CAPÍTULO 32: Definitivamente não

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Alguns dias depois.....

Eu estava terminando de me arrumar para o jantar de noivado e senti uma sensação estranha percorrer todo o meu corpo, nervosismo misturado com algum tipo de felicidade. Não sei explicar a sensação bizarra de boa. Ver os convidados através da janela também contribuiu pra isso.

– Nossa....– ouvi alguém falar atrás de mim.

Me virei e me deparei com Nicolas parado ainda na porta, me observando.

– Estamos levando isso a sério demais. – falei.

– Quer dar pra trás agora? – perguntou, em um tom divertido.

– Não sou desse tipo.

Ele se aproximou de mim e passou os braços em volta do meu corpo, me fazendo invadir o espaço pessoal dele.

– Você parece agoniada com alguma coisa.

– É só nervosismo. E preocupação com a minha mãe, ela não sabia disso.

– Ah...digamos que eu já tive uma conversa com ela.

Franzi o cenho.

– Como assim?

– Ela quis brigar comigo por causa disso, mas contornei a situação. Não esquenta.

– Acha que meu pai contou?

– Não. Senão ela estaria brigando com ele, não comigo. – riu.

– Que bom, então.

– Pronta?

– Não.

Ele sorriu, me fazendo ficar um pouco mais aliviada.

– To te esperando lá em baixo.

– Tá bom.

Dei uma última olhada nos convidados que estavam no jardim antes de finalmente sair do quarto, eu ainda não tinha visto o que Nicolas preparou pra hoje, mas quando cheguei no último degrau da escada fiquei em choque. A casa estava perfeitamente decorada, com garçons servindo bebidas aos convidados, música, ele tinha planejado  tudo sozinho.

Não sabia que tinha como me apaixonar ainda mais por ele, mas agora sei.

– Gabrielle? – ouvi alguém me chamar.

Olhei para o lado e me deparei com Tiago, pai do meu noivo e aquele que quer me ver sem absolutamente nada.

– Sr. Mancini. – cumprimente, rispidamente.

– Pode me chamar de Tiago, vamos ser da mesma família.

– É claro. Por que não?

Senti uma mão na minha cintura e pelo jeito que me tocou soube quem era.

– Pode nos deixar a sós, pai?

– Claro. A festa está maravilhosa.

– Eu sei. – respondi. – Agradeça ao seu filho por não ser parecido com você. Foi ele quem cuidou disso.

Ele apenas deu um aceno de cabeça ao loiro como aprovação e se afastou.

– Mantenha a calma, tá bom? – pediu, passou as mãos por meus braços.

– Eu sei, mas não consigo mais ser simpática com ele.

– Esqueça ele. Aproveita seu jantar, só isso.

Um garçom passou perto de nós e aproveitei para pegar uma taça de champanhe.

– Adorei o que você fez. – falei, dando um beijo no rosto dele. – Como pensou em tudo isso?

– Digamos que eu conheço você até demais.

– Aí estão os pombinhos!

Olhei em direção ao Samuel e vi que Mia estava segurando a mão dele, desviei um pouco minha atenção pra verificar a reação do Nicolas. Até que não foi tão ruim quanto eu esperava.

Mas antes que tudo fosse pelos ares apenas cumprimentamos os dois e o levei para área externa da casa, onde haviam mais convidados e música.

Passei os braços em volta do pescoço dele enquanto suas mãos estavam firmes na minha cintura, começamos a dançar lentamente apenas aproveitando aqui enquanto olhávamos um nos olhos do outro.

Nesse momento reconheci o garotinho que brincava comigo quando tínhamos dez anos, fiquei aliviada em saber que ele ainda estava ali.

– Eu te amo. – disse, me dando um beijo.

– Também te amo. E obrigada.

Senti alguém se aproximar de nós e virei um pouco o rosto para saber quem era. Por que ela estava aqui?

Uma raiva incendiou todo meu ser.

– Gabrielle. Nicolas. – ela disse. – Fico feliz por vocês.

– Eu duvido muito.

– O que veio fazer aqui? – Nicolas perguntou, tentando me manter calma.

– Vim prestigiar vocês antes do casamento. Afinal, somos amigos, não somos?

– Passamos bem longe disso, Leah.

– Ainda magoada porque transei com seu noivinho? – debochou. – Pensei que você superasse as coisas rápido.

Me afastei do loiro e me aproximei dela, ainda com a taça em mãos.

– Saia da minha casa. – falei, entredentes.

– Relaxa, Elle.

– Acredite, eu tô relaxada. Você não quer experimentar me ver com raiva.

– Ou o que? Vai me puxar pelo cabelo? – riu.

Automaticamente joguei a bebida no rosto dela e segundos depois percebi a besteira que fiz perto dos convidados.

– Tá na hora de ir embora, Leah. – Nicolas me puxou para perto de si.

Ela simplesmente virou de costas e saiu andando, ainda enxugando a bebida.

– Meu Deus. – murmurei.

– Por que jogou a bebida nela?

– Não foi bem a minha intenção, mas aconteceu. Me arrependo de ter feito isso.

– Se arrepende mesmo? – brincou.

– Definitivamente não. – comecei a rir.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora