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Justin Bieber — Florença, Itália

Felizmente o quarto estava vazio quando eu cheguei. Seria provavelmente desconfortável ter que tomar banho com uma pessoa que mal conheço dentro do quarto.

Cheguei encharcado, minhas roupas estavam totalmente molhadas e grudadas no meu corpo. Já cheguei tirando meu casaco, minha camisa e calça. Acho que se eu ficasse mais um minuto com minhas roupas ni corpo, provavelmente sairia com uma gripe forte o suficiente para me derrubar até o fim da minha viagem.

Meu banho foi bem rápido e bem quente. Por mais que eu tenha tido que ficar esperando a água esquentar por, no mínimo, cinco minutos, pelo menos valeu a pena.

Depois de vestido, arrumado e quente o suficiente para esquecer das horas que passei na chuva. Olhei pela varanda do quarto de Hailey e encontrei ruas iluminadas, sem chuva e com muitas pessoas.

Em algum lugar longe, tem uma música animada tocando e consigo ouvir a risada de algumas pessoas. A cidade parece ganhar uma vida diferente quando anoitece e por incrível que pareça, isso me anima.

Tiro uma foto da rua iluminada e cheia, mando para minha mãe e para Jaden e Auston. Mas não espero pela resposta deles, guardo meu celular no bolso e saio do quarto destinado a me embrenhar pelas ruas cheias e encontrar um restaurante.

Passo pela recepção e Andrea me ver, mas não faz questão de falar comigo. E eu até posso entender o motivo disso, afinal, acho que consegui irritar bastante ela.

Saio da pousada e desço a ladeira íngreme. Com as mão nos bolsos, fui seguindo a minha fome e a vontade dela me dizia para entrar no primeiro restaurante que eu encontrasse no meu caminho que, por pura sorte, foi uma pizzaria que exalava o cheiro maravilhoso de pepperoni.

Entrei no estabelecimento cheio, mas vi um banco desocupada no balcão. E por mais que eu prefira mesas, minha única opção era realmente estar nesse balcão. Por isso, me aproximei devagar do balcão até reconhecer uma das vozes do que eu achava ser um casal.

O homem estava usando um colete azul típico de guias turístico da Europa e a garota era completamente cafona. Vestido escuro com flores vermelhas, blazer preto, um chapéu. Um chapéu de noite. Um chapéu!

— Senhora, eu não te entendo! — Hailey diz a atendente do balcão, que parecia irritada com sua insistência em falar inglês.

— Ragazza stupida! — Preciso abafar uma risada quando a mulher o chama de burra.

— Senhora, nós simplesmente não entendemos nada! — O homem tenta ajidar, mas só deixa a mulher mais irritada.

Belo guia turístico!

— Per Dio, senhorita Baldwin, conseguiu um guia turístico tão ruim quando você no italiano? — Hailey se vira para mim, assim que percebe minha presença. E como da primeira vez, ela me olha de cima a baixo.

— E-ele não é meu guia. — Ela está corada. Como alguém ficava corada com tanta facilidade?

— Não sou o guia dela, mas sou do resto dos hóspedes da pousada. Aliás, sua gritaria mais cedo foi bem incomoda para alguns deles. — O homem se intromete, como se eu, realmente, tivesse o perguntado alguma coisa.

— O que querem pedir? É isso que eles querem saber. — Explico para Hailey, não para o cara esquisito.

— Quero uma pizza gigante de mussarela. E você Connor?

— Na verdade, meus pedidos são grandes e eu acho melhor ir conferir se está tudo certo com meus clientes. Se me derem licença. — Ele não espera, apenas sai e deixa o caminho livre para que eu tomasse seu lugar.

— Por acaso está me seguindo? — Hailey pergunta me encarando desconfiada.

— Não se ache tanto, entrei no primeiro restaurante que encontrei. Estou morrendo de fome. — Pego o cardápio e ela tosse, várias vezes.

— Por que eu me acharia por ser seguida por um cara como você, senhor Bieber? — Ela rouba o cardápio da minha mão.

— Não me chame de senhor, tenho apenas 25 anos. Só Justin.

— Tudo bem, só Justin, então porquê eu...

— Jesus, você sempre é falante assim? — A interrompo brutalmente, mas ela não reclama, até chega a rir.

— Só quando estou feliz e eu estou muito feliz. — Ela abre um sorriso infantil, quase como uma criança de 10 anos ganhando um brinquedo novo.

— O motivo de tanta felicidade é seu guia turístico que não sabe falar italiano? — Roubo de volta o cardápio, mas nem sequer leio as opções de sabores.

— Ha ha. Ele não é meu guia turístico e ele não é motivo da minha felicidade.

— Então quem é seu guia? — Ela suspira.

— Por que está tão interessado?

— Ainda tentando decifrar se não vou dormir no mesmo quarto que uma assassina em série. — Deixo o cardápio no balcão e presto atenção nela.

O rosto calmo que quase ninguém tem, com um sorriso sincero que só comprova tamanha a felicidade que ela realmente está sentindo.

— Não tenho um guia. O meu adoeceu e não sei se vou conseguir achar outro que fale inglês, sendo assim, vou me aventurar pela Itália sozinha. — Ela balança no banco e cruza as pernas.

Até tento evitar, mas meu olhar cai para a coxa dela quando seu vestido desce um pouco e deixa a pele mais exposta. Porém, assim que percebo que estou fazendo, volto a encarar seus olhos.

— Está me dizendo que vai se aventurar por um lugar que não conhece e que não consegue nem ao menos dizer boa tarde da maneira correta, sem um guia? — Ergo as sobrancelhas e apoio meus cotovelos na bancada.

— Exato. — Ela responde convicta.

— Ótimo, logo logo o quarto vai ser apenas meu então, porquê dúvido que consiga voltar sozinha. — Abro um sorriso discreto.

— Do jeito que você fala, até parece que estou fazendo uma grande besteira.

— E você está senhorita Baldwin. — Enfatizo.

— Se eu tenho que te chamar de Justin, você tem a obrigação de me chamar de Hailey.

— Tudo bem, Hailey.

— E voltando ao assunto, acho que consigo me virar bem. — Ela coça o nariz, um sinal clássico de mentira.

— Olha, se quiser, pode vir comigo enquanto conheço a cidade. Posso não ser um grande guia, mas falo inglês, italiano e um pouco de francês se precisar.

— Está tentando me cantar ou conseguir um emprego, Justin? — A pergunta dela me faz dar uma risada, mas a faz corar imediatamente. — Me desculpa, foi uma piada idiota.

— Ei, tá tudo bem, eu gostei. E estou mais tentando ajudar uma jovem moça a não se perder na cidade. Me sentiria culpado em saber que poderia ter ajudado. Fora que também te devo uma pelo quarto.

— Se é assim, topo que você seja meu guia turístico. Mas você tem que preparar aquelas explicações sobre a história dos locais das coisas. Fechado? — Ela estende a mão para minha direção.

— Vai sonhando senhorita Baldwin, vai sonhando... — Aperto sua mão para fechar esse negócio.

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