CAPÍTULO 40: Sempre foi

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Quando desci as escadas vi meu irmão parado próximo a porta por onde passaríamos daqui alguns minutos e meu nervosismo aumentou mil vezes, quando me olhou um sorriso se formou em seu rosto.

Ao me aproximar dele respirei fundo.

- Nervosa?

- Muito.

- Acredito que não mais que eu.

- E por que você estaria nervoso, Ander?

- Vou casar minha irmã com o amor da vida dela. Mesmo odiando ele, é uma responsabilidade enorme.

Entrelacei meu braço ao dele e peguei o buquê com a Mia.

Meu coração estava batendo forte e assim que demos um passo a frente firmei meus dedos em seu braço, me sentia prestes a entrar em pânico.

- Ander....

- Eu sei, Elle.

Começamos a andar em direção ao altar e por mais que estivéssemos cercados de várias e várias pessoas, meus olhos estavam fixos em Nicolas.

Lembranças vieram na minha mente conforme caminhava até ele, o dia em que o conheci, o primeiro empurrão que dei nele, quando me ajudou a cuidar do meu machucado quando cai na escada quando tínhamos quatorze anos, o dia em que quase morri de raiva ao vê-lo entrando no quarto com a mesma garota que vi no baile.....tudo isso me deixou levemente assustada.

O universo tem um senso de humor peculiar.

Assim que paramos, meu irmão deu um beijo no meu rosto e entregou minha mão ao loiro, que sorriu.

Eu não conseguia tirar os olhos do Nicolas, ele era meu porto seguro ali e me ajudava a manter a calma, graças a isso não prestei muita atenção na cerimônia, exceto ao ter que repetir as palavras:

Juro te amar na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe.

Quando ele colocou a aliança no meu dedo e eu no dele, me aproximei para beijá-lo e terminarmos isso. Os aplausos  foram ficando cada vez mais baixos e todo o barulho sumiu, éramos apenas nós dois ali, agora casados.

Me afastei dele e voltei para o mundo real, onde os convidados ainda estavam aplaudindo.

- Eu te amo. - sussurrou no meu ouvido.

- Também te amo.

                        •◇•◇•◇•◇•

Eu estava conversando com minha avó quando ouvi alguém me chamar, no início não me atentei a isso, mas depois virei no mesmo instante.

- Sra. Mancini?

- Eu mesma. - sorri.

- Estava procurando por você.

- Lembra do Nicolas, não é? - perguntei a minha avó.

- Claro que lembro. Sou velha, mas minha memória é boa, Elle.

- Queria uma outra dança com a minha noiva. - deu um beijo no meu rosto. - Se a senhora deixar, claro. - falou com minha avó.

- À vontade.

Nicolas me levou até o meio do salão e me aproximou dele até nossos corpos estarem colados. Quando a música começou a tocar não acreditei de primeira, mas um sorriso apareceu em meu rosto e logo em seguida uma gargalhada. Era o instrumental da minha música favorita.

- Surpresa?

- Talvez. Mas por que você ainda tá se contorcendo? Até onde sei odeia one direction.

- Passei anos da minha vida ouvindo essa música graças a você, acabei me acostumando. Sei que era pra mim.

- Sabe que eu sou apaixonada por você bem antes disso.

- Claro que sei, amor. E acho que isso me preocupou por muito tempo.

- Por que? - olhei nos olhos dele.

- Porque tinha medo de machucar você. De ser tudo, menos quem você queria.

- Você sempre foi e sempre vai ser o que eu quero, Nicolas.

Abracei ele e ficamos assim o final da música, ouvir as batidas do coração dele me acalmava, nunca pensei que sentiria o que estava sentindo nesse exato momento a ponto de transbordar.

- De madrugada vamos pra um lugar que você vai amar. - sussurrou.

- Onde?

- Você vai ver.

- E o seu pai?

- Já cuidei disso. Nesse exato momento deve está preparando os papéis do que acredita ser a vitória dele. Você assina, fingimos estar tudo bem e vamos embora.

- Não queria queria ter que encarar ele. Hoje não.

- Vai ser rápido, prometo.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora