Alguns dias depois.....
Eu estava terminando de me arrumar para o jantar de noivado e senti uma sensação estranha percorrer todo o meu corpo, nervosismo misturado com algum tipo de felicidade. Não sei explicar a sensação bizarra de boa. Ver os convidados através da janela também contribuiu pra isso.
– Nossa....– ouvi alguém falar atrás de mim.
Me virei e me deparei com Nicolas parado ainda na porta, me observando.
– Estamos levando isso a sério demais. – falei.
– Quer dar pra trás agora? – perguntou, em um tom divertido.
– Não sou desse tipo.
Ele se aproximou de mim e passou os braços em volta do meu corpo, me fazendo invadir o espaço pessoal dele.
– Você parece agoniada com alguma coisa.
– É só nervosismo. E preocupação com a minha mãe, ela não sabia disso.
– Ah...digamos que eu já tive uma conversa com ela.
Franzi o cenho.
– Como assim?
– Ela quis brigar comigo por causa disso, mas contornei a situação. Não esquenta.
– Acha que meu pai contou?
– Não. Senão ela estaria brigando com ele, não comigo. – riu.
– Que bom, então.
– Pronta?
– Não.
Ele sorriu, me fazendo ficar um pouco mais aliviada.
– To te esperando lá em baixo.
– Tá bom.
Dei uma última olhada nos convidados que estavam no jardim antes de finalmente sair do quarto, eu ainda não tinha visto o que Nicolas preparou pra hoje, mas quando cheguei no último degrau da escada fiquei em choque. A casa estava perfeitamente decorada, com garçons servindo bebidas aos convidados, música, ele tinha planejado tudo sozinho.
Não sabia que tinha como me apaixonar ainda mais por ele, mas agora sei.
– Gabrielle? – ouvi alguém me chamar.
Olhei para o lado e me deparei com Tiago, pai do meu noivo e aquele que quer me ver sem absolutamente nada.
– Sr. Mancini. – cumprimente, rispidamente.
– Pode me chamar de Tiago, vamos ser da mesma família.
– É claro. Por que não?
Senti uma mão na minha cintura e pelo jeito que me tocou soube quem era.
– Pode nos deixar a sós, pai?
– Claro. A festa está maravilhosa.
– Eu sei. – respondi. – Agradeça ao seu filho por não ser parecido com você. Foi ele quem cuidou disso.
Ele apenas deu um aceno de cabeça ao loiro como aprovação e se afastou.
– Mantenha a calma, tá bom? – pediu, passou as mãos por meus braços.
– Eu sei, mas não consigo mais ser simpática com ele.
– Esqueça ele. Aproveita seu jantar, só isso.
Um garçom passou perto de nós e aproveitei para pegar uma taça de champanhe.
– Adorei o que você fez. – falei, dando um beijo no rosto dele. – Como pensou em tudo isso?
– Digamos que eu conheço você até demais.
– Aí estão os pombinhos!
Olhei em direção ao Samuel e vi que Mia estava segurando a mão dele, desviei um pouco minha atenção pra verificar a reação do Nicolas. Até que não foi tão ruim quanto eu esperava.
Mas antes que tudo fosse pelos ares apenas cumprimentamos os dois e o levei para área externa da casa, onde haviam mais convidados e música.
Passei os braços em volta do pescoço dele enquanto suas mãos estavam firmes na minha cintura, começamos a dançar lentamente apenas aproveitando aqui enquanto olhávamos um nos olhos do outro.
Nesse momento reconheci o garotinho que brincava comigo quando tínhamos dez anos, fiquei aliviada em saber que ele ainda estava ali.
– Eu te amo. – disse, me dando um beijo.
– Também te amo. E obrigada.
Senti alguém se aproximar de nós e virei um pouco o rosto para saber quem era. Por que ela estava aqui?
Uma raiva incendiou todo meu ser.
– Gabrielle. Nicolas. – ela disse. – Fico feliz por vocês.
– Eu duvido muito.
– O que veio fazer aqui? – Nicolas perguntou, tentando me manter calma.
– Vim prestigiar vocês antes do casamento. Afinal, somos amigos, não somos?
– Passamos bem longe disso, Leah.
– Ainda magoada porque transei com seu noivinho? – debochou. – Pensei que você superasse as coisas rápido.
Me afastei do loiro e me aproximei dela, ainda com a taça em mãos.
– Saia da minha casa. – falei, entredentes.
– Relaxa, Elle.
– Acredite, eu tô relaxada. Você não quer experimentar me ver com raiva.
– Ou o que? Vai me puxar pelo cabelo? – riu.
Automaticamente joguei a bebida no rosto dela e segundos depois percebi a besteira que fiz perto dos convidados.
– Tá na hora de ir embora, Leah. – Nicolas me puxou para perto de si.
Ela simplesmente virou de costas e saiu andando, ainda enxugando a bebida.
– Meu Deus. – murmurei.
– Por que jogou a bebida nela?
– Não foi bem a minha intenção, mas aconteceu. Me arrependo de ter feito isso.
– Se arrepende mesmo? – brincou.
– Definitivamente não. – comecei a rir.
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Consequência
Jugendliteratur⚠️+16|| © 2022 Gabrielle e Nicolas se conhecem desde crianças, mas com o passar do tempo eles criaram um ódio mútuo tão intenso que permanecer por muito tempo no mesmo ambiente sem brigar é um sacrifício. Os dois tem um acordo pré-estabelecido gra...