back home - extra

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Justin Bieber — Los Angeles, Califórnia

Depois de tanto sol em Florença, não achei que pegaria chuva tão cedo. Passamos quase uma semana depois do nosso casamento na cidade mais romântico do mundo, dentro do país mais romântica do mundo, e não tivemos nem sequer um dia de chuva.

Passeamos por todos os pontos que visitamos em duas semanas e também por extras. Mostrei a ela algumas coisas e outras nós descobrimos juntos, com certeza a melhor parte da nossa viagem toda foi ter  descoberto coisas sobre a Itália junto com ela, ter tirado fotos que vou guardar para sempre e voltar pra casa com ela, diferente daquela última vez.

Mas assim que pisamos em Los Angeles, fomos recebidos com chuva. Uma verdade tempestade que fez com que as ruas ficassem vazias, um benefício, já que queríamos chegar em casa o mais rápido possível. Estávamos em pânico total, mas isso não tem relação nenhuma com a chuva.

A primeira coisa que fizemos quando chegamos no aeroporto de Los Angeles foi procurar sinal, o que nos fez descobrir que todos os nossos familiares e para ser mais específico, toda a internet, já sabia que nós havíamos nos casado. E eu sei que a ideia de postar na internet é que os outros vejam, mas não achei que fosse gerar uma repercussão tão grande.

Assim que conseguimos sinal, nossos celulares pipocaram com tantas mensagens e ligações. Respondemos as mais importantes, no meu caso, mandei para minha mãe que já estava em Los Angeles e indo para casa, no caso da Hailey, ela teve que responder um irmão furioso.

De qualquer jeito, cá estamos nós, na entrada da nossa casa e tentando encontrar a chave.

— Amor, você tem que certeza que não enfiou em uma das malas sem querer? — Ela pergunta novamente enquanto está ajoelhada na minha frente, procurando em todas as malas.

Posição injusta, mas tudo bem, esse não é o momento para pensamentos impuros.

— Certeza eu não tenho, mas tenho pressentimento. — Ela me olhou nada contente e eu abri um sorriso sarcástico.

— Vamos ficar ensopados aqui. — Ela resmunga quase desistindo.

— Eu posso arrombar a porta.

— Não! Imagina se você arrombar essa porta? Como diabos nós vamos dormir sabendo que qualquer um pode entrar na nossa casa durante a noite e fazer algo de ruim com a gente, ou também como vou dormir quando pegar o Oscar com nossa vizinha sabendo que ele pode fugir pela porta aberta? Sem condições nenh...

— Tudo bem, tudo bem, eu já entendi! — A interrompo antes que ela fiquei vermelha de tanto falar sem parar.

Mais um pouco de procura e consigo achar a bendita chave. Já estamos ensopados, os fios de cabelo de Hailey estão grudados no seu rosto e a regata branca está transparente. Ela não poderia estar mais sexy agora.

— Tem como abrir a porta e parar de secar meus peitos amor?

— Não? — Ela ergue uma sobrancelha e eu paro de brincar imediatamente.

Abro a porta de casa e o frio do lado de fora bate de frente com o ar quentinho. Quando ela está prestes a dar o primeiro passo, coloco meu braço na sua frente a impedindo de entrar em casa.

— O que está fazendo? A gente tem que sair da chuva, nós vamos ficar gripados e eu vou ter que cuidar de você e de...

Não a deixo terminar, apenas me aproximo e ergo ela em meus braços, juntando seu corpo molhado ao meu corpo molhado. Por alguns segundos, ela me encara como se eu fosse um louco, mas quando ela entende o que está acontecendo passa o braço ao redor do meu pescoço.

— Não acredito que está fazendo isso. — Ela murmura com um sorriso na voz.

— Eu não fiz na Itália porquê queria fazer quando tivéssemos na nossa casa, então não posso perder essa oportunidade.

— Amo quando você diz coisas fofas como se não fosse nada. — Ela se estica e beija minha bochecha.

Dou os primeiros passos no hall de entrada vazio e escuro, mas sei bem para onde estou indo. Já gravei o caminho até a sala, então vou andando até ela e quando penso coloca-la deitada, ela pigarreia chamando minha atenção.

— Agora que essa casa também é minha e esse sofá também é meu, eu preciso dizer que se por acaso estiver pensando que me colocar deitada no sofá, totalmente encharcada e isso fizer o sofá ficar molhado, nós dois vamos ter sérios problemas. Esse sofá não é impermeável e...

— Mio Gesù, você realmente vai fazer uma dissertação sobre o sofá? Agora? — Pergunto sem conseguir olhar seus olhos por conta do escuro.

— Só estou dizendo que molhar o sofá é uma péssima ideia, ainda mais levando em consideração que ele é creme e isso vai ficar marcado...

— Tudo bem, me diz onde te colocar. — Desisto de tentar formar um argumento.

— O chão seria o melhor lugar.

— Depois, quando formos velhos e estivermos falando com nossos filhos sobre como nosso relacionamento era no começo, não diga que eu nunca fui romântico, estou tentando e olha no que dá.

Ela ri, mas pula do meu colo mesmo assim. Sei que está na minha frente por conta da sua presença, mas ainda estamos com as luzes totalmente apagadas.

— Tudo bem, senhor romântico incorrigível. Tem como acender pelo menos uma luz e pegar nossas malas lá fora?

— Eu pego as malas, você acende as luzes e depois nós vamos tomar banho. — Ela murmura em concordância e sai com o sapato ensopado pela casa.

Volto para a entrada, com um sorriso que agora sei exatamente o porquê se estar no meu rosto.

Ao mesmo tempo que me considero doido, me considero o homem mais sortudo do mundo. Sei que me casei depois de apenas dois meses junto com ela, mas não consigo ver uma versão da história onde eu conseguiria esperar por anos até pedir. Não conseguiria ficar anos sendo apenas o namorado dela e depois passar meses sendo só o noivo.

Felizmente, acho que Hailey entende meu ponto de vista. Em momento algum ela hesitou ou me chamou de louco, ela só aceitou tudo e foi comigo até o fim. É por isso que quero passar o resto da minha vida com ela.

— Amor, vamos tomar aquele banho? — Um clarão invade meus olhos ao mesmo tempo em que coloco a última mala para dentro.

Fecho a porta e tranco, apenas por precaução, ela conseguiu me deixar paranóico com invasões. Deixo as malas na entrada e já avanço tirando minha camisa, a deixando jogada pelo caminho. Encontro ela parada no primeiro degrau da escada, com suas roupas formando uma bolo molhado no chão e me esperando para subir.

— Já disse o quanto eu te amo hoje? — Ela ri negando.

— Acho que não o suficiente.

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