Capítulo 24

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REBECCA

Foi desesperador acordar em uma maca na enfermaria, eu achei que estava em um hospital, até a enfermaria aparecer e dizer que eu tinha desmaiado, ela curiosamente mencionou que um cara forte havia me deixado lá com uma menina baixinha. Me senti envergonhada e queria voltar a desmaiar, pois tinha certeza que o homem forte tinha sido Allan e não podia acreditar que estava adormecida enquanto aquele garoto me carregava. Fora o meu peso, ele deve ter percebido, não... sentido os meus quilos a mais e me senti no direito de não querer voltar mais naquela faculdade. Talvez fosse hora de trancar e voltar só quando ele tivesse terminado.

Claro que eu estava sendo exagerada, mas realmente não conseguia parar de pensar que eu tinha desmaiado por estar fraca e que Allan tinha visto e me carregado. Era só o que me faltava, pelo visto o olhar frio dele não tinha interferido na sua vontade em me ajudar. Ou o tinha feito só porque não tinha opção, talvez Ana o estivesse ameaçado, eu não duvidava disso.

No dia seguinte, coloquei uma calça, uma blusa lisa verde e sapatilhas para ir a faculdade, também fiz uma maquiagem leve. Após conferir se tudo estava em ordem no espelho, me sentei para tomar café da manhã com minha avó.

- Vê se come o dobro - ela disse, bem séria, a sua bronca de ontem com certeza repercutiria até o fim da semana, ela não se confirmaria que eu desmaiei de fraqueza, já que estava sempre me alimentando bem.

- Comerei - menti. Me sentia nervosa por ter que enfrentar a galera hoje, meu estômago não ia me ajudar se eu ingerisse muita comida.

Assim que consegui despertar minha avó sobre a quantidade de comida no café da manhã, fui pra faculdades, sabendo da viagem que faria como todos os dias. Peguei um livro para ler, era um clássico e foi pedido pela professora, então passei a viagem toda lendo, assim me distrai do furacão de perguntar que sabia que iria enfrentar.

Todos já estavam lá quando cheguei, pareciam estar me esperando, até Allan e seu grupo estavam com o meu no pátio, assim que me viram, as meninas vieram me abraçar.

- Gente, foi só um desmaio, nada de mais! - eu disse, com a cara envergonhada.

- Isso é coisa seria, Becca - Park disse, até os asiáticos agora me chamavam pelo meu apelido. A coisa foi para outra dimensão quando ele me estendeu a mão e havia um bombom nela.

- O que é isso?

- Pra você - ele sorriu e piscou várias vezes. Incerta, peguei o bombom e agradeci. Depois foram aparecendo mais doces e até um salgadinho. Eu não podia acreditar, estava quase correndo de vergonha e sentia meu rosto pegando fogo de vergonha.

- Pediram pra te entregar - a última foi Mi alguma coisa, ela me entregou uma sacola de papel e eu olhei dentro, havia um iogurte e um pacote de cookie.

- Quem pediu? - fiquei curiosa, porque todos ali haviam me dado algo pessoal, aproveitando a deixa um do outro, menos... Allan, ele não tinha me dado nada e estava fingindo ignorar a situação enquanto conversava com Dylan, que também tinha me dado uma bala. Isso mesmo, ele colocou uma bala pequena na minha mão sem a maior vontade.

- Acho que deve ser um admirador - ela ficou vermelha e sorria sem graça, vi a cabeça de Allan virar na direção dela e fiquei sem entender. Será que ele estava com ciúmes dela?

Eu não podia julgar, ela era um doce, além de muito bonita e era do povo dele, a única coisa que eu podia fazer era fugir com o rabo entre as pernas. Fingi que ia pra sala para conseguir guardar todos os meus "presentes" depois de dizer para que não me dessem mais nada, vai que virasse um hábito? Meu Deus do céu, eu ia morrer! Fui pro banheiro, mas Gabi me seguiu e me ajudou a guardar as coisas na bolsa.

Amor em Cores Pretas | CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora