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Hailey Rhode - LA, Califórnia

Escolhemos esperar a comida no sofá, fechamos as cortinas para que a luz do sol não entrasse e também ninguém na rua nos visse.

A esse ponto, Justin se acostumou com minha escolha de sofá. Conseguimos nos aconchegar do jeito certo para meu corpo estar confortável sobre o dele. Seus braços estão me segurando com firmeza e estamos falando sobre nossos trabalhos, o que parece a coisa mais engraçada do mundo para mim.

Sou enfermeira, ajudo pacientes, faço exames, tiro sangue, dou medicamentos e várias outras coisas. Ele é um cineasta, ele vive para fazer arte e faz isso de uma maneira impecável. Então somos pessoas trabalhando em coisas totalmente diferentes, mas que sempre encontram um ponto em comum quando o assunto vem.

- A Nova Zelândia é linda, mas é fria e eu não queria ficar lá por mais tempo, mas ela sempre queria gravar mais um pouco, sempre tinha uma ideia inovadora e eu sempre tinha que cortar as ideias antes que acabasse passando um mês lá. - Ele desabafa enquanto faz carinho no meu ombro.

- Ah, eu não aguentaria ficar um mês inteiro longe de você, com certeza eu arrumaria o número dela, ligaria e mandaria ela devolver meu homem. - Ele ri.

- E eu teria deixado ela ouvir suas exigências, pode ter certeza. - Ele diz com a voz rouca e eu noto seu cansaço.

Viagens já são cansativas normalmente, me lembro de chegar da Itália exausta. E imagino que viajar a trabalho seja ainda mais cansativo, porquê você não pode dormir até o horário que realmente quer e nem fazer as coisas no seu tempo, tem que estar dentro do horário de trabalho, fazendo as coisas certas e isso sempre é cansativo.

- Bebê... - O chamo baixinho, do jeito que ele gosta.

- Sim? - Ele pergunta com a voz arrastada.

- Não acha melhor você cochilar antes da comida chegar? Eu posso te acordar quando já tiver estiver tudo na mesa. - Ele suspira.

- Como sabe que estou morto?

- Eu te conheço o suficiente para isso bebê, está com sono igual o dia que cheguei de um plantão e você estava me esperando, morto de sono. - Ele ri.

- Eu achei que você chegaria cedo, não pensei que sairia tão tarde.

- Eu também pensei, mas aquele dia foi caótico. Um acidente de ônibus, vários feridos, eu precisei salvar vidas! - Ele gargalha, não do que digo, mas do jeito como eu digo.

- Minha garota salva vida! - Ele puxou meu rosto para cima e me beijou, bem devagar e com bastante carinho.

- Sua garota quer salvar sua vida. Vai cochilar? - Ele nega.

- Sabe uma coisa que eu acho engraçada? - Nego. - Você me conhece tão bem quanto eu mesmo, sabe quando estou com fome, com sono e até com saudade, mesmo quando estou a um oceano de distância. Amo isso em você, como está sempre tentando cuidar de mim. - Ele diz olhando em meus olhos, mantendo o máximo possível de contato entre nós.

- Eu te conheço porquê me importo demais com você, quero cuidar de você, pra sempre.

- Para sempre? - Concordo com a cabeça. - Então casa comigo? - Vejo a brincadeira em seus olhos e gargalho para esconder que quase caí nisso.

- Você é um bobo Justin. - Me sento em seu colo dando um tapa fraco em seu peito.

- Não tô brincando, casa comigo. - Ele repete com mais seriedade e começo a cogitar que não está brincando tanto assim.

- J-justin, isso não tem graça ok? Eu não acho nada legal você vir com esse tipo de brincadeira, tentando me convencer que algo é verdade sendo que não é. Não vou mesmo cair nessa, se você acha que...

- Hailey Rhode Baldwin, aceita casar comigo? De verdade? - Ele pergunta ainda mais sério e meus olhos se enchem de lágrimas. Odeio ser chorona demais

- Como assim? Por quê? O que... Hãn? - Ele dá uma risada baixa.

- Você passa mais tempo aqui do que na sua casa, seu cachorro mora comigo, suas roupas estão começando a invadir meu closet, suas maquiagens estão na penteadeira e agora tem produtos de skin care na bancada do meu banheiro. - Ele segura meu quadril com força, me impedindo de sair do seu colo.

- Se for problema, eu levo o Oskie embora, também posso pegar minhas coisas. Não quero invadir seu espaço e muito menos que você ache que quero te obrigar a casar comigo, sabe que eu nunca te forçaria a...

- Não! Hails, eu não vejo problema em nenhuma dessas coisas. Comprei uma casa grande porquê um dia eu estaria morando com você nela e queria que tivesse espaço para nós dois. Pela primeira vez não ligo por estar perdendo meu closet, também não ligo para você ocupando minha vida e minha rotina, na verdade eu amo quando você ocupa meu espaço. Quero você no meu espaço, tomando conta de tudo. Quero ser seu marido e porra, quero muito ser seu marido.

- Eu... Aceito. Eu quero! Eu caso com você, quero ser sua esposa, quero ser sua! - Dou todas as respostas que consigo imaginar agora, todas as palavras de afirmação que consigo dar.

- Quer? Aceita casar comigo? - Ele se senta no sofá ainda comigo no colo, está emocionado, os olhos também estão cheios de lágrimas. E eu assinto. - Eu quero agora.

- O-o que? - Pergunto confusa.

- Baby, quero me casar com você agora. Não quero esperar uma semanas, meses e anos, não quero um noivado longo e planejar um casamento enorme. Quer dizer, se você quiser, eu posso te ajudar também, posso fazer isso por você, mas te conhecendo como conheço...

- Tenho duas condições. - Ele franzi o cenho.

- Baby, eu faço literalmente qualquer coisa por você. Me peça um planeta e eu vou dar um jeito de buscar.

- Tem que me prometer que vai dançar pelo menos uma música por dia comigo. Te dou um desconto para quando estiver viajando, mas quero que prometa que vai dançar comigo para o resto das nossas vidas.

- Fácil, eu aceito. Danço com você pra sempre. - Ele sorri. O sorriso mais iluminado, enorme e feliz que já vi.

- Quero me casar na Itália. - Ele me olha surpreso, com as sobrancelhas erguidas.

- Faça as malas, vamos nos casas amanhã. - Saio do seu colo em um pulo e ele vem correndo atrás de mim.

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