CAPÍTULO 35: Goste disso ou não

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                    ~ Gabrielle ON ~

Assim que saí da faculdade recebi uma ligação da minha mãe avisando que precisava me ver com urgência, confesso que isso me fez ficar automaticamente preocupada e um pouco apavorada. Ela nunca foi de ligar, sempre mandava mensagem. Sempre.

Dirigi até minha antiga casa e estacionei próximo a entrada, assim que saí entrei direto pela porta principal e chamei por ela.

– Estou aqui, filha. – ouvi a voz dela vindo da sala.

Andei até lá e me deparei com ela sentada no sofá enquanto bebia algo que parecia vinho. Não parecia, era exatamente isso.

Beber às duas da tarde significa que algo não está bem.

– Algum problema? Fiquei preocupada com o jeito que falou ao telef...

– Senta, Elle.

Assim que fiz isso ela me ofereceu uma taça, mas recusei.

– To evitando beber ultimamente.

– Tudo bem.

– Por que me chamou? Tô preocupada e preciso que fale alguma coisa.

Ela deixou a taça sobre a mesinha e simplesmente disse:

– Quero que cancele toda essa palhaçada de casamento.

– O que!?

– Sei o que sei pai fez com você e estou tão irritada que sou capaz de matar ele, mas não precisa continuar com isso.

– Mãe, eu....

– Nicolas não me convenceu nem um pouco com aquele papo de estarem apaixonados – bufou. – Aquele garoto sequer deve saber o que é isso.

– Não vou cancelar nada.

Minha mãe me olhou surpresa.

– Não, não vou.

– Deixa de besteira, Gabrielle.

– Eu realmente vou me casar.

– Não admito isso. Sei o tipo de homem que o Nicolas é.....isso não vai acabar bem.

Levantei depressa do sofá e antes de ir embora, falei:

– Não, você não conhece ele. Nem um pouco. E vou me casar goste disso ou não.

– Não sabe o que está fazendo com sua vida.

– Ah, eu sei exatamente o que estou fazendo. Ao contrário de você que se casou com um dos piores homens que existe na Terra!

A expressão que ela fez me mostrou que aquilo tinha sido golpe baixo, baixo demais, mas não me importei, eu estava magoada com o que meu pai fez comigo.

– Respeite sua mãe, Gabrielle. – meu pai tinha acabado de entrar na sala.

– Ótimo! Reunião em família, eu passo.

Andei depressa em direção a saída e só parei quando entrei no carro outra vez, liguei o motor e dei partida antes que voltasse lá e a situação apenas piorasse.

                      •◇•◇•◇•◇•

Assim que entrei no apartamento me deparei com tudo escuro, pelo visto Nicolas tinha saído há um tempo. Deixei minha bolsa sobre o armário e fui em direção a cozinha e peguei uma garrafa de vinho junto a uma taça.

Sim, vinho é minha bebida favorita também.

Sentei no sofá e servi um pouco do líquido vermelho na taça e bebi, repassei a conversa que tive mais cedo com a minha mãe e todo o estresse. Por que tive que nascer em uma família tão complicada?

Quando percebi já estava acabando a garrafa e me senti irritada por isso, estava prestes a levantar pra ir buscar outra garrafa quando ouvi a porta sendo destrancada e o loiro passando pela porta.

Dei um sorriso espontâneo, ligeiramente embriagado, quando ele apareceu bem na minha frente.

– Oi....– falei, de um jeito engraçado.

– Andou bebendo? – olhou em direção a garrafa vazia. – Entendi. É um problema dos grandes.

Ele tirou o paletó e enrolou a camisa social até os ombros antes de voltar pra perto de mim.

– Vou buscar outra garrafa.

Tentei levantar, mas perdi o equilíbrio e só não caí no chão graças a ele.

– Não vai não, mocinha.

– Quero beber com você. Não posso?

– Que honra, mas não, amor.

– Por que você é tão chato!? – questionei.

– Eu? Chato? Era só o que faltava. – resmungou, me carregando.

– Aonde você vai me levar?

– Pro quarto, Elle.

Dei um riso.

– Gostei da ideia.

– Você precisa dormir.

– Ah, não!

Entramos no quarto e Nicolas me deixou na cama enquanto ia apagar as luzes, tentei tirar minhas roupas, mas não consegui, então apenas deitei.

– Vou tomar um banho. – avisou.

– Me leva junto.

– Durma. – notei o humor na voz dele. – Precisamos conversar amanhã.




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