Nicolas tinha ido me deixar em casa, acendi as luzes do hall de entrada e deixei a porta aberta pra ele. Tirei os sapatos e o esperei pra subirmos pro segundo andar, mas notei a hesitação dele.
- Eles estão viajando. - expliquei. - Achei que não fosse um problema pra você ser visto aqui.
- E não é. Mas se seu pai me ver na cama com a filha dele não tenho certeza se vou sair vivo.
Dei um riso e continuei subindo, quando cheguei no meu quarto prendi meu cabelo com o auxílio de um lápis e me sentei na beira da cama, finalmente relaxando e me sentindo a salvo. O loiro deixou a jaqueta sobre a poltrona e se sentou ao meu lado, apoiando o peso do corpo nas mãos, acho que nós dois estávamos cansados depois de tudo.
- Me desculpa mais uma vez pelo seu rosto.
- Não importa. - deu de ombros.
Me joguei pra trás e deitei.
- Ainda bem que você chegou a tempo....
- Você precisa entender que eu sempre tô por perto. Nunca deixaria alguém machucar você.
Isso fez eu me sentir bem.
- É estranho.
- O que?
- Depois de anos implicando descobrir que na verdade sempre gostou de mim. Anos querendo que você me notasse... - comecei a rir.
Ele me olhou.
- Você sempre teve a minha atenção, Gabrielle.
Sentei outra vez e realmente prestei atenção no que ele disse, cada palavra.
- Aquele acordo, pra mim, só juntou o útil ao agradável. - continuou.
- Pensei que seu ódio por mim tinha aumentado depois disso.
Foi a vez dele de rir.
Nicolas me puxou para um beijo, mas dessa vez foi diferente, tinha bem mais do que só desejo. Tinha sentimento.
- Então isso realmente se tornou exclusividade? - perguntei.
- Experimente tocar em um homem que não seja eu, Elle.
Voltei a beijar ele enquanto sentava em seu colo, colocando minhas pernas uma em cada lado do corpo dele. Comecei a subir sua blusa e quando ele ergueu os braços finalmente consegui tirá-la, deixando o seu peitoral exposto.
Da boca dele, comecei a passar os lábios por seu maxilar enquanto descia cada vez mais, trilhando um caminho torturante e excitante por sua pele, as mãos dele firmes e apertando cada vez mais minha bunda mostravam que aquilo estava bom até demais.
Parei pra ver a expressão que fazia quando o prazer começava a correr por suas veias.
Fiquei receosa por estar prestes a falar algo que sequer tinha certeza, mas eu não conseguiria ficar mais longe dele sequer um minuto.
- Eu....
Ele abriu os olhos e começou a prestar atenção em mim, o que me deixou ainda mais tensa.
- O que foi?
- Eu amo você. - sussurrei, praticamente travando. - Mesmo odiando.
Ele acariciou meu rosto.
- Nada que eu não soubesse, Gabrielle. - se gabou.
Empurrei ele na cama e ele me puxou junto, o que me fez rir.
- Também amo você, sempre amei.
- Isso sim é algo inesperado.
- Sou tão duvidoso assim?
- Duvidoso é seu segundo nome.
Nicolas me beijou outra vez e manteve sua mão na minha nuca, me instigando cada vez mais. Um calor começou a percorrer todo meu corpo e a única necessidade que tinha era de tirar a droga daquele vestido e sentir a pele dele na minha.
Mas ao mesmo tempo não queria acabar com aquele momento bom, queria ficar ali por bastante tempo.
- Será que se eu pedir pra você repetir isso a sua língua derrete?
- Você é um idiota. Acha que eu não percebi você se contorcendo todo pra admitir que me ama também?
- Nunca fui de demonstrar sentimentos, é diferente.
- Tipo, nunca?
- Nunca. Sempre foi melhor assim.
- Sinto muito.
- Mas você mudou isso, não sei como.
Deitei minha cabeça no peito dele e fiquei ali por alguns minutos apenas ouvido os batimentos cardíacos dele, que de vez em quando acelerava.
Eu gosto dele.
Amo ele. Ele me ama.
Nunca soube o que era ser amada de verdade, mas acho que estava prestes a descobrir.
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Consequência
Dla nastolatków⚠️+16|| © 2022 Gabrielle e Nicolas se conhecem desde crianças, mas com o passar do tempo eles criaram um ódio mútuo tão intenso que permanecer por muito tempo no mesmo ambiente sem brigar é um sacrifício. Os dois tem um acordo pré-estabelecido gra...