Capítulo 33

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REBECCA

Todo mundo da nossa roda confirmou a presença na boate. Era a primeira vez que eu estaria em uma. Tínhamos levado roupas para nos trocar e fomos pra casa da tia de Ana Paula logo ao fim das aulas da sexta-feira. Ela não estava em casa, estava no trabalho e não podia nem sonhar que estivemos lá, por isso sairíamos até mais cedo da casa. Precisávamos nos trocar para a noite mais tarde, eu não tinha levado nada muito sexy, mas me arrependi ao ver as roupas das meninas. Até Ana Paula estava com um vestido justo, enquanto eu estava com uma saia, uma blusa sem decote sem graça e ainda tinha pego um casaco.

— Rebecca, você está parecendo a minha avó — Leth disse, sincera como sempre. Mi-Suk riu e colocou a mão na boca, depois daquele dia, ela parecia se sentir com vergonha de falar qualquer coisa com a gente, mas não destratávamos ela, todo mundo errava.

— Não tenho culpa se não sou piriguete igual a vocês — tentei soar ofensiva, mas não adiantou, elas só sorriram e começaram a rebolar. 

— Mas quando coloca aquelas saias curtas, meia calça e gargantilha de cachorro pra ir aos shows de onde a gente mora, Vosmicê parece bem a vontade — Gabi debochou, me olhando com os olhos apertados.

— É diferente! — protestei. Mas ela estava certa, eu tinha umas roupas bem sexy sim...

— Tira essa blusa de vovó, trouxe uma outra achando que Ana iria precisar — Leth passou por mim e foi até a sua bolsa.

— Ei! — Ana olhou pra ela de cara feia e com as mãos na cintura. Nós rimos dela.

Letícia me fez colocar uma blusinha de alça apertada toda de renda, com um decote muito cavado e por dentro da saia. E fez questão de subir a minha saia mais um pouco. Pelo menos disse que o casaco combinava e que me protegeria do frio.

— Estou me sentindo exposta — eu fechei o casaco na região busto com as mãos.

— Nós também — elas apontaram pra si mesmas, mas Ana não estava com decote, só com o vestido curto mesmo. As outras estavam com docentes profundo como o meu.

— Queria ser confiante assim — choraminguei.

— Você tem que ser, Becca! Pelo menos hoje, vai começar a operação encantadora de Allan —  Letícia riu e bateu Palmas.

— Você que inventou esse nome? — eu quis saber.

— Sim. E eu vou encantar o Park Bo-gum, Gabi o Ken lindinho e Mi-Suk, fora o Allan, quem você gostava no grupo? Agora o Dylan está fora de cogitação, ele que deve estar tentando fisgar o Allan — Mi-Suk também sabia do plano com o Allan e tinha aceitado entrar na nossa. Mas ela ainda não queria falar muito, apenas deu de ombros. Só sobrava Lian para ela, mas eu o achava meio babaca também.

Arrumamos a bagunça que fizemos na casa de da tia de Ana e seguimos para uma lanchonete para comer, Leth pagou o lanche de nós todas. Tivemos que ficar andando por um mine shopping local até dar a hora de seguir para a boate, Letícia recebeu uma mensagem de Allan dizendo que ele já estava a caminho. Fiquei cada vez mais nervosa, será que eu conseguiria dar em cima dele e fingir estar bêbada? Não estava muito certa disso.

Chegamos no lugar barulhento, mas não muito cheio — ainda — e fomos procurar os meninos. Os únicos que não tinham chegado ainda eram Dylan e Lian, eles não sabiam se viriam, como tinham avisado aos amigos. Ficamos em pé mesmo perto de uma mesa alta e grande e os meninos pagaram o primeiro combo de bebida. Tratei logo de virar duas cervejas rapidamente para verem que eu estava bebendo, depois comecei a disfarçar e deixar a Letícia, que era mais forte com bebida, terminar as minhas. Os pares foram feitos e só sobraram perto da mesa a Mi-Suk, eu e o Allan. Ele parecia desconfortável, assim como nós, então reuni uma coragem vindo no fundo do poço onde me encontrava e me virei para ele.

Amor em Cores Pretas | CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora