CAPÍTULO 25: Problema

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Eu estava, de certa forma, um pouco aliviada depois de ter trocado essa papelada sem que fosse vista, mas de qualquer jeito ainda estava preza aquilo. Agora a única coisa que precisava era que se as coisas ficasse fora de controle ou me colocassem em risco Nicolas avisasse aí....teríamos que cumprir o acordo.

Me sentei na penteadeira e enquanto massageava minhas têmporas fiquei olhando para o meu reflexo, lembrando de como foi mais cedo, do que descobri sobre os dois, daquele maldito armário apertado e do beijo. Eu deveria matar aquele cara.

Ainda perdida nos meus pensamentos não vi quando minha mãe entrou no quarto e acabei levando um susto.

– Já voltaram? – perguntei, surpresa.

– Os negócios terminaram mais cedo do que deveriam.

– Entendi.

– Algum problema, filha? Você parece irritada.

Irritada? Isso chega a ser apelido pro que eu ando ultimamente.

– Não é nada, estou bem. Já falou com Ander?

– Claro. Estávamos conversando ainda agora.

– Bom, preciso me arrumar pra ir pra faculdade.

– Claro. – ela deu um beijo na minha cabeça antes de sair.

Peguei a primeira roupa que vi no guarda-roupas, um vestido cor gelo, e vesti. Peguei minha bolsa antes de sair do quarto, estava saindo quando esbarrei no meu irmão.

– Cuidado em, Gabrielle.

– Não tenho mais treze anos, Ander.

– De qualquer jeito.

No caminho da faculdade tentei diversas vezes manter minha mente longe de tudo que tinha acontecido, a mágoa, a raiva, o peso na consciência e droga do sentimento por ele.

Ele sequer merecia que eu sentisse algo por ele.

Quando cheguei na faculdade subi vários lances de escada antes de entrar no corredor que dava acesso a primeira aula do dia, mas antes que pudesse entrar na sala me deparei com Nicolas parado próximo a porta conversando com Samuel.

Os olhos dele estavam fixos em mim e não precisei olhar pra ter certeza disso, conseguia sentir.

– Uau, Elle. – Samuel disse. – Você bem que tá uma gracinha hoje.

– Eu tomaria cuidado comigo se fosse você. Não é porque tenho essa cara que sou inofensiva. – olhei dele para o loiro.

Caminhei até uma das últimas fileiras e me sentei, colocando a bolsa próxima aos meus pés e tirando um livro da bolsa, estava tentando me manter entretida nele pra evitar qualquer coisa.

Quando o professor entrou na sala todos se sentaram e percebi que alguém estava se aproximando e quando sentou ao meu lado não acreditei. Só pode ser brincadeira.

– É essa visão que eu vou ter de você quando estiver no altar? – se referiu ao vestido branco.

– Se chegarmos até lá.

Continuei com os olhos presos no livro.

– Não sabia que gostava de ler romance, Elle.

– Pelo menos os livros tem que me fazer sentir o que não sinto na vida real. – fechei o livro e guardei na bolsa.

– Quanta agressividade pra quem gostou de me beijar mais cedo.

– Vai se ferrar. – finalmente olhei pra ele.

– Algum problema aí atrás, casal do ano? Estamos atrapalhando alguma coisa? – o professor chamou nossa atenção.

– Desculpe, professor. Sabe como é. – Nicolas disse.

O professor ignorou o que ele disse e continuou.

– Sai de perto de mim antes que você me arrume mais algum problema. – murmurei.

– Ah, você não sabe os tipos de problema que eu posso causar, Gabrielle. – ele colocou a mão na minha coxa.

Ele foi subindo cada vez mais e não sei porque não o impedi, fiquei simplesmente imóvel conforme a mão dele subia e entrava por de baixo do meu vestido.

Os dedos dele roçaram o tecido da minha calcinha, me deixando inquieta, mas tentei não demonstrar.

– Você é maluco. Tem várias pessoas aqui e a gente realmente pode se ferrar.

Ele colocou o tecido de lado e me tocou, a sensação inexplicável percorreu todo o meu corpo e me deixou excitada. Óbvio que eu ainda estava com raiva dele, mas pelo visto isso deixava tudo mais intenso.

– Se você ficar quietinha não vamos ter problemas.

Os dedos dele traçaram círculos lentos e preguiçosos por um tempo torturante, praticamente me fazendo revirar os olhos, eu precisava me manter consciente, afastada daquilo.

Choraminguei e ele disse:

– Sem barulho, amor. Ou podem escutar você.

Abaixei um pouco a cabeça e mordi os lábios tentando controlar os gemidos que queriam escapar da minha garganta conforme ele acelerava o movimento com os dedos.

Um deles entrou em mim e me contive de todas as maneiras pra evitar qualquer reação.

Deus, essa cara vai me matar.

Recuperei a consciência por alguns segundos, o suficiente pra tirar a mão dele de mim e sair depressa da sala.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora