? – voltei a beijá-lo.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora