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Hailey Rhode - Florença, Itália

Acordei do que parece ter sido uma noite de sonho. Beijei Justin Bieber, beijei um Deus italiano e ele me beijou de volta, como se eu fosse a Deusa grega particular dele. Beijei um homem comprometido, noivo e não sinto culpa, não que eu deva sentir ou será que eu devo?

Não me arrependo do que fiz na noite passada. Eu comecei, ele me acompanhou e no final, se não fosse um sinal do universo eu teria transado com ele ontem mesmo. Não que seja uma hipótese ruim.

Sexo e com aquele homem, não é uma ideia ruim, nunca será.

Mas de qualquer jeito, acordei sozinha. Fomos dormir sem os travesseiros dividindo a cama, em alguma parte da noite senti que ele chegou mais perto e até tocou meu braço. Porém, quando acordei o lado dele da cama estava vazio e ele não estava por lugar nenhum do quarto.

Isso só quer dizer que ele acordou e notou o erro. Qualquer homem fiel notaria o erro. Se bem que um homem fiel não trairia a noiva, sendo assim ele sai desse grupo de homens fiéis e entra para o dos infiéis arrependidos. É confuso.

Agora, estou sentada na cama depois de ter tomado meu banho. Já estou pronta para começar meu dia. Escolhi o vestido preto mais básico da minha mala, junto com um blazer da mesma cor e bem maior que meu corpo e meu tênis de sempre. Mas estou entre descer ou ligar para Kelia e Bella e contar tudo que aconteceu na noite passada.

Acabo decidindo pela primeira opção e pego minha bolsa, junto com o dicionário de italiano que já achei que poderia ter aposentado. Apenas por precaução, já que Justin sumiu e eu talvez vá sair pela cidade sem uma companhia. Não que isso seja um problema, já que era meu plano desde o início de tudo isso e não vai mudar apenas porquê ele pode ter decidido se afastar.

Suspirei, caminhei até a porta e acabei a abrindo no mesmo momento em que Justin parou na minha frente. Com uma bermuda amarela mostarda, uma camisa branca simples, uma corrente e tênis branco, e claro que sua mochila também estava junto no pacote.

A visão foi de tirar o fôlego.

- Bom dia Justin. - Tento ser imparcial ao que aconteceu ontem e engulo a seco.

- Bom... Bom dia Hailey. Achei que não iria querer sair hoje. - Ele esclarece como se precisasse me explicar algo.

- Não tem problema, posso sair sozinha, já estou preparada. - Levanto o dicionário para que ele perceba sua presença.

- N-não, eu não quis dizer isso. Achei que não iria sair e por isso eu subi, para te chamar. - Não contenho minhas sobrancelhas, que se erguem na mesma hora.

- Tudo bem, então quer ir agora? - Ele apenas concorda com a cabeça e eu saio do quarto fechando a porta atrás de mim.

Fazemos o caminho até o quarto em um tempo recorde e num silêncio absoluto. Antes de entrar no carro, respiro fundo como se não fosse mais conseguir fazer isso quando entrasse. E realmente acontece, porquê perco o fôlego quando entro.

Me lembro da noite passada e de como beijei ele nesse carro, como alisei a coxa dele enquanto ele dirigia rápido de volta para a pousada. Não que eu tenha esquecido de tudo que fizemos, mas era bom pensar que talvez tivesse sido um delírio muito grande da minha cabeça.

Até mesmo porquê, Isabella Hadid me mataria se soubesse o que fui capaz de começar e como fui incapaz de terminar. Ela me jogaria no chão, faria questão de me enforcar até entender como eu fui capaz de cometer uma atrocidade dessas. Mas agora foi feito e eu não ligo.

- Onde é nosso destino hoje? - Pergunto quando o silêncio se torna desconfortável.

- Um dia de folga. Se você não se incomodar. - Ele explicou.

- Começamos isso a menos de uma semana, mas é claro que não me incomodo com uma folga. Todo mundo precisa de uma folga e se você...

- Já entendi Hailey, você está de acordo. - Ele me interrompe e eu não reviro os olhos, apenas abro um sorriso.

O resto do caminho, fazemos em totalmente em silêncio. Justin a todo momento ficou focado no trânsito ou na falta dele, já que por incrível que pareça, hoje o trânsito na Itália resolveu ser favorável a nós.

Queria ter algo para dizer, mas pela primeira vez as palavras me pareceram fugir da mente. Toda vez que eu quero dizer alguma coisa, as palavras se confundem na minha cabeça. E acredite, são muitas palavras se embolando.

Graças a uma divindade italiana, que por incrível que pareça não é o Justin, chegamos em menos de meia hora na praça central. Na verdade, o nome praça da catedral, mas como ela é quase o centro de toda Florença, acabei dando esse apelido a ela.

Nós dois saímos juntos do carro, ainda sem dizer uma palavra. Andamos lado a lado, ainda sem dirigirmos uma palavra ao outro. Chegamos ao ponto em que eu só queria falar, sobre qualquer coisa. O tempo, o lugar, as pessoas, as roupas, qualquer assunto parecia ser ótimo enquanto andávamos em silêncio.

- Já ouviu falar do duomo? - Ele inicia um assunto e sinto vontade de beija-lo apenas por isso.

- Eu deveria? - Ele ri e abaixa a cabeça.

- Não sei, se decidiu vir para Florença, deveria pelo menos ter uma leve noção do que é o duomo. - Ele argumenta.

- Vai me mostrar o que é esse duomo ou vou ter que descobrir pela internet?

- Estamos no duomo Hails. - O apelido faz meu coração palpitar.

- Ele fica nessa praça? - Olho ao redor e Justin parece se divertir com minha confusão.

- Tagarela e lerda Hailey? Consegue ser a duas coisas ao mesmo tempo? - Reviro os olhos. Do jeito como ele gosta.

- Estou considerando te deixar sozinho e sair... - Ele toca meu rosto e vira minha cabeça para frente, de frente com uma linda catedral gótica.

- Esse é o duomo. Ou a catedral de Santa Maria Del Fiore. - Como sempre, a pronúncia dele é impecável. - Esse é o lugar que vamos visitar hoje, uma catedral.

- Esse lugar é lindo. - E o sorriso que ele abre quando digo isso também é.

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