Capítulo 15

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REBECCA

Consegui comunicação com Apolo dias depois ter ido visitar minha mãe. Apesar de falar como o mesmo Apolo de antes, ele não parecia mais o mesmo, suas roupas quentes eram estilosas e as bochechas estavam muito vermelhas de frio provavelmente, e tinha uma garota que passava atrás dele toda hora e sorria para o computador, como se quisesse agradar a irmã mais nova do seu, possivelmente, namorado.

— Tem algum segredo mais que você não esteja me contando? — perguntei a ele, com a cabeça apoiada na mão e cotovelo apoiado na minha mesinha de estudos.

— Não tem segredo algum, não escondo nada de você — ele falou, mas sorria. Os dentes de Apolo eram perfeitos, bem alinhados e super brancos.

— Sabe que vou ficar chateada se descobrir sozinha, né?

— Como é? Minha irmã está agindo como uma namorada possessiva? — ele ergueu as sobrancelhas e eu mostrei a língua pra ele. — Que maduro, assim você não vai conseguir conquistar os garotinhos do ensino médio.

Por algum motivo maluco, o rosto de Allan veio na minha mente.

— Não estou querendo isso mesmo.

— É muito bom saber, não quero ter que pegar um avião e enforcar todos eles — Apolo cruzou as mãos atrás da cabeça enquanto se recostava em sua cadeira e eu apenas fiz uma careta.

— Preciso fazer lição de casa. Te amo — eu disse, curvando os lábios de decepção por ter que me despedir tão cedo do meu irmão.

— Estuda mesmo, para ser inteligente igual seu irmão. Também te amo — ele riu da minha nova careta e jogou um beijo antes de desligar e não a tempo de eu ver a garota aparecendo atrás dele de novo e sorrindo.

Cogitei não gostar dela logo de uma vez, mas decidi dar uma chance, até porque ela poderia realmente ser só uma peguete gringa dele. Era difícil saber se um dia Apolo iria voltar pra gente, eu pensava muito nisso, muitas pessoas que eu tinha ouvido falar que foi estudar no exterior, não voltaram mais. Algumas se casaram, outras começaram a trabalhar e fazer sua vida por lá e não voltaram mais. Isso me deprimia muito, porque não me via em uma vida inteira sem a presença do meu irmão, eu poderia até aguentar alguns anos, mas toda a minha vida não.

E se eu casasse algum dia, quem entraria na igreja comigo? Tudo bem que ele poderia viajar para vir ao meu casamento se fosse o caso, mas eu precisaria dele para muitas outras coisas, ele era meu irmão e com certeza meu melhor amigo.

Falando em melhores amigos, tive a drástica surpresa de um convite inusitado que minha amiga recebeu de um carinha admirador secreto que tinha colocado a inicial do seu nome no convite. E como eu imaginei, Ana Paula estava radiante e pulando se alegria ao nos mostrar o convite que tinham colocado em sua mesa.

— Pelo visto, ele não é tão babaca quanto a gente pensava — disse Cris, analisando o conteúdo da carta antes de passar pra mim de novo.

— Com certeza é de Henrique, pelo menos alguém naquele grupinho salva — eu disse.

— Você mesma falou que Allan deixou chocolates na sua porta, Becca, isso sim é muito romântico também — Ana me um cutucada na costela e eu me afastei.

— Vou repetir de novo, o que eu tenho a ver com as meninas brancas, loiras, patricinhas e ricas com quem ele saía e namorava? — eu disse aos meus dois amigos, que estavam sentados próximos de mim enquanto aguardávamos a professora chegar e dar início a mais um dia de aula.

Amor em Cores Pretas | CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora