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Hailey Rhode - Florença, Itália

Esperava algo muito mais estranho do que recebi na noite passada. Ainda mais levando em conta que é a primeira vez que durmo com um homem que não conheço tão bem, na verdade, não conheço.

Sou bem seletiva com os caras que deitam na minha cama. Porquê eu prefiro conhecer bem os homens que vão tirar minha roupa. Não sou o tipo se garota que bebe, transa com alguém que não conhece, não lembra o rosto e consegue seguir a vida normalmente depois disso. Fiz isso uma vez e passei semanas tentando achar o cara com quem transei no banheiro de uma boate, acabei achando o DJ que tocava na noite, gato e fofo o suficiente para ter paciência de me explicar que sim, ele usou camisinha.

Mas como minha vida sexual não é pauta aqui, não vou focar nesse assunto.

O importante é que quando acordei, na verdade quando acordamos juntos, vi que Justin respeitou a barreira de travesseiros que montei na cama e se manteve nela durante toda a noite. E quando nos sentamos juntos, ele estava com um cara de sono fofa, como de alguém que havia acabado de acordar de um sono tão gostoso e tranquilo que não queria acordar.

Não trocamos muitas palavras de manhã, porquê é estranho falar com um estranho que estranhamente está dividindo o quarto com você. Apenas troquei de roupa e saí para que Justin pudesse tomar banho e subi depois de meia hora, tempo que ele mesmo pediu, o encontrando pronto para mais um dia.

Apenas nesse momento trocamos um bom dia.

E depois disso, foi minha vez de ter um tempo reservado para tomar banho e me vestir. Hoje, nada além de um vestido rosa curto, cheio de pregas e mangas longas, e claro que com um decote a altura de me deixar sexy para ninguém em especial. Junto com ele, minha bolsa de sempre e um tênis branco.

Quando desço para tomar café, Justin já está lá, sentado e me esperando. Ou apenas sentado e mexendo no celular em uma mesa com dois lugares, sem comer nada e sem interagir com ninguém, mesmo com o salão cheio.

Passo por Andrea e ela abre um sorriso gentil. Vou até a mesa e percebo que quando pego a cadeira para me sentar, as pessoas ao redor me olham como se eu estivesse cometendo um grande erro, por isso, olho para Justin. Ele está casualmente mexendo no celular e desligado do mundo ao redor. Eu pigarreio antes de falar.

- Posso? - Pergunto com a mão na cadeira e ele levanta a cabeça para me olhar. Percebo um pequeno sorriso crescendo no canto dos seus lábios.

- Você perguntando se pode algo? Isso é novo. Mas fique a vontade, eu estava te esperando. - Ele deixa o celular na mesa e relaxa na cadeira.

- Me esperando? Isso é uma pequena demonstração da grande simpatia canadense que o senhor esconde dentro de si? - Ele revira os olhos enquanto me sento.

- Sou seu guia, acho que essa é minha obrigação. - Ele força um sorriso.

- Tudo bem, então para onde nós vamos hoje? - Pergunto casualmente mexendo nos guardanapos da mesa.

- Vou te levar a Ponte Vecchio. Todos dizem que durante a noite é mil vezes mais bonita, mas durante o dia é mais vazia e será mais fácil de procurar seu...

- Meu objetivo. - Completo sua frase e ele concorda.

- Seu objetivo. - Ele enfatiza.

Ficamos um tempo em silêncio, uma sensação estranha e desconfortável. Ele batuca os dedos na mesa e olha ao redor. As pessoas estão nos olhando e eu não entendo o motivo.

- Vermelho. Sua roupa vermelha e chamativa está atraindo olhares senhor Bieber. - Ele me encara e suspira.

- Algo contra a cor senhorita Baldwin? - Ele se inclina e apoia os cotovelos na mesa.

- Eu? Claro que não. Mas sabem o que as pessoas dizem, é uma cor quente. - Ergo os ombros fingindo indiferença e olho para a mesa.

Quando ergo novamente o olhar, Justin está mordendo o lábio inferior. Não sei exatamente se é intencional, mas está fazendo isso e me encarando.

- Acha que estou quente senhorita? - Ele pergunta sério, não consigo distinguir se está brincando ou falando sério.

- E-eu não... Não disse...

- Estou brincando, sei que estou quente. - Ele debocha relaxando mais uma vez na cadeira e eu comemoro internamente por ele não perceber que estou arrepiada.

- Por que não tomamos café? - Pergunto mudando o assunto e ele ri.

- Já tomei café. Não achou que fiquei aqui meia hora esperando você para tomar meu café, achou?

- Tem horas que você consegue ser um idiota com tão pouco, senhor Bieber. - Digo revirando os olhos e surpreendentemente, ele também revira os dele.

- Se estamos dividindo o quarto e saindo juntos todos os dias, não pode me chamar de senhor Bieber.

- E por que não? - Ergo uma de minhas sobrancelhas.

- Porquê você dorme comigo. Acho que já é um nível de intimidade o suficiente para me chamar pelo meu primeiro nome e eu te chamar pelo seu. - Ele explica.

- Fastidioso! - Murmuro baixo. - Tudo bem, podemos fazer isso.

- É impressão minha ou acabou de me chamar de chato em italiano? - Ele pergunta com uma sobrancelha erguida e eu não contenho o meu sorriso atrevido.

Claro que fiz, pelo menos aprendi essa palavra com o dicionário.

- Impressão sua senho... Justin. Eu nem ao menos falo Italiano! - Ele não parece convencido, mas não insiste em continuar o assunto.

- Tudo bem. Vá tomar seu café, vamos sair logo. - Ele avisa e volta a prestar atenção no celular.

- Hoje eu terei mais explicações históricas sobre o lugar que vamos visitar? - Pergunto apenas para provocar.

- Depende de quanto vai tagarelar no nosso caminho até lá. Se for muito, vou ficar calado o dia inteiro para compensar. - Reviro os olhos.

- Você é muito, muito, muito chato.

- Você é muito, muito, muito tagarela!

- Só quando estou feliz! - Argumento.

- Por favor, fique um pouquinho triste, meus ouvidos imploram. - Ele finge implorar e eu me levanto.

- Pois bem! Você me deixou irritada!

- E o que isso significa? - Ele pergunta voltando total atenção para mim e eu apenas saio de perto da mesa.

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