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As três tiveram um jantar divertido. Sempre conversando e respondendo as milhares de perguntas de Liz em relação ao Brasil e ao Rio de Janeiro, a pequena soltava uma pergunta atrás da outra, parecendo que as respostas recebidas nunca eram suficientes para ela.

Já no táxi, no caminho de volta para casa,  Liz adormeceu nos braços de Marília.

– Ela tá uma pilha de ansiedade. – Débora comentou ao perceber que a menina havia adormecido. – Tá parecendo a mãe dela...

– Somos duas ansiosas, porém nossa ansiedade agora é por razões diferentes. – Marília respondeu.

– Você sabe minha opinião quanto a esse retorno. – Débora falou.

Ela já tinha dito inúmeras vezes para a fotógrafa que não valeria a pena retornar ao Rio de Janeiro, ainda mais nessa fase ótima em que estava a carreira dela.

– Eu sei, Débora. Já até cansei de ouvir. – Marília respondeu impaciente. – Mas o Brasil é o único país que não fui expor meu trabalho. E além do mais, é a nossa casa. Eu me criei lá, quero que a minha filha tenha esse contato com a cultura do país.

– A Liz está muito bem onde está. Pra mim você tá querendo...

– Não estou querendo nada, Débora, chega disso. – Marília falou um pouco alto chamando não só a atenção do motorista, mas também de Liz.

– Mommy? – a menina acordou chorosa.

– Tudo bem, meu amor, não é nada, já estamos chegando. – Marília deu um beijo na filha e voltou a fazer a pequena dormir.

[...]

Até chegarem ao apartamento, ninguém disse mais nada. Débora pagou o taxista enquanto Marília já subia com a filha nos braços.

Marília foi direto para seu quarto e deitou a pequena em sua cama. Antes mesmo de terminar de arrumar a menina, a amiga entrou em seu quarto.

– O pijama dela. – entregou as peças de roupa a loira. – Desculpa, Marília.. Não queria brigar com você, não hoje.

– Tudo bem, Débora, eu também ando nervosa demais essa semana.

Débora se aproximou da fotógrafa e começou uma massagem em seus ombros, enquanto Marília trocava as roupas de Liz.

– Eu sei.. E por isso queria que você relaxasse um pouquinho hoje. – Débora sorriu. – Porque não vamos para a sala e bebemos um vinho? – inclinou seu rosto e deu um beijo no pescoço da loira e viu o corpo de Marília arrepiar.

– Débora, hoje não. Amanhã temos que levantar cedo e terminar de juntar as coisas. Viajamos à tarde esqueceu?

Marília chegou a cogitar a hipótese de se entregar mais uma vez aos carinhos de Débora, mas sempre que isso acontecia, a amiga se enchia de esperanças, esperanças que ela nunca conseguia atender.

– Não, eu não esqueci. – Débora respondeu decepcionada. – Mas posso dormir aqui? Minha cama já era e o sofá não é confortável.

– Claro que pode. – Marília olhou para Débora e sorriu.

Com um misto de ansiedade e exaustão, Marília deitou e abraçou a filha junto ao seu peito. Era assim que ela costumava dormia com a pequena em sua cama.

Afundou seu nariz nos cabelos de Liz e logo pegou no sono, estava tão cansada que não viu quando Débora deitou no lado oposto da cama, cobrindo mãe e filha com um sereno beijo de boa noite.

[...]

Já não bastasse a terrível sessão que teve com Olívia, o dia de Maraísa seguiu caótico.

ʙᴏʀɴ ᴛᴏ ᴅɪᴇ • ᴍᴀʟɪʟᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora