Capítulo 22

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REBECCA

A minha mente ainda não conseguia processar o que meus olhos estavam vendo bem na minha frente, era ele mesmo? Parecia mais homem, as roupas mais formais, o jeans mais apertado, o cabelo agora era dividido, não um capacete, ele estava muito gato, mas dessa vez sua beleza surtiu grande efeito em mim. Ainda mais após sentir duas mãos me pagarem... Como ela sabia que eu ia cair? Ele estava por perto? Ele estava me observando? Ele estava passando e o fez sem querer? Ele por acaso lembrava de mim? Pelo jeito que me olhou, deduzi que sim.

Mas a pergunta que eu queria mesmo fazer era: quando ele tinha voltado para o Brasil?

- Allan? - ela falou, provavelmente não acreditando no que via também.

- Em carne e osso. Oi, priminha - ele disse à Leth.

- Como eu não sabia que tinha voltado? - ela saiu de perto das outras e veio dar um abraço no primo, aproveitei para me afastar e para o observar de longe. Ele fez o mesmo, enquanto abraçava a prima, mas seus olhos pra mim não era como antes, estavam mais frios.

- Era pra ser surpresa - ele disse, olhando para ela quando o soltei. Enquanto isso eu aproveitei para reparar ele melhor de novo, usava uma corrente no pescoço e um relógio no pulso. Como ele podia ficar tão mais bonito por causa de um relógio? A verdade é que tinha um dado um charme a mais a ele.

- Quando chegou? - consegui encontrar voz para perguntar e me arrependi na hora quando ele me olhou com uma sobrancelha erguida, como se não me achasse digna de saber da sua vida pessoal, como se eu não fosse nada e nem ninguém.

Será que já tinha sido algum dia? Eu tinha minhas dúvidas, mas se bem que o papel que eu escondia muito bem no meu diário dizia que já. Que ele já tinha sentido realmente um algo por mim. Ele resolveu me ignorar e disse que tinha que voltar para seus amigos, vi quando ele acenou para as meninas e se virou, caminhando a passos seguros para o seu grupo, que também era grande. Tinha uma garota linda com eles, de olho puxado assim como Allan e a maioria naquela pequena roda, eu percebi que ela sorriu para Allan quando ele voltou e senti uma pontada estranha no peito. O que estava acontecendo comigo? Com ele?

- Amiga? Vamos? - Ana me olhou de um jeito estranho quando me virei para elas novamente, estava se questionando sobre minha reação ao rever aquela figura.

- Claro - que não, eu queria mesmo ficar reparando aquele grupo em questão. Seriam todos seus amigos da Coreia? Eles pareciam todos parecidos pra mim, mas de longe Allan era o mais bonitos dele. Tinha um outro com porte e rosto bonito também, mas não tanto quanto Allan.

E havia Dylan... eu o vi fechar a cara enquanto estava observando Allan voltar ao grupo. Então eles continuavam amigos, o idiota e o... sei lá mais o que eu achava de Allan. Ele parecia tão diferente, também tão inalcançavel, aquela menina poderia ser muito bem a sua namorada que ele trouxe da Coreia. Que droga, eu não queria estar sentindo tudo o que sentia.

As coisas só pioraram, ou melhoraram, quando mais tarde naquele dia, após entrarmos no laboratório, o grupo de Allan entrou logo atrás, pelo visto teríamos essa aula juntos por um semestre inteiro. Eu estava perdida, pois ao mesmo tempo que queria passar horas olhando o novo Allan, queria me esconder de seus olhos frios e da cara feia que Dylan fazia pra mim. Ele não ia superar, não? Cara idiota.

- Podíamos chamar eles pra sentar com a gente e aumentar o grupo - disse Leth, como se tivesse acabado de pensar na ideia.

- Não! - eu disse segurando sua mão, quando parecia que ela estava prestes a se levantar.

Amor em Cores Pretas | CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora