CAPÍTULO 16: mentiras

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                    ~ Gabrielle ON ~

Minha cabeça estava tão confusa que prestar atenção na aula era algo completamente impossível, pra todo lugar que eu olhasse Nicolas estava lá, mas por incrível que pareça ele sequer apareceu na sala hoje. Kent estava falando comigo sem parar e eu até queria prestar atenção nele, mas não conseguia.

– Você tá legal? – perguntou.

– Sim, tô sim. É só sono.

– Pensei que o idiota do Mancini tivesse algo a ver com isso.

– Já disse, não temos nada.

– Bom, de qualquer forma, isso é coisa sua. Hoje vai ter uma festa da faculdade, quer ir comigo? Pode levar quem quiser também.

Analisei bem o convite e pensei comigo que a melhor maneira de esquecer aquele imbecil era tentando alguma coisa além de ler e escutar música. Bebida sempre resolvia os problemas dos outros, por que não resolveria o meu agora?

– Acho que vou sim. Eu e uma amiga.

– Ótimo. Te passo as informações mais tarde.

Apoiei minhas costas na parte de trás da cadeira e peguei meu celular pra avisar Mia de que tínhamos uma festa pra ir, já que ela vai mudar de faculdade essa é uma ótima ideia pra tentar se entregar.

Assim que a aula acabou saí da sala e fui direto para o carro, não queria correr o risco de esbarrar nele ou no B1 ou B2 que com toda certeza estavam de olho em mim.

Vi algumas ligações perdidas dele e o jeito que isso me deixou pensativa quase me fez surtar, não queria me apegar logo a ele, a pessoa que provavelmente tomaria tudo de mim.

Eu não podia deixar isso acontecer.

                     •◇•◇•◇•◇•

Assim que cheguei na festa com a Mia reconheci algumas pessoas e outras que sequer vi na vida, minha amiga também reconheceu algumas pessoas, velhos amigos. Encontrei Kent enquanto íamos buscar bebida e apresentei ele pra Mia, o que acredito ter sido uma péssima ideia. Nicolas me mataria.

– Tá gostando da festa? – perguntou, no meu ouvido.

– Muito.

– Quem sabe isso é o que você precisa pra esquecer aquele canalha.

Olhei séria pra ele.

– Já disse pra esquecer isso.

– Não tá mais aqui quem falou.

Kent se afastou de nós e Mia e eu nos viramos para as bebidas, começamos a beber tequila e fomos para cerveja, assim fomos alternando. Minutos depois senti tudo ao meu redor começar a girar um pouco, o que me fez esbarrar sem querer na loira.

– Eu não sabia que isso podia ser forte. – comentei, rindo.

– Com o tempo esse efeito passa, amiga.

Começamos a rir e vi o momento em que a expressão dela mudou.

– Ai, merda!

– O que foi?

– Meu irmão tá aqui.

Meu coração parou de bater.

– Bom – peguei meu copo. – Então eu preciso desaparecer.

Estava me afastando quando a ouvi gritar:

– Como assim, Gabrielle? O que tá acontecendo?

Fiquei sentada nos degraus da escada apenas bebendo e torcendo pra que ninguém me incomodasse ali, até que Kent me encontrou.

– O que aconteceu?

– Nada. Só tô com as pernas doendo.

– Seu namorado tá aqui.

– É, eu sei.

Levantei e subi a escada da casa, onde haviam outras pessoas, e fiquei observando tudo de cima. Um cara completamente aleatório se aproximou de mim querendo conversar, mas não dei bola, queria apenas ficar na minha.

Ele se aproximou cada vez mais de mim, o que me fez recuar no mesmo segundo, mas continuou vindo na minha direção mesmo assim.

– Sai de perto de mim. – falei.

– Qual é, gatinha? Só quero uma coisa de você.

Dei tantos passos pra trás que não percebi que estava me aproximando da parede até me chocar contra ela.

– Eu tô avisando pra ficar longe de mim.

Ele segurou meu rosto pra tentar me beijar, mas fiz força pra que não conseguisse, então comecei a sentir as mãos dele subindo por minhas pernas.

Tentei empurrá-lo pra longe com toda a minha força, o que me fez sentir dor no pulso esquerdo, mas estava determinada a afastar aquele idiota de mim.

Meu coração estava batendo tão rápido que fiquei assustada, um medo percorreu a minha espinha conforme ele me tocava e me puxava pra perto de si. Sequer tinha como pedir ajuda, porque todas as pessoas ao nosso redor estavam bêbadas demais pra perceber o que estava acontecendo.

– Se afasta de mim, porra! – dei uma joelhada no meio das pernas dele, o que o fez recuar um pouco.

De repente alguém acertou o rosto dele, o fazendo cair no chão de vez. A pessoa começou a dar vários murros no cara e isso me deixou angustiada, nervosa.

– Nicolas, sai de cima dele!

De repente o cara acertou o rosto do loiro.

Enquanto eu gritava por ajuda Paul subiu as escadas correndo e tirou o amigo de cima do cara, que estava completamente ensanguentado. Meu Deus.

Meu corpo inteiro estava tremendo.

Paul empurrou Nicolas pra dentro de um dos quartos e em seguida fez o mesmo comigo.

– Alguém me explica que porra acabou de rolar ali fora!? – o moreno perguntou.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora