CAPÍTULO 18: Mesmo odiando

2.3K 149 2
                                    

Nicolas tinha ido me deixar em casa, acendi as luzes do hall de entrada e deixei a porta aberta pra ele. Tirei os sapatos e o esperei pra subirmos pro segundo andar, mas notei a hesitação dele.

- Eles estão viajando. - expliquei. - Achei que não fosse um problema pra você ser visto aqui.

- E não é. Mas se seu pai me ver na cama com a filha dele não tenho certeza se vou sair vivo.

Dei um riso e continuei subindo, quando cheguei no meu quarto prendi meu cabelo com o auxílio de um lápis e me sentei na beira da cama, finalmente relaxando e me sentindo a salvo. O loiro deixou a jaqueta sobre a poltrona e se sentou ao meu lado, apoiando o peso do corpo nas mãos, acho que nós dois estávamos cansados depois de tudo.

- Me desculpa mais uma vez pelo seu rosto.

- Não importa. - deu de ombros.

Me joguei pra trás e deitei.

- Ainda bem que você chegou a tempo....

- Você precisa entender que eu sempre tô por perto. Nunca deixaria alguém machucar você.

Isso fez eu me sentir bem.

- É estranho.

- O que?

- Depois de anos implicando descobrir que na verdade sempre gostou de mim. Anos querendo que você me notasse... - comecei a rir.

Ele me olhou.

- Você sempre teve a minha atenção, Gabrielle.

Sentei outra vez e realmente prestei atenção no que ele disse, cada palavra.

- Aquele acordo, pra mim, só juntou o útil ao agradável. - continuou.

- Pensei que seu ódio por mim tinha aumentado depois disso.

Foi a vez dele de rir.

Nicolas me puxou para um beijo, mas dessa vez foi diferente, tinha bem mais do que só desejo. Tinha sentimento.

- Então isso realmente se tornou exclusividade? - perguntei.

- Experimente tocar em um homem que não seja eu, Elle.

Voltei a beijar ele enquanto sentava em seu colo, colocando minhas pernas uma em cada lado do corpo dele. Comecei a subir sua blusa e quando ele ergueu os braços finalmente consegui tirá-la, deixando o seu peitoral exposto.

Da boca dele, comecei a passar os lábios por seu maxilar enquanto descia cada vez mais, trilhando um caminho torturante e excitante por sua pele, as mãos dele firmes e apertando cada vez mais minha bunda mostravam que aquilo estava bom até demais.

Parei pra ver a expressão que fazia quando o prazer começava a correr por suas veias.

Fiquei receosa por estar prestes a falar algo que sequer tinha certeza, mas eu não conseguiria ficar mais longe dele sequer um minuto.

- Eu....

Ele abriu os olhos e começou a prestar atenção em mim, o que me deixou ainda mais tensa.

- O que foi?

- Eu amo você. - sussurrei, praticamente travando. - Mesmo odiando.

Ele acariciou meu rosto.

- Nada que eu não soubesse, Gabrielle. - se gabou.

Empurrei ele na cama e ele me puxou junto, o que me fez rir.

- Também amo você, sempre amei.

- Isso sim é algo inesperado.

- Sou tão duvidoso assim?

- Duvidoso é seu segundo nome.

Nicolas me beijou outra vez e manteve sua mão na minha nuca, me instigando cada vez mais. Um calor começou a percorrer todo meu corpo e a única necessidade que tinha era de tirar a droga daquele vestido e sentir a pele dele na minha.

Mas ao mesmo tempo não queria acabar com aquele momento bom, queria ficar ali por bastante tempo.

- Será que se eu pedir pra você repetir isso a sua língua derrete?

- Você é um idiota. Acha que eu não percebi você se contorcendo todo pra admitir que me ama também?

- Nunca fui de demonstrar sentimentos, é diferente.

- Tipo, nunca?

- Nunca. Sempre foi melhor assim.

- Sinto muito.

- Mas você mudou isso, não sei como.

Deitei minha cabeça no peito dele e fiquei ali por alguns minutos apenas ouvido os batimentos cardíacos dele, que de vez em quando acelerava.

Eu gosto dele.

Amo ele. Ele me ama.

Nunca soube o que era ser amada de verdade, mas acho que estava prestes a descobrir.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora