Justin Bieber - Roma, Itália
O Coliseu é sem graça por dentro. Se eu estivesse sozinho, provavelmente seria o último lugar na terra que eu resolveria visitar. Apenas escombros com histórias toscas que provavelmente são mentiras, tudo é chato, velho e cheio de poeira. E não qualquer poeira, mas aquela que é criada pela areia, como a da praia. É difícil de explicar.
Mas por mais que para mim, tudo pareça chato, Hailey gostou de tudo. Passamos mais minutos do que precisávamos dentro, tudo para ela apreciar cada grão de areia que me fazia revirar os olhos de tédio.
Nosso passeio durou 30 minutos. Isso se eu for incluir a primeira mal sucedida tentativa de encontrar Lorenzo em Roma. Mas Hailey não se abalou por isso, saiu bem confortável e saltitando do Coliseu. Antes de subir na scooter me beijou outra vez e a sensação foi como tirar meus pés do chão, ao mesmo tempo que uma força me puxa para a realidade.
Deixei essa sensação no Coliseu e pilotei para nosso próximo destino. E agora estamos de frente para uma escultura de mais ou menos dois metros, do Museu Capitolino.
O Museu é mil vezes mais vazio que o Coliseu e não tem ninguém mais nessa sala além de nós. Hailey fez questão de também conhecer cada parte desse enorme Museu. Passamos por algumas salas rápidas, mas essa foi a que mais demoramos.
Os dois parados em silêncio, apreciando a escultura ou no meu caso, só usando a escultura de disfarce enquanto a minha cabeça pensa em milhares de coisas.
- Estava pensando. Quer que eu continue na sua vida, mas isso não pode ser ruim? Por conta da sua noiva? - Hailey pergunta, ainda olhando fixamente a escultura.
Talvez, a ideia de usar a peça como disfarce não tenha sido apenas minha.
- Eu não tenho uma noiva, não precisa se preocupar com isso. - Meu corpo ainda se arrepia quando digo essas palavras. Só não sei identificar se isso é bom ou ruim.
- Ela pediu um tempo, você aceitou. Realmente não tem esperanças de que voltem? - Ela desvia o olhar da peça para mim, mas não faço o mesmo.
- É complicado, mas resumindo, eu não tenho. - Ela não responde por um bom tempo e presumo que o assunto tenha sido encerrado.
- Por que? - Nesse momento, sou obrigado a olhar para ela.
- Quer realmente ter essa conversa? - Ela reflete e concorda com a cabeça, me fazendo suspirar.
- Claro que se não quiser, eu não posso te obrigar. Se quiser realmente falar, pode desabafar comigo. Mas se lembre que não estou te obrigando a seguir o que eu quero que fale, só se estiver...
- Namorei por quatro anos. Quando pedi ela em casamento há um ano, as coisas mudaram depois do sim. Talvez fosse um sinal, talvez não fosse nada, mas mudaram. - Explico enquanto ela me observa atenta. - Por exemplo, no começo do namoro, ela sempre disse sobre ter filhos e formar uma família, mas depois do noivado quando as pessoas nos perguntavam ela sempre dizia que nunca teria filhos porquê isso estragaria o corpo dela.
- E isso é um problema grande para você? - Pela careta que ela faz, percebo que usei as palavras erradas.
- Veja bem, não sou o tipo de cara que atribui a mulher essa função de reproduzir, cuidar do lar e reproduzir. Mas acho que quando quero passar o resto da vida com alguém, preciso chegar a um acordo de como vai ser nosso vida para o resto da vida, entende? - Ela concorda. - Sendo assim, ter filhos é um fator muito importante para mim. Não sei se passaria o resto da minha vida com alguém que não pense do mesmo jeito em relação a isso.
- Você tem razão. Tem que ter um acordo entre as partes, mas também tem que ter sacrifícios. - Ela argumenta e percebo que está tentando ser imparcial.
- Eu sacrifico qualquer outra coisa, mas não o fato de querer ter filhos. Tem coisas que não podemos mudar e nem sacrificar.
- Tudo bem, você tem razão. Também tenho coisas que não sacrificaria caso fosse me casar. - Ela diz.
- E quais coisas seriam? - Meu lado curioso vence uma guerra que nem tentei travar contra meu lado sério.
- Gostaria de morar em Los Angeles ou nas redondezas, me manter perto da minha família. Ainda mais com a minha mãe estando sozinha, não quero sair de perto dela. - Ela esclarece.
Isso é algo fácil de arrumar. Não é uma grande mudança.
- Parece bem pouco. - Ela me encara com uma das sobrancelhas erguidas. - Não estou dizendo pouco no sentido bobo, estou dizendo no sentido de que seria fácil fazer isso.
- Está avaliando se seria fácil casar comigo? - Ela ironiza e minha garganta seca.
Estou?
- Talvez. Seu boquete é bom e isso eu também não abro mão em uma esposa. - Dou uma resposta rápida e ela gargalha.
- Bom saber que na sua lista de pretendentes estou em...
- Segundo lugar. - Respondo.
- Segundo lugar?! - Ela não parece satisfeita.
- Não sei se já contei, mas tenho algo com a Rihanna. Já faz uns bons anos. E ela está no meu primeiro lugar. - Ela gargalha novamente e me dá um tapa leve no braço.
- Você ridículo. Agora vamos logo, ainda temos mais um lugar caso ele nunca tenha passado por aqui. - Ela dá um passo adiante, mas seguro seu braço.
- Me deixa ir sozinho. Fica me esperando aqui, eu vou rapidinho e volto para cá. - Peço a fazendo estranhar a atitude. E me fazer estranhar também.
- Por que? O que você está planejando?
- Vai saber se me esperar bem aqui, quando eu voltar. Vai me esperar? - Ela assente e se rende a me esperar. - Boa garota.
Me aproximo dela e a beijo. Um beijo rápido e ao mesmo tempo lento. Como se o mundo ao nosso redor tivesse parado, apenas para o tempo não passasse enquanto nos beijamos.
- E-eu vou ficar aqui... - Ela ressalta quando me afasto e eu lhe ofereço um sorriso nervoso.
Estou me afastando dela, indo procurar um homem que nunca vi. Talvez isso até seja maluco e se eu fizer um livro sobre isso, ninguém acreditaria nessa história doida. Mas estou completamente envolvido por uma mulher que conhece a menos de um mês e cogitei passar o resto da minha vida com ela.
Isso é estranho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amore Estivo
FanfictionHailey Baldwin é uma jovem que viaja para Florença com uma missão de amor carimbada em seu passaporte. Já Justin Bieber, viaja para a cidade com a palavra amor sendo proibida de chegar aos seus ouvidos. Porém, por um acaso do destino seus caminhos s...