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Justin Bieber — NY, New York

Por mais que os especialistas não tenha "comprovado" ainda, câmeras são capazes se capturar muito mais do que uma bela imagem. Elas captam a emoção que a pessoa atrás da lente quer transmitir para as pessoas que vão ver aquela foto.

Um grande exemplo são as grandes modelos que fazem campanha para grandes marcas. Elas iludem as garotas com a falsa sensação de que, o que as torna confiantes é a roupa, o sapato ou a bolsa que estão usando, sendo que tudo não passa de uma grande armação da indústria. Uma modelo dessas é confiante com ou sem as roupas. Poderiam fazer 200 ensaios nuas e iriam transmitir a mesma confiança que elas dizem ser dada por uma lingerie da Victoria Secrets.

E não culpo as garotas que caem nesse conto maravilhoso da lingerie que te empoderada, às vezes essa mentira ajuda realmente as mulheres a se sentirem empoderadas.

Mas quando se está atrás da câmera, infelizmente essa parte do mundo perde aos poucos as cores que lhe pertencem. Porquê um fotógrafo sabe exatamente quando alguém está fazendo um ensaio triste, confiante, alegre ou apaixonado. É fácil desvendar isso quando sua lente está apontada para o rosto da pessoa, para o corpo da pessoa e muitas vezes para a alma da pessoa.

E antes que haja um engano, passo longe da porta dos que vivem de fotografar modelos para catálogos de lingerie, por mais que essa não me pareça ser uma profissão totalmente entediante. Sou um cineasta, mas meu lance é, com toda minha certeza, dirigir videoclipes.

Nada é melhor do que captar a emoção que uma música te dá junto com o clipe que você mesmo tem que dirigir. Eu sou responsável por criar e conectar a emoção das coisas, o que parece relativamente fácil quando eu coloco nessas palavras, mas na verdade é um trabalho bem difícil quando se trata da prática.

Foi nessa prática que conheci Madeline, anos atrás. Para ser mais exato, a conheci em 2019, quando ela foi escalada por um cantor pop famoso da época para ser seu par romântico em um clipe se música tão chiclete que ficou na minha cabeça por quase que o mês todo.

No fundo, até hoje, acho que aquele ator convidou Medaline com uma intenção muito maior do que apenas utilizar o trabalho dela no seu clipe. Ele deixava bem claro, que todas as investidas eram para que o casal saísse do roteiro pré formado e alcancem a realidade.

Felizmente, pelo menos para mim, Madeleine nunca quis uma fama de namorada de artista. Ela sempre quis ser a estrela que brilha sozinha, queria os holofotes em cima dela e eu queria colocar todos as minhas câmeras focadas em um só rosto. O dela.

Depois daquele clipe, saímos algumas vezes, começamos a namorar consideravelmente rápido e em pouco menos de um ano estávamos morando juntos. Completamos um ano, dois anos e no nosso aniversário de três anos, fiz a grande surpresa de armar o pedido de casamento mais romântico do mundo, que por sinal ela aceitou em meio a várias lágrimas.

E tudo havia sido perfeito até semana passada. Quando já estávamos a poucos passos do sim definitivo que juntaria nossas escovas de dente até que não não tivéssemos mais que usar elas por não termos dentes, de tão velho que ficaríamos.

Foram quando essas brigas começaram, por um motivo até então desconhecido por mim. Primeiro eu culpei o estresse do casamento, depois o estresse que provavelmente deve ser ter que me ver saindo para ir fazendo trabalhos longe de casa e por último, eu entendi que os problemas não eram comigo.

— Maddy, você vai falar de uma vez? — Pergunto mais uma vez. Meus braços estão cruzados e eu estou escorado na parede que divide a nossa cozinha da sala ampla.

— Justin... Eu não... — Ela está chorando tanto que não consegue formular uma frase inteira. E eu deveria ter percebido isso nas duas últimas tentativas.

— Você está chorando faz meia hora, sendo que você começou esse assunto e agora chora como se tivesse sido minha culpa. — Tento não parecer grosso, mas não escondo minha decepção.

Me sinto como se estivesse sendo largado a beira do altar, com aquele bando de músicos tocando a marcha nupcial e ela parada na porta da igreja, não dando nenhum passo e me olhando como se a culpa fosse totalmente minha.

— Está... Está dizendo que a culpa e minha? — Ela joga os cachos pretos para trás e levanta um olhar furioso.

— Estou dizendo que começou a chorar como se eu tivesse pedido um tempo dias antes do nosso casamento, sendo que foi você quem me acordou dizendo isso. — Digo rispidamente e meu tom faz seus olhos se encherem de lágrimas.

— Eu preciso de certeza para casar com você Justin, não posso fazer isso comigo. Tem noção do que é um casamento? — Ela joga os cachos que caíram em seu rosto para trás com agressividade.

— Eu tenho plena noção do que se trata um casamento. Tinha antes, quando pedi sua mão, tinha durante quando estávamos planejando cada detalhe da cerimônia e tenho agora, que você está simplesmente acabando com tudo!

— Não estou acabando com tudo!— Ela levanta do sofá e tropeça até mim, mas eu desvio antes que ela possa me tocar.

— Poderia ter chego a essa conclusão antes de enviarmos os convites. Porquê me lembro bem de ter sido você quem quis casar o mais rápido possível! Eu poderia manter um noivado por muito tempo, mas você queria ser logo minha esposa. — Ela até faz menção a me interromper. — Palavras suas!

— Quer que eu me case sem ter certeza? É isso Justin? Quer ser infeliz como a droga do casamento dos seus pais foi? — Ela explode, como sempre faz quando está sem saída nas brigas.

— Madeleine, não vou obrigar você a se casar comigo. Se quer um tempo, aproveite seu tempo, mas faça o favor de avisar a todos os convidados que o casamento está cancelado.

— E o que você vai fazer? O que nós vamos fazer? — Ela choraminga vindo me abraçar e eu novamente desvio dela.

— Você? Não faço a mínima ideia, mas eu vou para Florença na semana que vem, aproveitar o ótimo pacote de lua de mel que eu fechei para duas pessoas. Preciso de uma folga dessa porra toda enquanto você decide se vai crescer ou continuar agindo como uma garota mimada.

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